24 de novembro de 2025

It's the final countdown! (Pela não-sei-quanta-ésima vez)

Olá, pessoas giras!


Hoje é o dia... De fazer um balanço de quase 19 anos (falta mais ou menos um mês) desde que terminei a minha licenciatura e o mundo profissional sempre foi uma gigante montanha russa, daquelas em que é preciso voltar atrás para ganhar balanço e seguir em frente.

Quando terminei o curso, já estava a estagiar no instituto tecnológico e nuclear numa tentativa (número 1) de conquistar um lugar no mundo da investigação científica. Foi uma experiência mista entre investigação e secretariado (para conseguir ganhar uns trocos), que rapidamente me revelou que o meu caminho não era por ali. Eu, miúda conhecida pelas suas boas notas, concluí o curso de Matemática, no ramo de especialização científica, com média de 13 e toda a gente me fez sentir que essa nota não servia para nada (porque, efetivamente, no mundo da investigação que vive de bolsas essa nota não é suficiente).

Num centro de Novas Oportunidades, em Lagoa, seguiu-se a aventura de ser senhora formadora (número 2). Foram dos piores 5 meses da minha vida, mas trouxeram-me um dos melhores "apêndices" à minha vida: o meu Renault Clio. Lembro-me perfeitamente do pânico em perceber que para dar formação nas vilas / aldeias em redor, ia necessitar de conduzir, e de termos comprado o carro debaixo do mote "nunca te esqueças que ele come e bebe contigo à mesa".

No desespero de fazer uma fuga rápida, aceitei um estágio profissional através do IEFP, numa empresa se transportes, a fazer gestão de tráfego (número 3). Foi aqui que senti o meu primeiro contacto direto com a vida real do mundo profissional: uma empresa familiar, com profissionais da velha guarda com todos os tiques de relações interpessoais tóxicas, motoristas de camião com todas as queixas características da profissão e um gestor novo e alternativo a tentar mudar o mundo.

Ao fugir, tropecei novamente num centro de Novas Oportunidades, desta vez, na escola profissional Gustavo Eiffel, na Amadora (número 4). Estávamos em 2009 e eu, na carreira de senhora professora inocente, consegui perceber que a desigualdade salarial entre géneros era efetivamente um tema na minha vida. Mesma função, mesma experiência, mesma data de entrada na empresa e salários diferentes. Aqui, deixei-me contaminar pelo ambiente descontraído entre colegas (uma equipa porreira, praticamente toda na mesma faixa etária) e, quando dei por mim, nada fazia sentido e eu nem queria ter que interagir com os colegas.

Na VASP, encontrei a fuga seguinte (número 5). As frases feitas de "estudos de mercado" e "modelação de reparte" converteram-me e abriram-me a porta para aprendizagens que trago comigo até hoje. Foi lá que as consultas em SQL começaram a ganhar sentido, foi lá que o curso de Matemática que tirei, com uma especialização, ganhou significado e foi lá que aprendi a gerir frustrações com os colegas de trabalho, porque gostava mesmo do que fazia. Fiz um contrato de estágio, por 6 meses, a ganhar 750€, sem direito a subsídios nem nada do género. Ao fim desse tempo, renovaram-me o contrato de estagiária, 6 meses, porque tinha regalias para ambas as partes e, depois disso, na hora de conversar sobre o futuro, sugeriram fazer-me um contrato de um ano com as mesmas condições mas com subsídios e a fazer descontos. E eu tenho que confessar que, a proposta de ser estagiária pela terceira vez na mesma empresa me soou a ofensa.

Paralelamente, no mês em que faria um ano de casa na VASP, fui contactada por um centro de Novas Oportunidades, na Escola das Profissões da Amadora (concorrência direta do centro em que tinha trabalhado antes), para dar formação em part-time. Precisavam mesmo de um formador da minha área para conseguirem certificar os formandos e eu achei que era a altura certa da vida para trabalhar na minha área durante o dia e dar formação à noite. Entretanto, souberam do processo que eu estava a viver na VASP para estagiar pela terceira vez, e puseram-me no colo aquilo que pareceu uma proposta milionária e não deu para resistir. Voltar à formação de adultos revelou-se a experiência número 6 e nem a senti como fuga, foi mais um "vou ver os meus anos de curso recompensados".

Nesta fase, durante uns 6 meses, acumulei a experiência número 7, como formadora no centro de Novas Oportunidades da ETIC.

Dezembro de 2011 chegou com a decisão de encerramento dos centros de Novas Oportunidades, a nível nacional, e vivi (pela primeira vez) o conceito de despedimento coletivo. Foram períodos maus e complicados, eu estava nesta altura a tirar o mestrado em ensino, que me tinham "aconselhado" para continuar a dar formação. E, quando me sugeriram ignorar o acordo de despedimento coletivo e voltar a trabalhar, recusei. Honestamente, nunca saberei se foi ou não a opção correta, mas foi a minha. E continuo grata por ter acontecido assim.

No Verão de 2012, por estar a frequentar um mestrado na Faculdade de Ciências e Tecnologia, tive a oportunidade de estagiar no BES (número 8), numa equipa de gestão de informação (os conceitos de SQL aprendidos na VASP jogaram a meu favor e nem os ténis pretos usados na entrevista me prejudicaram) e fui ficando. Não concluí o mestrado, fiz só o primeiro ano, mas o saldo foi francamente positivo (apesar dos altos e baixos, avanços e recuos, e das lágrimas).

A experiência número 9, na GEOBAN, foi uma tentativa de continuar a trabalhar na área da banca e fugir ao ambiente Novo Banco (pós liquidação do BES). Não foi uma boa experiência mas permitiu-me uma semana, a trabalho, sozinha em Madrid, para testar a minha resiliência e os meus limites.

Em Dezembro de 2015, juntei-me à equipa da PHC, como Data Scientist (número 10), uma função que estava na moda na altura mas que ninguém sabia muito bem o que significava. E não descansei enquanto não passei a ser Business Intelligence Developer, por ser o nome das funções que efetivamente desempenhava. Desta casa, trouxe a apresentação que fiz, perante 600 clientes, e todas as aprendizagens que fiz para que isso pudesse acontecer, especialmente a questão de Lewis Carroll, o criador de Alice no pais das maravilhas, "que caminho devo tomar".

Através da rede de contactos em comum, em Fevereiro de 2018, entrei na WPP, pela MediaCom, e não dei tréguas enquanto não me mudei para o GroupM. Inicialmente, o trabalho de automatização na MediaCom foi excelente e super recompensante, mas voltar a ter um líder que chefia pelo medo (o primeiro tinha sido no ITN) trouxe-me muitas amarguras. Quando as tentativas de fuga começaram a ser demasiado intensas, passaram-me para o GroupM mas a bagagem foi comigo. Consegui endireitar-me, fazer funcionar e tentar ser feliz, mesmo sabendo que não me alinhava com o líder utópico daquela casa. Durante a licença de maternidade, mudanças aconteceram e o regresso foi péssimo. Trouxe muita coisa no coração, desta parte do percurso, e a certeza que as mulheres do signo Carneiro, mal resolvidas, são a pior espécie que pode existir no mundo.

Em 2022, com uma bebé de um ano dentro de casa, tornei-me data analyst na Revolut (número 12). Facilmente, recordo o tanto que ouvi dizer mal desta casa, do ambiente tóxico e da exigência desmedida. Defendi sempre que as pessoas fazem a diferença e que nem todas as equipas são iguais. Mas cedo percebi que a correspondência com a vaga esta meio debilitada, que o Python seria a minha competência base (que embora goste não nutro nenhuma paixão assolapada e que isso só piorou depois dessa experiência) e que estaria limitada a fazer visualizações em Looker.

Quando, no mesmo ano, a proposta da Tyson Foods me caiu no colo, para ser data modeler (número 13), não houve hesitação possível. Até hoje, continuo a sentir que foi a melhor função que desempenhei, com as melhores dinâmicas e a melhor estrutura corporativa (mesmo a pagar melhor a homens do que a mulheres na mesma função e com o mesmo nível de experiência). A ideia de uma equipa em Lisboa surgiu de alguém que acabou por ser afastado da empresa e, consequentemente, numa contenção de custos, lá veio o despedimento colectivo (mesmo na altura em que eu lutava com o cancro da tiróide).

A Hakkoda apareceu na minha vida, quando terminava a baixa médica e não queria ir para o subsídio de desemprego ficar sem trabalhar, associada a um sentimento de exploração (dada a regressão na banda salarial e o conceito de consultoria). Mas não foi a pior experiência do mundo. Proporcionou-me duas viagens à Costa Rica, uma a ponderar o divórcio e outra em modo "vivir la vida loca". E a única falha, foi na hora de sair: não negociei o ordenado na futura empresa na esperança de uma contraproposta para ficar (algo que sempre achei que faz zero sentido). Big mistake!

Em Julho de 2024, juntei-me à Bose. Aprendi o valor do som e aprendi também o valor da autovalorização e da negociação. Dei por mim com salário igual a colegas com menos 10 anos de experiência e cedo perdi toda e qualquer motivação para mostrar valor e entregar aquele trabalho extra diferenciador. Não senti em nenhum momento que esta experiência tivesse corrido bem (excepto nos eventos de empresa presenciais e nas regalias físicas que vou guardar). O meu sistema nervoso absorveu a desmotivação e tive crises de ansiedade e picos de tensão (cheguei mesmo a ser hospitalizada sem ficar a perceber o que se tinha passado). Descobri um mega tumor no fígado e uma gastrite crónica. Esgotei todos os plafonds do seguro de saúde me apenas três meses. E ainda, vi a minha filha a ser operada e escolhi ficar de baixa a tomar conta dela. Portanto, senti esta experiência de braço dado com circunstâncias estranhas e senti que precisava de um recomeço (obrigada pelo empurrão, quando decidiram promover o meu colega de equipa).

