30 de abril de 2013

Abril

Abril foi um mês de comemorações…

Iniciei o mês a comemorar a vida… Não acredito que a nossa missão no mundo seja deixar descendência, não me revejo nesse papel, mas tenho uma grande amiga que está grávida e estou imensamente feliz por ela. Não me canso de dizer que, ao acompanhar a gravidez dela (na medida do possível), é o mais perto que alguma vez estarei de uma gravidez (eu sei que já pensei diferente mas cada vez mais sinto que não é uma opção errada, é apenas a MINHA opção). Parabéns aos futuros papás (porque se é importante para vocês também é importante para mim)! Piscar de olho

Continuei o mês a comemorar a amizade… Sempre ouvi dizer que os amigos são para as ocasiões! Eu imponho a minha presença, cobro-lhes a presença sem que eles saibam bem como e sou feliz em excelente companhia, seja qual for o código postal que isso exija ou os sacrifícios que tenha que fazer… Um dia não são dias, um fim-de-semana não são vários fins-de-semana e mesmo quando são vários é bom sinal!

Terminei o mês a comemorar os meus aniversários… A minha entrada na casa dos trinta e o meu segundo aniversário nesta casa (o português é tramado).

Comemorei o meu trigésimo aniversário (continuo a achar que isto soa muito bem) mais do que gostaria, percebi que continuam a tentar transformar-me na mulherzinha que eu nunca vou ser ao mesmo tempo que percebi que vai sempre haver quem me conheça tão mas tão bem que compensa em larga escala os que querem conhecer alguém que não sou.

Comemorei o meu segundo aniversário nesta “mansão” (que um dia sonhei tornar minha), sempre ao jeito de comemoração da liberdade, embora já não pense bem assim porque acabamos sempre por nos aprisionar nos bens materiais de difícil mobilidade e torna-se cada vez mais complicado fugir dos vizinhos com falhas graves na formação de “respeitar o próximo”. Acredito que nunca estive tanto tempo no mesmo poiso e isso tem que significar alguma coisa, portanto, comemoro na mesma sem saber sequer se desejo chegar ao terceiro aniversário.

Terminei o mês a comemorar a família… Porque isso faz o meu pai feliz e, ainda que todos continuem a sentir que fiz 10 aninhos em vez dos 30, mas esperem que me pareça e comporte como se tivesse 50 (e eu é que preciso das sessões de psicologia!?), vê-lo feliz faz-me feliz também.

Maio será diferente!

29 de abril de 2013

Family

“So much of what is best in us is bound up in our love of family, that it remains the measure of our stability because it measures our sense of loyalty”

by Haniel Long

27 de abril de 2013

23 de abril de 2013

30

O trinta é um número lindo e ser uma trintona de Abril (“é uma meta a atingir mas não a ultrapassar”) soa-me particularmente bem sem que eu saiba porquê mas, como é óbvio, a beleza deste número depende mesmo muito do contexto e, por ser assim todo muito redondinho, há alturas em que não soa nada bem...
Confirmei hoje aquilo que já sabia há imenso tempo, estou demasiado perto do trinta: 30% de massa gorda é um feito histórico da pior categoria (efeitos de uma ausência prolongada do ginásio por causa do joelho)! E digam o que disserem esta é uma daquelas realidades que toda a mulher dispensa. Não fosse a companhia de um homem a sério, que verdadeiramente admiro, e tinha chorado baba e ranho que nem uma Madalena arrependida porque estou cada vez mais parecida com a minha mãe (isto é capaz de soar mal mas a verdade é que a genética não perdoa nadinha mesmo!).
Hoje não é o meu primeiro dia nos trinta, mas sem dúvida que é o primeiro dia nos trinta com a certeza que há muita coisa para mudar (e nem me refiro às conquistas que imaginava já ter feito nesta altura, como o emprego para a vida ou a casa própria). O momento é agora (não, não estão a ler um blog de auto-ajuda, qualquer semelhança é pura coincidência J)!

20 de abril de 2013

Passou por mim e sorriu – Deolinda

Ele passou por mim e sorriu,
e a chuva parou de cair
O meu bairro feio tornou-se perfeito,
e o monte de entulho, um jardim
O charco inquinado voltou a ser lago
e o peixe ao cntrário virou
Do esgoto empestado saiu perfumado
um rio de nenúfares em flor

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar, por favor!

No metro, enlatados, corpos apertados
suspiram ao ver-me entrar
Sem pressas, que há tempo, dá gosto o momento
e tudo o mais pode esperar
O puto do cão com o seu acordeão
põe toda a gente a dançar
E baila o ladrão com o polícia pela mão
esvoaçam confétis no ar

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eou sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar,por favor!

Há portas abertas e ruas cobertas
de enfeites de festas sem fim
E por todo o lado, ouvido e dançado,
o fado é cantado a rir
E aqueles que vejo, que abraço, que beijo
falam já meio a sonhar
Se o mundo deu nisto, e bastou um sorriso,
o que será se ele me falar?

Sou a mariposa, bela e airosa,
que pinta o mundo de cor-de-rosa
Eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa,
que o amor é curto e deixa mossa,
mas quero voar, por favor!

