27 de novembro de 2013

Desfolhada – Simone de Oliveira

Corpo de linho, lábios de mosto
Meu corpo lindo, meu fogo posto.
Eira de milho, luar de Agosto
Quem faz um filho, fá-lo por gosto.

É milho-rei, milho vermelho
Cravo de carne, bago de amor.
Filho de um rei, que sendo velho
Volta a nascer, quando há calor.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.

Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra.
Ó minha água e minha sede
Ó mar ao sul da minha terra.

É trigo loiro, é além Tejo
O meu país neste momento.
O sol o queima, o vento o beija
Seara louca em movimento.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada.
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada.

Olhos de amêndoa, cisterna escura
Onde se alpendra, a desventura.
Moira escondida, moira encantada
Lenda perdida, lenda encontrada.

Ó minha terra, minha aventura
Casca de noz desamparada.
Ó minha terra minha lonjura
Por mim perdida, por mim achada.

Música: Nuno Nazareth Fernandes; Letra: Ary dos Santos

23 de novembro de 2013

Escolhas

Hoje não vou estar aqui...
Nem aqui....
E muito menos aqui...
Troquei tudo por uma noite à lareira, sozinha em casa. Logo eu!
Adoro quando tomam as decisões todas por mim.

21 de novembro de 2013

Carta de amor

“Apaixonaste-me sem que eu desse por isso. […] Insinuaste-te. Não fui eu que te escolhi. Quando descobri que te amava já era tarde de mais.
[…]
Teria preferido chegar à conclusão que te amava por uma lenta acumulação de razões, emoções e vantagens. Mas foi ao contrário. Apaixonei-me de um dia para o outro, sem qualquer espécie de aviso, e desde esse dia, que remédio, lá fui acumulando, lentamente, as razões por que te amo, retirando-as uma a uma dentre todas as outras razões, para não te amar ou não querer saber de ti.
Custou-me justificar o meu amor por ti. És difícil. És muito bonito e és doce mas és pouco dado a retribuir o amor de quem te ama. Até dás a impressão que tanto te faz seres odiado como amado; que gostas de fingir que estás acima disso”.

Excerto de uma carta de amor de Miguel Esteves Cardoso

20 de novembro de 2013

Quem de nós dois - Ana Carolina

Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer

Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso

Sinto dizer que amo mesmo
Está ruim p'ra disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos

No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei qualquer desculpa p'ra não te encarar
P'ra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não estou nem aí p'ra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê o meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso

Música: Gianluca Grignani / Massimo Luca
Letra: Ana Carolina / Dudu Falcão

17 de novembro de 2013

Corrida ISCTE

Coisas que sabem muito bem e que não conseguiria sozinha. Obrigada às meninas da TFISEL :)

15 de novembro de 2013

Não está a ser fácil

Dia 1 – O horror
Cheguei a casa e o silêncio, total, era aterrador. Procurei por sinais de ti e nada. O coração veio parar-me ao pé da boca e senti-me, de novo, pequenina e desprotegida. Não tive forças para lutar e refugiei-me nas minhas leituras tanta vez adiadas. Estou grata por tanto livro que empilhei na esperança de “um dia...”.

Dia 2 – A paz podre
Jantei como não o fazia há muito tempo, em casa, à mesa, sem pressas, sem preocupações, sem dar por mim ansiosa a tirar-te toda a loiça suja da frente... Sem ti! Só eu e a minha refeição, com pratos, talheres e tudo. Foi estranho, já nem me lembrava como era essa coisa de comer sozinha. Depois, rendi-me ao encanto do romance que agora comecei a ler e já vai quase no fim (sim, gosto de ler romances vá-se lá perceber porquê). A Sveva cativou-me à séria e ainda bem, mantém-me distraída.

Dia 3 – O cansaço
Hoje não quis saber de nada, cheguei e enfiei-me na cama, vestida e calçada, tal como estava. Pouco tempo depois o telemóvel tocou e deixei-me ser desencaminhada. Luto adiado!

Desejos para o fim-de-semana: não dar em louca (porque tudo mas tudo me faz pensar em ti) e sobreviver a um festival de gajas só para ver uns mocinhos jeitosos e simpáticos :)

12 de novembro de 2013

O pior aconteceu

Eu sei que a nossa relação já não andava boa, por vezes falhavas-me e noutras vezes era eu que te falhava a ti, não nos tratávamos mutuamente como devíamos e merecíamos, chegávamos mesmo a atingir os mínimos olímpicos numa relação que se queria de amor e carinho. Sei também que os sinais já eram evidentes, a coisa não corria bem e era quando eu mais precisava que não podia contar contigo, ias-te abaixo. Mas as relações são, cada vez mais, assim, feitas de altos e baixos e, apesar do nosso conveniente problema de comunicação (não se fala, não há chatice, dá menos trabalho!), pensei sempre que conseguíamos superar as nossas diferenças.

Estava enganada. Deixaste-me, sem mais nem porquê, desamparada. E resta-me assumir que não sei como vou viver sem ti, não estou preparada...

10 de novembro de 2013

Teorias de uns fins-de-semana

No fim-de-semana passado fui até Setúbal. Perdi muito daquilo que realmente queria ver e, quando dei por mim, estava a ver um pedido de casamento a uma grandolense! Nada de novo no mundo das tunas, dos tunos, do romantismo da idade da pedra (que ainda existe em algum lado) com serenatas e do gesto bonito “bem piroso e lamechas como o amor deve ser”. E sim, gosto muito dessas coisas, continuo a render-me nesses momentos e, nesses minutos, volto a acreditar no amor e depois… Acordo para a (minha) vida!

Neste fim-de-semana vim à terrinha. Apanhei uma Feira de Chocolate que nem sabia que ia existir, onde até os coleguinhas do trabalho vêm passear, e “rendi-me” a um concerto do Toy (depois de uma confraternização familiar e umas garrafas de Gancia eu acho que qualquer concerto cai bem). Aprendi imensas coisas, didácticas claro, com as letras das músicas das quais, felizmente, só conhecia o refrão e nem era um conhecimento em pleno e confesso que senti medo que ainda saltasse dali uma qualquer declaração de amor mais directa. Mas fiquei “estupidamente” triste quando percebi que ele não ia cantar “a culpa não foi minha tu é que querias festaLíngua de fora

8 de novembro de 2013

Quero Que Vá Tudo P’ró Inferno – Roberto Carlos

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá p’ró inferno

De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá p’ró inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá p’ró
inferno

2 de novembro de 2013

XVIII BOCAGE

bocage

Gosto de ter assim boas desculpas para sair de casa… Especialmente quando há quem alinhe comigo!

1 de novembro de 2013

Modo gata

Assanhada, com os músculos contraídos, garras de fora e o pêlo eriçado…Acho bem que me dêem muita tanga para me amansar e começar a ronronar!