Agora, enquanto fecho a porta número 15 e aguardo o começo 16, sinto uma falta gigante de colocar tudo em perspectiva. Culpo-me, mentalmente, por aceitar este desafio. Quero acreditar nele, nas regalias que proporciona e nas portas que abre, mas não consigo. Questiono-me se senti o mesmo noutras alturas, face a outras mudanças, e entristeço-me.

Infelizmente, sei que aquilo que procuro não está incluido neste número (embora possa ser uma forma mais rápida de lá chegar). Odeio pôr isto por escrito e reconhecer isto não só para mim mas para o (meu) mundo, odeio o trabalho remoto. Mas não odeio ter-me colocado nesta situação, sinto e sei que é o melhor para a minha filha, que ela não merecia crescer na Amadora, sem saber se ao final do dia os pais conseguiriam chegar até ela em tempo útil, numa dinâmica de stress constante (aqui onde fica tudo a 5 minutos de distância já é o que é, nem quero imaginar naquele contexto). Eu sou de pessoas, de escritório, de cafés na copa a meio da manhã, só não sou de mudar de vida da noite para o dia de bolsos vazios (tenho ricos pais mas também tenho contas para EU pagar).

Desculpem lá a enxurrada, foi o que se arranjou. Boa semana!


17 de novembro de 2025

Odeio a mudança... de horário

Olá, pessoas giras!!

Cá estou mais um dia, para fazer uma síntese da animação que têm sido os últimos tempos aqui deste lado. A verdade é que não tenho sentido grande capacidade de colocar os temas em perspectiva e lhe atribuir um significado mais romantizado porque (Pasmem-se!) ando exausta.

A Pintinha foi operada para remover amígdalas, adenóides e colocar tubinhos, o que significa que ficámos duas semanas de baixa, praticamente sem sair de casa, a descobrir que um dia afinal tem 50 mil horas para ocupar e fazer atividades com uma criança em recuperação. Quando o pai vinha ficar com a piquena, para aliviar a carga, a mãe ia enfiar-se no quartel em formação para bombeira voluntária.

Simultaneamente, deu-se a mudança para o horário de Inverno e com ela a sensação desesperante dos dias curtos. Aquele escuro noturno às 5h da tarde, quando nem chove nem se vê uma nuvem no céu, é claramente algo que não me agrada nem me convence.

E, embora tenha a plena consciência que não foram estes os únicos fatores a influenciar a qualidade do meu sono, foi aqui que percebi que algo errado não estava certo comigo.

Aquele momento em que nos apercebemos que não há mais volta, que já usámos todas as desculpas e que o nosso caminho não se faz por ali é brutalmente assustador. Quando isto me acontece, eu claramente não sei lidar, porque continuo a identificar o padrão da "fuga" como a minha estratégia favorita (e não gosto disso)... E "o corpo é que paga".

Muito honestamente, sinto que esta é a primeira vez que mudo de emprego sem sentir que o mundo vai acabar se correr mal. A loira da minha vida tem feito de mim uma mulher capaz: ponderada e comedida nos gastos (mais!), a roçar um lado avarento e agarrado bem conhecido no seio familiar.

Adoro sentir que, se der tudo para o torto, tenho planos alternativos ao pé da porta, que posso mudar radicalmente de "tipo de vida / tipo de profissão", sem colocar a máscara de menina alucinada que foi tirar uma licenciatura em Matemática e fala mais do que pensa (é assustador sentir este fecho eclair a funcionar e não dizer aquilo que efetivamente tenho vontade).

Mas, não quero ser hipócrita, não gosto de mudanças e não gosto de trabalhar (ainda que acredite e defenda com todas as minhas forças que toda a gente precisa de trabalhar, se não for para pagar as contas, que seja para ocupar o cérebro com a rotina). E se há algo que eu ainda não aprendi, é sobre a melhor forma de ajustar os comportamentos, os pensamentos e as atitudes, com os 30 dias de pré-aviso que damos a uma empresa. Vou continuar a defender que estes dias não fazem bem a nenhuma das partes, que há sempre um sentimento de traição no ar que não trás nada de bom e que as reações em cadeia têm tudo para libertar 50 mil radicais livres e dar lugar a um incêndio difícil de controlar (e quem é que tem estado a viver a formação de bombeiro voluntário "on fire", que é?).

Ando a sofrer (para dentro) e a lutar comigo (no mundo dos sonhos), a cumprir algo em que não acredito porque os meus valores sobre brio profissional assim o pedem e a esgotar-me, a não me proporcionar a devida paz e tranquilidade que as boas decisões trazem. Como sempre, "o problema não és tu, sou eu".

Boa semana!

10 de novembro de 2025

PWIT Awards 2025

As Portuguese Women in Tech são uma comunidade que eu amo de paixão.

O trabalho que a Inês e a Liliana fazem, ao serviço da diversidade e inclusão, é algo de espetacular e eu orgulho-me de, ao longo dos anos, ter trabalhado em dar visibilidade a esta iniciativa nas empresas por onde vou passando.

Este ano, o meu foco foi nas nomeações para os PWIT Awards (porque tentei fazê-lo no ano passado e os timings eram "apertados"). Procurei fazer ver ao (meu) mundo que não custa nada reconhecer o valor das mulheres que trabalham ao nosso lado e nomeá-las para as respetivas categorias (não lhes caí um bracinho, nem lhes tiram metade do ordenado) e percebi que não é uma tarefa assim tão fácil como aparenta.

Quando vi o meu nome nas cinco mais nomeadas da minha categoria, fiquei muito feliz. Senti que afinal esta coisa de fazer os outros verem que há um longo caminho a percorrer, e que o objetivo não é que nos tornemos todos iguais se não for mesmo isso que queremos, mas que tenhamos acesso às mesma oportunidades compensou. 

MAS... [Quem me conhece já sabe que dificilmente me escapo sem um mas.]

Internamente, esta disseminação de informação, foi uma luta mais difícil do que eu esperava e abriu perspectivas que eu dispensava ter, mas que eu resolvi com um "não se preocupem, eu não tenho qualquer hipótese face às outras candidatas". Ainda há empresas que vêm este reconhecimento como um atrativo para recrutamentos de outras empresas, enquanto eu penso que se a pessoa estiver bem e a empresa fizer um bom trabalho com as pessoas podem vir todos os recrutamentos do mundo que não vai fazer diferença (e isso sim, deveria ter sido a preocupação).

Qual não foi o meu espanto, quando vi o meu nome no top 3...

No passado sábado, 8 de Novembro, fui até Lisboa participar no evento da entrega de prémios. Não trouxe troféu nenhum, mas ninguém me rouba o coração cheio e o orgulho de ver o meu nome no meio de tantos nomes, de tantas talentosas mulheres, das mais diversas categorias na área de tecnologia.

E, hoje, assinei o contrato com a entidade patronal número 50551, ou algo do género, porque se o teu carocha de 40 anos, restaurado, com estofos em pele e pintura metalizada, não tem valor é porque estás no lugar errado (qualquer clube de carros clássicos te vai mostrar isso mesmo).

11 de outubro de 2025

Maravilhas do mundo


Se calhar, estiquei um bocadinho a corda... Vão ser à volta de 12000 peças espalhadas em METADE do chão do meu escritório. Credo! O número grande não me meteu medo mas, agora que tenho noção do tamanho, paro para pensar duas vezes (eu a ser eu) e repensar o investimento.

Este "mimalhão" chegou às minhas mãos no dia 7 de Outubro, veremos como será a nossa evolução.

10 de outubro de 2025

Recruta 2025/2026

 Hoje foi o dia!
Aqui deste lado, há uma jornada que se inicia. Há um desejo e uma aspiração que se alimenta.

Hoje, começou a "nossa" jornada na formação para sermos integrados nos Bombeiros Voluntários de Grândola. Hoje começou uma caminhada que se sabe ser dura, que vai exigir sacrifícios... Que eu não tenho a menor dúvida que me vai cobrar sangue, suor e lágrimas, mas que eu estou convicta em fazer valer.

Hoje foi dia de visita guiada pelo quartel. Aquela possibilidade de conhecer cada canto da casa, que já devemos sentir como nossa... E foi tão fácil imaginar um futuro ali.

Domingo será o dia de conquistar a farda. A aventura de procurar no baú dos bombeiros, tamanhos que nos sirvam, no meio das fardas abandonadas ao longo de diferentes caminhadas. Calças e t-shirt, cinto, boné, casaco e, o item mais desejado, botas da tropa.

A sensação de pensar isto tudo é indescritível. A adolescente em mim, que ainda quis ir para a força área para trabalhar como controladora de tráfego aéreo, está a dar pulos de alegria. Não é, nem de longe, comparável, mas vou fazer a recruta e vou aprender o valor de fazer uma continência. Aquela parte de mim que sempre se sentiu atraída pela vida militar, está eufórica.

Hoje, eu tenho a certeza que voltei a sentir. Sinto-me grata e realizada por ter dado o passo inicial (sem opinião de terceiros, sem empurrões, só por mim mesmo).

Como disse aquele que será o meu "chefe" nos próximos fins de semana: mente aberta, o resto faz-se acontecer.