15 de abril de 2013

Desfado – Ana Moura

Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente

Ai que saudade
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada

Letra de Pedro da Silva Martins

12 de abril de 2013

Aspirações

Hoje, arranjo coragem para ir até aqui:

image

Amanhã, com jeitinho, consigo dar um salto até aqui:

fituips

Como querem que seja a mesma à segunda e à sexta!?

11 de abril de 2013

Exercício

Ainda não eram sete da manhã e ele tocou... Era o sinal que eu esperava.

Abri os olhos e arrastei-me para fora da cama a cantarolar mentalmente:

“Muda de vida se tu não vives satisfeito

Muda de vida estás sempre a tempo de mudar

Muda de vida não deves viver contrafeito

Muda de vida se há vida em ti a latejar”

 

Há já alguns dias que a música (toda a que costumo ouvir regularmente e as pérolas que decidi desenterrar também) toca, continuamente, num volume superior ao aceitável para se fazer ouvir acima de qualquer ruído da minha cabecinha cansada e sob efeitos hormonais de taurina. E eu, que passo o tempo a defender que a música, essa sim, cura todos os males, tive de me render...

 

Passava pouco das sete, ele aproximou-se e disse: “Nem te reconheci, não esperava ver-te por aqui a esta hora!”. Pois é, mas eu tinha saudades, tantas mas tantas saudades, daquelas que não cabem no peito! E antes que elas transbordassem da pior forma, resolvi a questão... Ele dizia “Não forces” e eu pensava “Temos pena!”.

 

Voltei a abusar de mim! Gostei muito e não me dói nada (depois de um fim-de-semana a fazer caminhadas opcionais em cima dos tacões só podia melhorar)! Mais importante que isso, sinto-me bem e estou de bom humor! Gosto! Era mesmo disto que eu estava a precisar Piscar de olho

9 de abril de 2013

Pássaros do Sul – Mafalda Veiga

O bando debandou
subindo o arvoredo
do vácuo que ficou
no fim do seu degredo
as asas abrem chagas
no acinzar do entardecer
e amansam a agonia
do dia a escurecer

ensombram a ribeira
e o verde da seara
e passam pela eira
em que o sol se pousara
nas gotas do orvalho
luarento e vacilante
refrescam o cansaço
e dormem um instante

Pássaros do sul
bando de asas soltas
trazem melodias
p'ra cantar às moças
em noites de romaria
em noites de romaria

no adejo da alvorada
oscila a minha mágoa
o céu à desgarrada
irrompe azul na água
e a passarada acorda
no sonhar de um camponês
e entrega-se no sul
do frio que à noite fez

é tempo da partida
e a cor no horizonte
adensa a despedida
e o borbotar da fonte
as asas abrem chagas
na poeira o sol acalma
num agitar inquieto
que me refresca a alma

pássaros do sul
bando de asas soltas
trazem melodias
pra cantar às moças
em noites de romaria
em noites de romaria

3 de abril de 2013

XV FARTUNA

fartuna

Porque sabe bem sentir que ainda há (muito) boas desculpas para todos os “códigos postais” amigos se aproximarem e se fundirem num só Sorriso

Eu vou!

2 de abril de 2013

A desprevenida

Em casa dos papás, na terrinha onde cresci, a conversa passava, por diversas vezes (e acredito que ainda passe quando algo assim o justifique), pelos cognomes dos reis. Ora bem, eu sempre detestei história, portanto, esse conceito de ter que saber o nome dos reis todos transcende-me imenso e, se nem consigo atinar com o nomes, que direi dos cognomes. Mas há um que acredito que não vou esquecer, de tanta vez ouvir a mesma frase: “D. Dinis, o Lavrador, porque mandou plantar o pinhal de Leiria”. Eu não podia participar na conversa mas podia sempre aprender mais qualquer coisa, por isso, é claro que conheço outros cognomes, dos mais óbvios (por exemplo, O Grande, O Venturoso, O Justiceiro) e sem saber muito bem a que se devem Língua de fora

Hoje, dei por mim a escolher um cognome… Já tinha dado o dia por terminado, com uma grande revelação depois de um dia, por si só, em cheio e, eis senão quando, “aguenta-te com esta, aguenta-te com esta, a culpa não foi minha”… É muita emoção para uma dama só (ainda por cima estou crente que amanhã a coisa se pode repetir).

Jeitosas e jeitosos da minha vida, eu já não tenho a mesma resistência e já lá vai o tempo em que eu era uma estudante universitária bastante prevenida, contente por achar que trajava bem SÓ porque não me revistavam os bolsos (santa inocência!) onde existiam sempre linhas, agulhas, pensos rápidos, lenços de papel, alfinetes de dama, esferográficas, elásticos pretos para o cabelo… Portanto, mesmo que se assegurem que estou sentada, que tenho bebida por perto para afogar qualquer sentimento duvidoso, que não há perigo de paragem cardíaca, quando me derem uma daquelas notícias verdadeiramente escabrosas (para as quais nunca vou estar minimamente preparada) lembrem-se que vou estar em choque e não vou dizer nada de jeito!