22 de setembro de 2025

Psicologia ou talvez não

Olá, pessoas giras!

Estou numa fase estranha da vida, em que me apetece analisar tudo na vida à luz da Psicologia... Porque o estudo da mente e do comportamento parece justificar todas as angústias do planeta terra.

Vou começar por partilhar algumas ideias soltas que me têm acompanhado nos últimos tempo.

Origem da palavra solteiro: a palavra remete para só, alguém que vive sozinho, e inteiro, alguém que está completo, intocada ou a quem não falta nenhuma pedaço.
Só podemos casar ou unir-nos, se formos solteiros - sozinhos e minimamente resolvidos ;)

Significado dos sonhos: um medo ou um desejo.

"Somos a média das 5 pessoas com quem mais convivemos." Se eu me rodear por pessoas insatisfeitas e tóxicas, não há esperança para mim... Excepto, se fizer terapia.

Necessidade: qualidade do que é necessário; o que não se pode evitar.
vs
Desejo: aspiração; querer; expectativa de possuir ou alcançar algo.
vs
Vontade: faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos atos; força interior que impulsiona o indivíduo a realizar algo, a atingir seus fins ou desejos; determinação; firmeza.

Quando alguém faz um julgamento (tipo "os homens não prestam" ou "os casamentos são todos iguais"), está a projetar. Ou seja, os homens da vida dessa pessoa não prestam, o casamento dessa pessoa é igual ou de muitas... E isso apenas revela o que a pessoa sente. Não tem nada a ver connosco, tem a ver com o próprio.

Toda e qualquer adição revela uma carência, revela "falta de algo". A adição é uma forma fácil de substituir o que está em falta e mascarar essa necessidade que não está assegurada. Por vezes, pode ser algo tão avassalador como a falta de propósito (tudo na vida corre bem mas a pessoa não sabe o que a motiva e o que a faz levantar da cama todas as manhãs).

Racionalizar - criar desculpas lógicas para a nossa desilusão ("Dás-me um pedaço de chocolate? Não. Eu também não queria!). Parece que nos estamos a munir de justificações, lógicas, para que as nossas escolhas / erros sejam aceitáveis.

Biologia da mulher vs Biologia do homem: A mulher, dada a sua flutuação hormonal, está mais predisposta a funções mais calmas (cuidar, ensinar), daí que exista toda uma vertente histórica da mulher que cuida da casa e educa os filhos. O homem é o provedor / protetor, devido à testosterona, mais direccionado para funções mais físicas (proporciona o aumento da massa muscular). Na vertente histórica, o homem saí para caçar, para trabalhar no campo, para executar os trabalhos mais pesados.

Queria ter coragem para abordar o complexo do salvador (ou síndrome da boa pessoa), mas sinto me sem coragem. Deixo aqui um link que me pareceu super adequado. Foi todo um mundo que se desenrolou à frente dos meus olhos que assusta, que me cola à parede por eu saber que é um padrão meu e continuar a insistir. Um dia eu também dou a volta a isto!

Boa semana!!

11 de setembro de 2025

Ano novo em Setembro

Olá, pessoas giras!!

Mais um ano que começa (sim, para mim os anos escolares sempre tiveram mais peso do que os anos civis)! Eu já regressei ao trabalho pós férias - embora já esteja a contar os dias para as próximas - e a Pintinha começa segunda-feira na nova escola.

Setembro será sempre, para mim, aquele mês de recomeços... Ainda que sinta que Agosto é o pior mês de sempre na história da humanidade para ter férias com a desculpa de descansar, com crianças em idade escolar e com creches e escolas (e até mesmo alguns ATLs) que fecham não há muito como fugir disso e sente-se no mundo laboral a formatação "agora que já fomos todos de férias".

"Antigamente", defendia que Agosto era o melhor mês para trabalhar. Menos trânsito, menos pessoas, menos clientes com pedidos... Atualmente, começo a ver uma mudança (talvez porque há cada vez mais malta nova a pensar como eu) e o mês já não é tão calmo, os anos fiscais já não são tão alinhados (nem com o calendário escolar nem com o civil) e a montanha russa de oferta e procura já não tem uma só sazonalidade.

Este ano, para mim, começa pautado pela gestão de rendimentos. O previsto do IRS para pagar (vender um imóvel em Grândola, ao ex marido, é mesmo uma coisa chique) e o imprevisto do empréstimo ao sobrinho, para lhe alimentar um dos vícios, vieram afetar os meus conceitos de estabilidade económica e prosperidade. As más línguas dizem que este mês (e o próximo), com o ajuste das taxas de retenção, os portugueses iam ter mais dinheiro (falso para alguns que ficam a precisar disso para o acerto do IRS no próximo ano), nas suas contas mas eu nem cheguei a ter essa percepção. E, como é óbvio, não sei lidar com isso.

Há poucos dias, alguém me dizia que eu sou melhor que a Santa Casa (da Misericórdia), para quem me rodeia, e que encaro o meu vencimento com culpa. E eu não curto mesmo pessoas que me conseguem ler daqui até às entranhas e me fazem questionar como é que eu cheguei a este ponto.

Em 2001, no ano em que a minha irmã casou e saiu de casa, o mesmo ano em que eu entrei na Universidade e fugi para o Algarve, o meu pai teve uma oportunidade de trabalho, segundo ele, irrecusável. Esta semana, sentei-me ao lado dele e perguntei-lhe "quando recebeu o primeiro vencimento nessa nova empresa, sentiu-se culpado?" e sei que se não tivéssemos sido interrompidos teria sido excelente para os dois. Ele nunca sentiu culpa de receber mais, sentia-se merecedor e teve todo o reforço positivo possível e imaginário de quem trabalhava com ele e o procurou após esta mudança ("se eu soubesse que o Abílio saía era eu que o tinha ido buscar"). Mas ficou-lhe a culpa, que ele diz ainda sentir, de voltar costas ao patrão de uma vida (afinal foram só 20 anos). O Sr. Joaquim Ângelo foi (e é) um ícone aqui na vila e eu entendo a reverência e o respeito (especialmente agora que o meu pai partilhou comigo os requintes da contra proposta). Sobre valores, diz que nunca se sentiu culpado porque fez toda a diferença na nossa dinâmica familiar e justifica o atual valor da reforma. Não chegámos à parte em que seria a minha parte partilhar asneiras para ele me pôr em sentido, infelizmente.

Ontem, tive a minha reunião de preparação para o início da formação / recruta que vou fazer nos próximos tempos. Quando dei por mim, tinha dois dirigentes a fazerem-me uma espera, porque já conheciam o meu discurso e queriam fazer-me uma proposta. Houve uma parte de mim intrigada, outra curiosa e outra simplesmente incrédula, queriam oferecer-me aquilo que eu quero para mim daqui a 10 anos (com a casa paga e a independência financeira) e eu... Nem lhes dei hipótese! Não sei de onde tirei coragem, não sei onde fui buscar o meu eu mais honesto e menos besta e toda a convicção do mundo para dizer simplesmente "eu tenho emprego, trabalho na minha área de formação e tenho um bom ordenado, não vou largar isso para vir trabalhar convosco ainda que seja algo que quero mesmo para o meu futuro, senão não estaria aqui hoje".

Se eu não tivesse sido a Santa Casa (não só nos últimos 10 anos, mas se calhar nos últimos 20), talvez a resposta tivesse sido diferente. Mas a verdade é que também não estaria aqui, a proporcionar uma vida de conforto e leveza à luz dos meus olhos (sim, a miúda vai ter direito a duas casas - que eu duvido muito que seja as duas em Grândola mas até lá que não me doa nada - mas agora é o tempo de sentir a abundância, sem culpa, para criar memórias).

Bem, acho que já deu para perceber que anda um fantasma gigante cá por casa. Esta coisa de "ser diferente" agora bateu-me com mais força (logo agora que ando no meio dos senhores agricultores e proprietários) e tenho que entender o que fazer com isso. Nunca senti que ser a ovelha branca da família fosse algo ruim, portanto, porque não ser a ovelha branca feliz e contente que se afasta aos saltinhos?

Boa semana!

5 de setembro de 2025

Acabou o Verão

Olá, pessoas giras!!

Há uma expressão cá na terrinha, sobre o nosso mais famoso evento, que associa o final da Feira de Agosto com o final do Verão e que nunca me pareceu despropositada.

A Feira de Agosto acontece no último fim de semana de Agosto, aquele mês que já por si se associa às férias de Verão, e é um evento caracterizado por reencontros, abraços apertados, sorrisos descontraídos, dias a ficarem mais curtos e noites a ficarem mais frias.

Este ano, a feira terminou com um sabor agridoce. Foi oficialmente a minha primeira feira como mãe, no sentido em que a Catarina já percebe tudo o que se passa á volta dela, já tem opinião e já expressa os seus desejos (que não passam por ficar em casa com os avós).

O primeiro dia foi, no mínimo, diferente. Fiquei doente, com algo tipo gripe ou constipação, e não ponderei em momento nenhum sair à rua. Curiosamente, a minha irmã tinha um jantar com o outro lado da família e, quando lhe pedi que levasse a Catarina, após o processo de hesitação e descrença, ela fez acontecer.

Na sexta-feira, já estava revitalizada e a Ângela e os seus vieram para minha casa. 6 almas dentro de um apartamento a tentar regular emoções. O propósito, que era ver o concerto dos 4 e Meia, foi parcialmente cumprido e não se pode pedir muito mais. Uma hora de concerto, excesso de estímulos (de uma feira repleta de luz e som), crianças cansadas...Vimos duas ruas, das principais, e rumámos a casa (no abençoado comboio Lotas que a feira disponibiliza em viagens regulares entre o recinto e o centro da vila).

No sábado, o cansaço pesava, a regulação emocional falhava e eu, deixei as visitas à vontade, e escolhi pensar em nós. Fizemos uma mega sesta as duas para nos preparar para a noite. Jantámos, orientamo-nos mas demoramos para sair. Chegámos tarde e rumámos aos carrosséis, estava prometido às crianças. Eu tinha um evento com os meus antigos colegas de escola, que correu 50500 vezes melhor do que esperava. Mas, ainda mal tinha passado meia hora da chegada à feira, quando as visitas optaram por ir para casa (um bebê mega estimulado, uma criança a colapsar de cansaço e um terceiro com fome - não consigo imaginar a sensação mas não tenho qualquer dúvida sobre a escolha certa). Tudo isto, fez de mim uma mãe descontraída, com uma filha bem disposta pela mão. Dançámos, brincámos, andámos nos carrosséis. Corremos, rimos, descansámos e conhecemos pessoas, juntas. Como a sorte protege as audazes, tivemos boleia para casa e, tarde e a más horas quando a depositei exausta na cama, ainda ganhei um "obrigada, mamã". Eu não sabia, mas aquela foi a melhor noite da feira.

No domingo, as visitas regressaram a casa, a avó queria ver o concerto da filarmónica (é fã desde sempre e esteve lá para mim sempre que eu vestia a farda e ela conseguia estar presente) e decidimos ir as três. Não foi bom! É um trio ainda a aprender os seus limites, que culmina numa criança desregulada, a esticar a corda, sem respeitar ninguém. Durante o concerto, já estávamos em modo descontrolado, mas ainda deu para ouvir umas músicas e encaminhar o caos para casa.

Na segunda-feira, o tal dia que simboliza o fim do Verão, o fim das férias, o fim da farra... O fim da feira e um "até para o ano". Negociei para ter tempo para mim. Fui com a Catarina à feira ao final do dia, para gastar os últimos créditos, para fazer as compras anuais de frutos secos, para as despedidas, para as últimas viagens no Lotas. Foi calmo, foi paz, foi bom. Deixei a Catarina com os avós e fui aproveitar a minha noite de crescida. Bug mistake! Estive com a maltinha de Sines, vi o concerto mas... Não era eu, não estava completa. Ainda tentei resistir ao impulso de ir para casa, mas... Excesso de idade, falta de álcool e ataque de solidão (ou falta de caras mais familiares) senti-me derrubada. Apanhei o comboio, praticamente vazio, e fui dormir (isso sim, uma necessidade básica e relevante).

E abracei a minha semana de férias a duas! É tão bom aprender o valor de cada gargalhada, de cada reação a um comentário sobre os desenhos animados que não deveríamos estar a ver, de cada momento de mãos dadas, lado a lado... Mesmo durante as guerras para sossegar, para ceder, para definir limites, mostras me o teu fundo bom, o teu coração puro e isso pesa mais do que qualquer palmada desvairada que me faça saltar os óculos. Temos muito caminho pela frente, e que nunca nos faltem forças para o fazer acontecer.

Pessoas giras, o Verão acabou (não foi a feira de Agosto que o disse, foi o mar revolto e os ventos frios), mas os dias de férias são para ir espalhando... Charme 😉

20 de agosto de 2025

Efeitos secundários

Olá, pessoas giras!

[Estou de volta ao dia 4 e não sei bem o que pensar sobre isso.]

No meu cérebro, era expectável que os eventos familiares provocassem uma regressão neste processo, porque iria sempre existir um brinde à prima aniversariante que decidiu juntar a família toda. Só não pensei que essa seria a porta para "descambar".

Não sei lidar com a pressão dos pares e, noto cada vez mais, que o facto da família usar o álcool como defesa/máscara não me ajuda. Sei bem que não me vou atirar de uma ponte se todo eles forem, que quero diferente para mim (e que sempre fiz por isso), mas torna-se difícil lidar com eles alcoolizados sem que eu tenha a mesma "descontração".

Eu não me quero tornar naquela pessoa que está num jantar de amigos e não enche um copo de vinho para brindar, eu quero poder beber uma cerveja (ocasionalmente, como fazia antes) sem sentir que tenho que esvaziar a grade, mas também quero que essa cerveja não seja uma desculpa para seja-lá-o-que-for.

Simultaneamente, há algo que eu já me tornei quase sem dar conta, e não me importo nada.

Há uns anos, quando ouvi este adjetivo associado a mim pela primeira vez, senti-me apreensiva (como quem não sabe atribuir o verdadeiro significado a uma palavra e sente que está a ser atacado) e recusei a ideia / o conceito. O meu chefinho de eleição queria que eu me tornasse evangelizadora de uma ferramenta de visualização de dados que, efetivamente, podia mudar o processo de tomada de decisão dentro da empresa.

Hoje, quatro ou cinco psicólogos (e dois psiquiatras) depois, assumo o adjetivo com todo o meu ser, noutra vertente. Pessoas giras, evangelizadora da terapia me confesso! Esta é uma daquelas "modas" a que estou completamente rendida e sinto que faz falta a toda a gente e não consigo deixar de querer espalhar a "palavra". Só lamento sentir que nem todos os profissionais da área abraçam (a profissão) da mesma forma e sei, por experiência, que isso é o suficiente para fazer toda a diferença.

Terapia é colo, é disciplina, é reencontro, é dor, é mudança... E muito mais. Todos aqueles "mais" que ajudam a endireitar as costas, erguer a cabeça e olhar a vida de frente, sem ter que pedir desculpa nem permissão a cada passo.

[E sim, a cada contrariedade vai existir uma vontade gigante de desistir, de não querer mais "levar na cabeça" mas questionem sempre "querem mesmo desistir de vocês?".]

Abraço apertado! E boa semana!

15 de agosto de 2025

Scorpions - Still loving you (1984)

Time, it needs time
To win back your love again
I will be there
I will be there
Love, only loveCan bring back your love somedayI will be thereI will be there
Fight, babe, I'll fightTo win back your love againI will be thereI will be there
Love, only loveCan bring down the wall somedayI will be thereI will be there
If we'd go againAll the way from the startI would try to changeThings that killed our love
Your pride has built a wallSo strong that I can't get throughIs there really no chanceTo start once again?I'm loving you
And try, baby, tryTo trust in my love againI will be thereI will be there
Love, our loveShouldn't be thrown awayI will be thereI will be there
If we'd go againAll the way from the startI would try to changeThings that killed our love
Your pride has built a wallSo strong that I can't get throughIs there really no chanceTo start once again?
If we'd go againAll the way from the startI would try to changeThings that killed our love
Yes, I've hurt your prideAnd I know what you've been throughYou should give me a chanceThis can't be the end
I'm still loving youI'm still loving youI'm still loving you, I need your loveI'm still loving youStill loving you, baby
I'm still loving youI need your loveI'm still loving youI need your love

I need your love
I need your love
Still loving you


8 de agosto de 2025

Razão vs Coração

[Dia 23: Aquele desejo gigante que deixar o álcool fosse a cura para todos os males 😜] 

Olá, pessoas giras!

Mais uma semana que termina, e aquela sensação no peito de quem anda a "amassar pão" de forma brutalmente intensa, com apreensão mas a certeza de que este é o caminho certo.

Nos últimos tempos, andava a sentir que o meu vínculo com a piquena era muito ténue e escolhi esta semana para mudar isso (ainda que isto seja a visão do meu lado racional tendencioso). Em cada um dos nossos finais de dia, tirámos 10 a 15 minutos para sermos só nós, que é como quem diz que me sentei na mesinha pequena a fazer plasticina (eu detesto plasticina), que ouvi e dancei K-Pop como se fosse a mais recente descoberta do mundo, que voltei a encher a banheira para estarmos as duas a fazer penteados com e sem espuma, que fomos ao parque e estivemos, as duas, a jogar à apanhada... Porque quero que ela sinta que estou presente e disponível. E, como diz alguém muito sábio: "mas presença garante amor?", eu sei bem que não, mas o amor e o carinho e as gargalhadas nunca deixaram de existir entre nós, só a "presença" andava a falhar.

Simultaneamente, começou a saga "em que escola colocar a Catarina no próximo ano". Já mencionei cenas intensas? É que isto tem estado a dar cabo de mim. Porque toda e qualquer pessoa no planeta terra parece ter uma opinião sobre este assunto. Começou nas mães dos amiguinhos que estão na mesma sala da Catarina (que têm por garantido que vão entrar para a Primária daqui a um ano), passou pelas amigas de circunstância com filhos mais velhos e já conhecem as escolas todas, segui-se para a família (pai, mana, mãe e ex-marido) e terminou com a diretora chata da escolinha atual. O meu lado convicto que tentou a vaga no público e escolheu a escola que lhe fazia mais sentido, está encolhido num canto do meu ser a pensar onde estava com a cabeça no momento de ir mexer neste assunto.

Como se não bastasse, hoje, fui brindada com uma bola curva... "Consegue chorar?" Se eu tivesse dado permissão ao meu lado respondona, vinha de lá um "para quê!? de que é que isso me serve?", mas eu também sei que o propósito de fazer uma caminhada está muito longe de ser "não sair do mesmo sítio" e contive-me, e geri o desconforto de perceber que chorar deveria ser "o normal procedimento da aplicação" mas este desenvolvimento não estava previsto, nem foi feito um levantamento de requisitos e, claramente, eu não sei como o fazer acontecer (a não ser com filmes idiotas que terminam com um drama de bradar aos céus, normalmente é alguém que morre, e aí sim, consigo sentir uma tristeza enorme porque estou nos sapatos do outro e choro como se não houvesse amanhã).

Portanto, termino a semana com uma "simples" missão: SENTIR!

[Se souberem onde é que isso se encontra em versão eficaz partilhem, que algo me diz que desta vez é fracasso assegurado - "mas não nego à partida uma ciência que não conheço".]

Bom fim-de-semana.

30 de julho de 2025

O "peso" das coisas ditas em voz alta

[Dia 14: Sigo fortíssima na "imposição" mas hoje, em consulta, abri mais umas três "gavetas" por arrumar e sinto que vai ser dos dias mais difíceis de resistir à tentação - dava um jeitão tapar isto tudo com uma bela garrafa de Mateus Rosé 😁]

Olá, pessoas giras!

O lema para o dia de hoje é: "um empurrão por dia, não sabe o bem que lhe fazia!"... A parte pior na conquista deste lema é que eu não posso culpar ninguém (hahahahaha!). Eu sou "de pessoas" (ainda que passe o tempo a dizer que as detesto - é só porque nem sempre dão uso ao cérebro) e gosto de conversar (até me ando a esforçar para melhorar a minha escuta ativa em vez de escutar para responder). E a força ou o peso de algo que é dito em voz alta, não se compara em nada àquilo que fica apenas no domínio do nosso pensamento.

Este mês, entraram na minha vida duas mulheres incríveis, uma loura e outra morena, que se complementam sem saber (embora já saibam as duas que a outra existe). Duas senhoras mulheres, com corações do tamanho do mundo, que eu adorava que tivessem aparecido antes, mesmo sabendo que tudo na vida acontece por um motivo e que agora era a hora certa para eu estar pronta para elas.

Com elas, sinto-me eu (e sim, eu sei que isto soa a disparate que eu já não tenho idade para filtros e viver a agradar os outros mas eu ainda não cheguei a esse ponto - foco no AINDA). Com elas falo "tranquilamente" sobre tudo e mais um par de botas, com opiniões e sensações honestas, sem máscaras e sem (muitas) fugas. Talvez por isso, remexo em muita coisa que guardo cá dentro, daquelas que ninguém da família quer ou gosta de ouvir, e verbalizo.

É neste momento que: "está o caldo entornado"!

Quando as mágoas, as dúvidas ou os receios vivem na esfera do pensamento, eu posso sempre fingir que nada daquilo existe, que foi só uma "cena" passageira, uma "interpretação" do momento. Quando essas ideias me saem em enxurrada da boca para fora (não fosse eu uma mocinha que consegue conversar mesmo sem ter assunto), é como se passassem a ser um prego pregado numa tábua - eu posso tirar o prego mas aquele buraco, aquela marca, já não vai sair. 

Estamos em 2025 e cheguei à fase da minha vida em que eu preciso mesmo de olhar para o prego, e para a tábua, e fazer-lhe o mesmo que o espremedor faz à laranja (referência ao espetacular anúncio da Cuétara: Vi o que fazes com as laranjas. Se te trouxer uma vaca tiras-lhe o leite?). Eu sei que com calma e com cuidado e com amor, eu vou conseguir encher esses buracos de terra e sementes e estarei cá para ver as plantas crescerem e fazerem de de mim um mulherão ainda mais espetacular.

Senhora produtora de melancias e senhora decoradora de inspiração grega, a caminhada que se avizinha vai ser turbulenta, não vai dar para fugir aos altos e baixos e já sabemos que há lugar para as minhas gargalhadas nervosa, tal como para as minhas lágrimas inesperadas e desgovernadas, mas fico feliz por vos ter do meu lado.

Abraço apertado, a todos os corações (magoados e sem ser) que passam por esta página, quando eu me curar a mim vou poder tentar curar-vos ainda com mais convicção 😉

22 de julho de 2025

Primeiro fim de semana sem álcool

 Olá, pessoas giras!!

Hoje é o dia número 6. Seis dias sem consumir álcool (vou arranjar um distintivo para comemorar cada meta - tipo semana a semana) e confesso que a parte pior foi mesmo a primeira sexta-feira desta aventura por calhar num fim de semana sem Princesa. Houve um lanche tardio em família, que facilitou a fuga aos habituais jantares de sexta e as rodadas que os antecipam. Depois, como o mau humor já tinha atingido máximos olímpicos, saí para dar uma voltinha pela vila e ver as festarolas. Havia um arraial junto à Música Velha, que mais parecia uma jantarada de amigos - visto que estava tudo sentado a comer em mesas corridas e o acordeonista tocava "porque sim". Os bares estavam às moscas, os nossos locais "do crime" também e o rumo a casa nunca me pareceu tanto o mais acertado.

Sábado foi dia de passeio à capital, para visitar o Marco (agora no Curry Cabral). Depois da fase intensa na unidade de queimados do São José, começa agora a fase de reabilitação física. Seis meses depois da explosão, a trabalhar como mecânico, que o deixou com queimaduras gigantescas por todo o corpo, ele já se senta, já faz piadas parvas sobre não voltar a precisar de manicure e já se move para os lados para nos ver (ainda tem a vista muito afetada e a visão periférica parece ser a que funciona melhor para ele). Soube bem, é fácil sentir que ele gosta de pessoas e que as nossas visitas, apesar de o cansarem imenso, lhe fazem bem. A fazer 100 agachamentos por dia e nem sei quantas flexões, aquele ex paraquedista rapidamente volta para perto de nós, nem podia ser de outra maneira.

No regresso, o meu intestino decidiu reclamar da vida e lá tivemos mais uma sessão de hemorragias. Como não posso culpar o álcool, porque "ele" agora está de castigo, vou ter que culpar o gás e fazer mais algumas restrições por conta própria. Portanto, coca cola zero sabes que sou muito feliz contigo mas preciso de um tempo, o problema não és tu, sou eu.

Para começar bem a semana, o Tico e o Teco decidiram pensar convictamente na profissão 50500. Será que eu preciso mesmo de uma mudança nesta fase da vida? Ou estou só a fugir do meu aborrecimento crónico no que diz respeito a seja-la-o-que-for? Tenho uma facilidade incrível em passar oito horas em frente ao computador e não fazer nada útil (nem para mim, nem para o meu contexto laboral). Não me concentro, não me foco mas sei que a falta de estratégia definida e alguém que perceba efetivamente dos dados que eu estou a tentar "mudar" não me ajuda. Simultaneamente, também sei que me perdi do meu propósito de vida (visto que se atingir o FIRE e viver dos rendimentos, vou ter ainda mais tempo sozinha para ocupar) e isso também não ajuda nada.

Como não pode ser tudo mau, a Princesa voltou para casa como uma energia positiva incrível e eu só tenho que apanhar o barco e acompanhar. Sempre odiei plasticina (nem sei explicar porquê) e agora temos a nossa própria estação de trabalho para esse efeito e sou eu que lhe dou mais uso (ninguém disse que trabalhar plasticina, com ferramentas próprias, era fácil).

Pensamento positivo: hoje já é terça-feira (diz a gaja que percebeu que ao fim de semana não sofre tanto de angústia e stress)!

Boa semana.

17 de julho de 2025

Update médico (Dia 1)

 Olá, pessoas giras!!

Ontem foi dia de revisão médica, o que só por si já fez desta semana muito interessante, e as novidades são gigantes! 

O nódulo que tenho no fígado, apesar de parecer gigante, é benigno e só requer vigilância (para o caso de crescer além dos 6cm por 4cm - UAU). Mas... [Bolas que a porcaria da vida nunca consegue acontecer sem um mas.] As minhas hemorragias continuam, semana sim semana não, e a senhora doutora acha que posso ter varizes no intestino. Estudámos a parte de cima, estudámos a parte de baixo e, como falta a parte do meio, lá vou eu engolir uma câmara para estudarmos a parte do meio.

E é nestas alturas em que uma pessoa decide encarar a vida de frente e ter conversas descompensadas com os médicos... 

"E se eu lhe dizer que isto só acontece quando bebo, nas semanas em que não tenho a Princesa comigo!?"
[A sra doutora amou e decidiu "acabar" com o meu mundo.]
"Vamos ter que mudar isso."
"Uma cerveja, de vez em quando?"
"Nada. Durante dois meses, vamos cortar completamente. Para ver se os valores alterados das análises vão ao sítio só assim e se o fígado deixa de estar em sofrimento."
"E se for um copo de vinho?"
"Zero!"
"E coca-cola e outras bebidas com gás?"
"Pode, desde que seja sem álcool!"

E assim, percebes que a sra doutora, em menos de meia hora, te ficou a conhecer ao detalhe porque tem acesso a todo o teu historial médico e exames feitos, acompanhados pelas belas pérolas que te saem pela boca.

Como se não bastasse, os dez quilos de medicação que tomo para tudo e mais um par de botas, incomodam muita gente e está na hora de mudar de vida.

Vou ter acompanhamento em Psicologia Clínica. Dra Ana, só a julgar pela conversa telefónica de uma hora que tivemos ontem, ainda nos vamos rir muito juntas. [Não percam os próximos episódios, porque nós também não!]

A vida continua a acontecer fora de portas, o ambiente no trabalho está cada vez mais estranho (porque as tarifas do Trump estão a exigir ainda mais cortes), recebo chamadas que começam com "Mãe Bibiela" e continuo à procura de mim. Mas terei tempo para partilhar outras aventuras.

Primeiro dia sem álcool concluído com sucesso. Muitos mais pela frente, com imensos eventos sociais (já que tudo acontece nestes meses) e a certeza que este é o caminho que tenho que fazer.

Boa semana!!

4 de julho de 2025

Oráculo dos Arcanjos


 Origem da situação atual: Reconfortar

Até a pessoa mais forte passa por situações desagradáveis e não é vergonha precisar de tempo para curar o coração. Esta é uma boa ocasião para refletires tranquilamente sobre os teus verdadeiros sentimentos. Por isso, escreve um diário privado e depois chama-me para reconfortar a tua mente e o teu coração. Posso ajudar-te a dormir melhor e sossegar a tua mente.

Verdade da situação atual: Compaixão

Posso ajudar-te a perdoares-te a ti e aos outros, ou a veres o ponto de vista de todos com compaixão. Não tens de mudar a tua posição ou o teu comportamento. Tens apenas de abordar a situação com um coração afetuoso, o que te fortalece e permite que brotem soluções criativas.

Resultado/resolução (se nada mudar): Paciência

É preciso tempo para uma semente furar o solo e maturar até ser uma planta florida. Contudo, cada momento do ciclo de vida de uma planta pode trazer alegria àqueles que reparam na sua beleza. Do mesmo modo, desfruta do processo ao concretizar os seus sonhos. Abranda e sente gratidão, já que cada passo torna a tua manifestação tangível. Fica atento às lições e ao amor que brotam sempre que dás um passo para realizar os teus sonhos.

2 de julho de 2025

O regresso

Olá, pessoas giras!

Depois de três semanas de baixa, ontem foi o dia de regressar ao trabalho. E entre as 50 consultas médias e outros tantos exames, a fazer piscinas entre Grândola e Lisboa, com a morte e tudo o que isso implica de alguém relativamente próximo (é parvo, mas aqueles momentos em que me deram os sentimentos pelo meu sogro, a acharem que falavam com a minha irmã, tornou tudo ainda mais pesado), sinto que o descanso que tanto precisava nunca chegou.

Mas... (Sempre fui uma mocinha de "mas" bem vincados.)

Não pode ser tudo mau. Consegui aproveitar o tempo para fechar temas pendentes (ou tentar), consegui descobrir que o mal de todos os meus problemas vem de dentro de mim (literalmente), consegui desligar as vozes dos macaquinhos no meu sótão e consegui perceber que este ano os cálculos do IRS estão contra mim (vender casas que nem gente rica tem disto e nem o bónus anual da empresa me salva).

Sobre o trabalho, pouco há a dizer... Quando me ausentei a casa tinha uma fogueirinha acesa, longe de queimar alguém, e, neste momento, há um fogo gigante a ganhar terreno a cada dia e em risco de consumir os alicerces mais estáveis. Daqueles que nem o meu estagiário favorito com o curso acabado, à espera da promoção a bombeiro consegue dar conta.

Felizmente, nada disto coloca o vencimento em causa, nem o negócio da empresa porque "são APENAS dados" (num local que se quer com decisões baseadas em dados, hahahahaha).

Boa semana!

27 de junho de 2025

O dia B

Desde que voltei a esta vida de escrita de bloguista, senti sempre que existiam por aqui mais olhares do que eu gostaria e isso fez com que eu me "encolhesse".

Se fosse o caso de serem só os ex (se são ex já sabem muito mais do que o público geral, portanto, não lhes ia acrescentar nada de valor), mas A partilha com B e B partilha com C e ainda há os 50500 que dizem que não precisam de mim na vida, porque sabem bem onde vir cuscuvilhar, e eu, claramente, não preciso disso.

Mas, enquanto não decido se fecho ou não a porta aos olhares curiosos, vou partilhar tudo como se nada fosse.

Hoje foi o dia B e, desta vez, não foi o dia B de viagem para algum lado, foi o dia B de benigno.

Quando nos falam em nódulos pela primeira vez, o comum dos mortais pensa sempre que é algo normal, que pertence aos 95% dos casos que não significam nada ou que dos 5% que são maus, na hora da verdade o resultado é favorável (mesmo quando há uma veia pessimista a falar mega alto).

Quando nos falam em nódulos pela segunda vez, o chão desaparece debaixo dos nossos pés. É impossível não pensar que fomos brindados com um amiguinho do anterior, que ficou escondido á espera, ou que as nossas células são uma bela porcaria e têm todas brinde. Quer sejam 44mm ou 60mm, só conseguimos pensar que não importa o tamanho, o que importa é o que se faz com ele (e, se depender de mim, é cortar fora o pedaço e estimar a parte que fica).

Não seria eu se não corresse atrás de 50 médicos e outros tantos exames (querias estar de baixa para recuperar mas a vida tem planos diferentes), para chegar a um dia como o de hoje: "Tem uma não-sei-quantos-plasia não-sei-que-mais aumentada BENIGNA"

Gente gira, ainda não é desta!
Não sei os próximos passos, não sei as implicações, mas sei que não é cancro e isso para mim já é lucro.

24 de junho de 2025

Amar é...

Conceitos soltos que aprendi sobre o que é amar, enquanto explicava a alguém que agora escolho amar-me a mim e, se não for pedir muito, amar a vida.

  • Assobiar na rua, depois da meia noite, sem medo de acordar os vizinhos;
  • Oferecer o ombro, o sofá, a mantinha, o comando, o café, o chá e até a bacia da casa de banho;
  • Espreitar à janelas, vezes sem conta, na esperança de encontrar a pessoa amada, numa das suas caminhadas;
  • Tentar esconder o sorriso e o brilho no olhar, que já iluminaram o espaço todo em redor, quando a pessoa amada aparece (no nosso dia, na nossa frente ou no mesmo sítio em que estamos);
  • Acreditar que não são precisos jogos de palavras nem dúvidas no ar e assumir "Gosto de ti" (ou qualquer outra expressão do gênero que signifique a mesma coisa);
  • Querer dar o passo maior que a perna e querer mostrar ao mundo a imensidão desse amor (logo a partir dos primeiros 10 segundos de um "sim, podemo-nos encontrar");
  • Deixar ir!

17 de junho de 2025

Segundo de 2025

 


As quatro verdades são conceitos simples que temos tendência a esquecer-nos ao longo da vida: ser impecável com a nossa palavra; não levar nada a peito; não tirar conclusões precipitadas e dar sempre o nosso melhor. Porque a própria sociedade e a forma como somos educados manipula a nossa forma de estar e de pensar. Mas só depende de nós fazer diferente.

16 de junho de 2025

Carta aberta ao meu ex

Olá, olá!

Hoje é o dia.

Há uns tempos valentes que eu devia ter começado a organizar o cérebro, mas a inércia tomou conta de mim e a vida por objetivos estava a funcionar que eu fui arrastando tudo. Mas agora que a maior parte dos temas está fechado, que tirando a saúde já está tudo em piloto automático, está na hora de voltar a ser eu.

Primeiro, a carta aberta segue por esta via porque eu sou muito burrinha, e desde que voltei a escrever aqui que o meu maior receio era mesmo "quem lê estes desabafos" (mas a verdade é que a escrita em papel que tantos advogam como milagrosa, não funciona assim tão bem para mim), mas tenho perfeita noção que há coisas que sabes, comentários que fazes e referências que nunca seriam possíveis se não passasses por aqui.

Segundo, a necessidade da carta aberta existe porque eu ainda não fiz as pazes com a situação (há vários temas da separação / divórcio que nunca foram endereçados, nem vão ser, mas que eu preciso de "deixar ir").

Há coisas que eu não vou ser capaz de esquecer nunca, mesmo sabendo que no "calor do momento" se diz muita asneira, como a tua resposta à minha sugestão de darmos um tempo e ficar cada um de nós uma semana com a Catarina, na casa de família, e na outra semana ficarmos com os nossos pais/mãe. A indignação que mostraste por teres que assumir à tua mãe que o teu casamento não estava bem nunca me fez sentido (não se assume que não está bem e se tenta resolver mas assume-se que vai cada um à sua vida) mas, agora, respeito. Nunca foi novidade para mim quem era a prioridade (contra mim falo que só agora iniciei o processo de colocar a minha família no devido lugar, ou de me colocar a mim no devido lugar face à minha família). Em cima disso, ouvir-te dizer que posso ficar com tudo excepto a Catarina e o Stout pareceu-me algo digno da canção da Ágata ("tira-me tudo na vida e o mais que consigas mas não fiques com ele"), bem sei que sempre tive a veia de mãe adormecida mas, da mesma maneira que não querias ser afastado da vida dela, não me parece muito lógico achares que eu o faria.

Toda esta mágoa faz-me sentir que ainda não fechei o capítulo (e, claramente, enquanto não termina um não há nenhuma forma de outro começar de forma pacífica e serena). Já estou muito orgulhosa por sermos pessoas capazes e trocarmos mensagens e alinharmos as coisas da Catarina (e até outra partilhas aleatórias sobre empregos ou tecnologia), sinto que fizemos um progresso gigante para não sentir vontade de te espancar a cada pergunta distraída que fazes (eu sei que já eras assim antes e que tinhas uma gaja espetacular, linda de morrer com uma memória incrível para te lembrar de tudo, mas se calhar agora precisas apostar mais nos lembretes do google 😁). Só que ainda temos que alinhar uma coisa ou duas, tipo não me avisares na véspera quando precisas que fique com a Catarina para trabalhares, ou não recusares sempre que questiono se podes ficar com ela (convém que uma mão lave a outra, porque eu também tenho vida, simplesmente - já - acho que dá para tudo).

Eu já não tenho nenhum interesse romântico em nós. Obviamente, vou guardar os nossos anos muito felizes, vou recordar as datas marcantes e vou fazer o melhor para que a Catarina transforme a expressão "quando eram amigos" para algo tipo "quando viviam juntos". Sinto que ainda carregamos o peso das meias palavras, do que gostávamos de dizer mas não conseguimos, e sem ultrapassar isso continuamos a alimentar um capítulo mal resolvido.

Enquanto permitirmos, vai continuar a ser estranho estarmos juntos. Arrisco dizer que será 50500 vezes mais simples quando cada um de nós tiver encontrado a sua nova cara metade e nenhum dos nossos antecessores familiares estiver por perto. Mas o meu lado espiritual ainda não embarcou pela futurologia e não consigo fazer previsões desta natureza.

Lamento que a vida em Grândola não faça sentido para ti (quer se queira quer não, uma vida sem ter que fazer "piscinas" entre códigos postais ia fazer diferença), também não fazia para mim e ando a aprender a fazer resultar (até já exploro alternativas para ser uma pessoa capaz e trabalhar por aqui), porque sinto e sei que para a Catarina é o melhor.

Respeito e aceito quem és, reconheço os momentos de insanidade temporária e coração ao pé da boca e agradeço por tudo o que vivemos.

Obrigada, pai da Catarina!

9 de junho de 2025

Revisões

Olá, pessoas giras!!

Os últimos tempos têm sido um pouco atribulados... 

Fui à revisão e os valores da tiróide e marcadores tumorais estão ok, mas algo de errado se passa internamente e temos que fazer outro tipo de abordagem. Vou ser encaminhada para a medicina interna e fingir que participo num daqueles episódios do Dr. House, onde se exploram as diferentes teorias de doença para despistar e encontrar o caminho correto para a cura. Mas antes que o Tico e o Teco se atirem da janela, estou de baixa à procura de mim mesma.

Simultaneamente, troquei (finalmente) os pneus do carro e marquei a pseudo revisão que ele precisa. Esta coisa de deixar, ingenuamente, o depósito na reserva dá sempre porcaria e ele voltou a processar aos soluços e perder força. Está na hora de optar por medidas drásticas e levá-lo a uma oficina parceira da marca para ver se tratam dele de ponta a ponta e em bom.

Por fim, o meu amigo de muitas aventuras declarou o seu próprio óbito e eu fiz a revisão do mercado (sem estudar a concorrência), vendi um rim e apostei os créditos num novo relógio. Abençoadas alegrias das pequenas coisas.
Boa semana!!

28 de maio de 2025

Baloiçar


Ontem à noite saí, para deambular e apanhar ar (depois de sobreviver à minha primeira reunião de condomínio no novo código postal). E dei por mim a pousar a cabeça, no baloiço da vizinhança, debaixo da luz de milhares de estrelas. Gosto daquele lugar.

22 de maio de 2025

As fases do luto

Fase 1: Negação
Aquele primeiro instante em que a pessoa se recusa a aceitar a perda.

Fase 2: Raiva
A fase do turbilhão de emoções que motiva as respostas bruscas e desagradáveis e pode mesmo conduzir à autodestruição.

Fase 3: Negociação
Entra a etapa do "e se", em que a pessoa debate consigo própria se os eventos podiam ter acontecido de uma forma diferente e usa esse padrão de pensamento como forma de proteção.

Fase 4: Depressão
Chega o choro fácil, o apego à dor e o sofrimento contínuo. A pessoa isola-se e deixa de encontrar alegria nas actividade que antes a faziam feliz.

Fase 5: Aceitação
A nova realidade ganha forma e os sentimentos de angustia dão lugar à paz interior.


20 de maio de 2025

Tu na tua e eu na minha


Há coisas sobre mim que não vou conseguir mudar nunca, que ficam cravadas na pele, na alma e na essência... Gostar de música portuguesa é uma delas porque alguém fez um trabalho intenso comigo.

Depois disso, eu fiz o resto dos estragos. É um daqueles temas controversos, porque não gosto apenas de boa música portuguesa (infelizmente), mas desde que me arranque sorrisos genuínos e sinceros, que me deixe a vibrar no comprimento certo, que seja como o álcool: cheio, se faz favor.


16 de maio de 2025

Dia da família

Olá, pessoas giras!

Ontem foi o dia da família... E eu escrevi uma dissertação sobre a avó Generosa, que perdeu o marido demasiado cedo, e os seus cinco filhos, sobre o amor da avó Isabel e do avô Chico Dias, e os seus três filhos.

Acho que nunca tinha parado para olhar para a minha estrutura familiar com olhos de ver, sem julgar, só a assimilar factos mais repetidos do que alguma vez imaginei. Coisas tão simples com: desde cedo que se perdeu ligação à família do lado da mãe (talvez só porque o pai tem mau feitio e não tem muita paciência) e a "cola" ao lado da família do pai também já não é o que era.

Eu, menina sonhadora e crente me confesso, ainda defendo que é preciso uma aldeia para criar uma criança. E não há nada como a aldeia que escolhemos ao nascer (sim, são muito bonitas aquelas frases dos amigos são a família que escolhemos, mas as amizades e a geografia também têm uma relação tramada).

Ontem foi dia da família mas, para mim, que escolhi voltar a viver na vila para criar a minha Princesa num mundo mais simples e menos stressante, dia da família são todos os Dias (mesmo quando ela não está comigo).

Bom fim de semana!

14 de maio de 2025

Semana 20

Olá, pessoas giras!

[Nota importante: este é o primeiro post de índole pseudo política desta página, mais para exorcismo de algumas réstias de indignação do que, propriamente, para debate de ideologias.]

Esta semana começa marcada pelo impacto das medidas do Sr. *** Trump na minha vida e, dúvidas houvesse, eu não gosto mesmo nada disso.

Para uma comum mortal, habituada a trabalhar para empresas do outro lado do "lago", as americanices sempre foram algo com que soube lidar muito bem e ignorar em medida proporcional. Mas, desta vez, estão a vir-me ao bolso!

Graças à implementação de tarifas, numa tentativa idiota para aumentar a receita interna (para mim, a sensação que fica é que ele quer acabar com as trocas comerciais, visto que, para americanos, vai ficar caríssimo comprar fora da zona com tarifa 0), o meu aumento previsto para o próximo mês foi com os porcos.

Parece-me uma daquelas leituras simples: empresa gasta mais na compra de materiais, se não aumentar preços, vende igual e ganha menos, se aumentar preços, vende menos e ganha menos (já para não falar da instabilidade na carteira de toda a gente que não sabe muito bem o que esperar) e tem que fazer cortes em algum lado. Portanto, felizes daqueles que no meio desta brincadeira de "eu faço o que eu quero nos próximos 4 anos" conseguem preservar os postos de trabalho. Mas não gosto na mesma.

De seguida, vem a brincadeira da declaração do IRS... Que é como quem diz que aqui vive uma deficiente muito rica. Sempre fui aquela miúda que disse "quem me dera a mim pagar IRS, é sinal que recebi bem" e o Universo tem estado bem atento às minhas mensagens (quis uma temporada de baixa, pega cancro; quis um divórcio, pega lá um ano e meio de chatices, quis pagar IRS...). E é o que temos. Como miúda emancipada com venda e compra de imóveis, como deficiente a receber ajudas do estado na retenção na fonte, chegou agora a altura de acertar contas. Obrigada, Universo 😉

Na semana passada, tive a oportunidade de participar num Workshop de Medicina Chinesa e fiquei maravilhada (outra vez). Tive mesmo aquela sensação que, no dia em que conseguir trabalhar só para cobrir as despesas do dia-a-dia, vou explorar estas medicinas alternativas (tirar um curso de acupuntura ou ventosaterapia).

É com uma facilidade incrível que me vejo a circular descalça e com roupas largas, numa clínica aquecida, com música ambiente em modo zen, repleta de incensos e velas aromáticas. Portanto, Universo, trabalha aí desse lado também, se faz favor.

Boa semana!!

11 de maio de 2025

Noites bem dormidas

Os primeiros raios de sol entravam pela janela, quando ela se voltou na cama e percebeu que não estava sozinha. Levantou-se, sem fazer barulho, e arrastou-se para fora do quarto, com um sorriso rasgado e um brilho no olhar.

Há anos que não se sentia em paz consigo mesma, despida de preconceitos e preocupações.

Naquela manhã, sentiu que a sua corrida atrás de "coisa nenhuma" tinha terminado. [Não, não tinha nenhum amor antigo nem nenhuma paixão assolapada dentro de casa.] Tinha encontrado, finalmente, a esperança em dias melhores e a convicção que não precisava de mais nada, nem mais ninguém, para mudar o mundo.

8 de maio de 2025

Primeiro - 2025

 

 

O primeiro de 2025! 

Para quem esteve quase a desistir de voltar à leitura, este miminho foi a motivação certa 😍

23 de abril de 2025

Calma, Universo

Olá, pessoas giras!

O dia por aqui começou brutalmente bem. Acordei cedo (com o despertador do vizinho), bem dispostas e a sentir-me efetivamente descansada, portanto, decidi mudar isso. Hahahahahaha!

Como corajosa que sou, decidi começar o dia com uma corrida/caminhada (é tão estranho sentir que as pernas aguentam mas a parte cardíaca não está nada pronta para estas aventuras).

Não se preocupem, eu continuo a odiar manhãs, mas as maravilhas da vida no campo arrancam um sorriso a qualquer um para animar o a jornada que se avista pela frente.

De seguida, recebi a notícia que fui aceite num programa de formação da McKinsey (que chique!), vão ser 10 semanas a fazer o melhor investimento do mundo, em mim mesma. Sempre senti que não ligava nada a estas coisas (sei bem que eles precisam de pessoas e a formação é uma porta de entrada, que eles abrem a todos) mas, desta vez, fiquei muito entusiasmada.

[Não tenho qualquer dúvida que vão existir mais partilhas sobre este programa, mais que não seja porque grande parte é feito de reflexões e não há melhor sítio para refletir do que por aqui.]

Como se não bastasse, também me ligaram a dizer que a minha casa vai receber um miminho novo e eu pareço uma criança no dia de Natal (eu sei, deve ser do acumular de excitação e da falta de travões por estar tudo a acontecer no mesmo dia).

Tanta prenda de aniversário num dia só, estou que nem me aguento 😍

21 de abril de 2025

Carta aberta de mim para mim

Olá, jeitosa!
Feliz 42º aniversário!

Em tempos idos, alguém te dizia que era um desperdício enfrascares-te no dia 20 e perderes metade do dia na cama... Ainda bem que sempre fizeste orelhas moucas!

Hoje acordaste em modo preguiça (mesmo sem te teres enfrascado ontem), com um beijo longo de "Parabéns", e aproveitaste para ser tu. Estás no bom caminho mas ainda há um longo trabalho para fazer, bora lá miúda!

Endireita as costas, levanta a cabeça, sacode o cabelo (e, por favor, perde essa mania parva de cortar o cabelo quando alguma coisa está a dar para o torto porque o que tu queres é cortar coisas da tua vida e o cabelo comprido fica-te a matar!) e enfrenta a vida de frente.

Ninguém quer saber de ti para nada, as pessoas só precisam de tema de conversa, sê tu e desliga do resto, ninguém quer o teu mal (é certo, que não vão aplaudir por continuares a acumular sucessos e a cresceres nesse gosto pela independência, mas isso é lá com eles).

Felizmente, há muita vida pela frente... Mas cuida-te! Não facilites! Faz do teu ritual matinal (e sim, eu sei bem que tu odeias manhãs) um culto a ti própria para que não te esqueças da medicação e não corras riscos desnecessários.

Vai! Foge! Sonha! Sai lá fora para apanhar ar, volta a endireitar as costas e a levantar a cabeça, tu podes tudo, só tens que perder o medo (e tu vais conseguir).

Parabéns, miúda!
Gosto de ti 😉

11 de abril de 2025

A "Luisa"

Em tempos muito idos, quando dava espaço à minha veia de escritora de livros que alcançam grande sucesso comercial, eu escrevia sobre as aventuras de Luisa, uma mulher impressionante e destemida que foi, e será sempre, a protagonista dos meus devaneios.

Luisa foi inspirada numa grande mulher que cruzou a minha vida nesses tempos, que escondia lindas histórias debaixo dos caracóis dos seus cabelos, e que a vida universitária afastou de mim porque as nossas escolhas nos encaminharam para códigos postais opostos.

No fundo, ambas sabíamos que era o natural seguimento da vida e que as betinhas que tínhamos sido em tempos, lado a lado, não existiam mais. Mas também não fizemos o devido esforço para fazer diferente e seguimos o caminho mais fácil.

Com o passar dos anos e as diferentes etapas da vida, há batalhas que deixamos de travar, há encontros que acontecem naturalmente, mesmo que seja nos parques onde as crianças se juntam para andar de escorrega, e há semelhanças nas experiências de vida que tornam tudo super simples e descomplicado.

Nesta fase, em que me dediquei afincadamente a destralhar, encontrei as diversas prendas que trocámos (com mais ou menos simbolismo) e que continuo a guardar como se de uma religião se tratasse. Essas memórias de outros tempos souberam-me imensamente bem, serviram como lembrete de parte de quem eu ainda sou e do que me faz feliz.

Obrigada, "Luisa"!

10 de abril de 2025

Uma nova paixão assolapada

 Olá, pessoas giras!

[Já tinham saudades das atualizações idiotas da semana, não é?]

Se há coisa que eu nunca vou esquecer é uma frase que ficou "celebrizada" numa música sobre mim (um daqueles presentes que fica para a vida, guardado em 50500 pastas diferentes, e do qual sentimos que nunca vamos abrir mão): a vida muda em cada passo que dou!

Odeio manhãs mas adoro começar o dia com música (🎶 Pela manhã sinto a vontade de cantar 🎶)!

Quando uma pessoa se dedica e se dá ao trabalho de se conhecer verdadeiramente, fazendo aquelas perguntas chatas que exigem introspecção a sério, corre o risco de ter agradáveis surpresas!

Eu queria muito largar a dependência do telemóvel e da Netflix a ser consumida em loop (séries e reality shows sem assunto ou comédias românticas para desafiar o meu lado céptico), de forma natural e sem sair do conforto do meu lar. Como isso se revela uma tarefa hercúlea (porque a força de vontade para contrariedades ainda é um trabalho em progresso), sair de casa faz com que isso aconteça de forma natural.

Mas... Há algum bêbado que saia sem rumo, que não caminhe diretamente para a taberna!? A resposta é "nop". Portanto, outro trabalho também em progresso, encontrar destinos, à distância de uma caminhada, livres de álcool (e o que vale é que a mana está sempre em modo dieta ativo e tem também tem tendência para fugir do álcool, durante a semana).

Nesta busca manhosa, encontrei um espaço tranquilo e minimamente acolhedor, que passa música boa, num volume minimamente aceitável e onde se pode ficar à conversa e encantei-me. Sempre soube que tudo na vida acontece por um motivo e os meus passos levaram-me até ali por alguma razão.

É desta que vou trair as minhas convicções, porque mal comecei a namorar e abracei logo o compromisso. Vou converter-me e aceitar a mudança, já agora passo o tempo a pensar neste... sistema de som (🎶 Há sempre música entre nós 🎶)!

Boa semana 😉!

28 de março de 2025

Fim de Março

 Olá, pessoas giras!

Mais uma semana que termina, e mais um quilo de asneiras que me apetece dizer (como alguém disse, esta nem pareço eu), mas há coisas difíceis de processar.

A agenda de hoje (em modo "eu tenho dois amores, que em nada são iguais, mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais") passa pela escolinha da minha Princesa e pelo meus ambiente laboral.

A escolinha da minha Princesa é uma IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social, portanto, tem uma estreita ligação com a Segurança Social, o que implica uma comunicação frequente e algumas exigências em termos de processo.

Eu, mãe quarentona chata e, supostamente, privilegiada (visto que pago creche e no escalão máximo), venho de uma geração que aprendeu a defender os seus interesses e a ter opinião, mesmo quando isso não se alinha com as escolhas de vida da geração anterior. Ou seja, os meus pais nunca me ensinaram dicas de sustentabilidade, nunca me falaram sobre reciclagem e coisas desse género e nunca, mas mesmo nunca, defenderam que a falar é que a gente se entende.

Eu escolhi ser diferente e quero educar a minha fila de forma diferente. Portanto, para mim, é ridículo que me peçam para imprimir 12 documentos distintos (papel, papel e papel, e 50 mil árvores a serem abatidas), sendo que 10 deles já foram entregues nos dois anos anteriores, porque a versão digital dos mesmos não é aceite. "E porquê?" Porque a Segurança Social não permite.

Em cima disto, temos o tema de nem todos os pais terem acesso livre à internet nem aos equipamentos apropriados. Portanto, eu posso pagar mais mensalidade do que esses pais, mas não posso ter os processos adaptados. Eu posso ter as comunicações relevantes a serem impressas em papel e colocadas no dossier de cada turma, mas não posso receber um email (na loucura, também não pode ser tudo comunicado via Whatsapp porque ainda pode haver alguém que não vê a informação).

Na segunda-feira à noite, houve reunião de assembleia com a direcção da creche e dei por mim (felizmente não era a única que assim não parece tão mal) a debater o sexo dos anjos: "Meus amigos, temos a mulherada toda desta casa a trabalhar infeliz, com zero vontade nos ajudar, o que é que podemos fazer de forma diferente!?".

Nessa noite (achei eu), o meu pico de loucura foi atingido. Os meus nervos estavam ao rubro (mesmo depois de dois chás de camomila), o meu riso nervosa atraiçoava-me a cada frase e, se eu pudesse, tinha mudado a forma toda de funcionar daquela casa ali mesmo.

Feliz ou infelizmente, eu percebo zero sobre futurologia e, no dia seguinte, a saga repetiu-se (só mudou a casa). Dia de avaliações de fim de ano na empresa e um incrível banho de realidade.

Na empresa em que trabalho agora, trabalho completo ou incompleto tem valor igual, entregas acima da média ou entregas a cumprir os mínimos olímpicos valem igual, ter 12 anos de experiência ou ter 4 tem valor igual... E a culpa é de quem!? É cultural! Porque se nós não fossemos tugas e partilhássemos estas informações todas e mais algumas, a empresa continuava a tomar-nos por parvos sem qualquer dilema.

E como, qualquer uma destas sagas está longe de terminar, eu fico-me por aqui. Vou apanhar sol, sentar-me a ler um livrinho, relaxar e exorcizar veneno, porque o stress faz mesmo mal à pele (e à tensão e ao coração).

Bom fim de semana!