27 de fevereiro de 2013

O tendão Rotuliano

Era uma vez um tendão chamado Rotuliano que vivia lá longe, longe, para os lados do Joelho. Ele era um jeitoso charmosérrimo (o maior do bairro dele) e levava a sua vida dupla de solteirão descansadinho e sem problemas porque conseguia gerir tudo muito bem e dividir as suas atenções de igual forma entre a Rótula e a Tíbia, para não ter que abdicar de nenhuma das duas (a união entre eles era demasiado forte e ele não conseguiria viver sem nenhuma das duas).

Certo dia, a meio de uma actividade física algo intensa, a Rótula, mocinha com personalidade vincada e vontade própria, decidiu impor-se e mudar o rumo da sua vida, cansada de ficar sempre por cima fez um ligeiro movimento de rotação e arrastou o Rotuliano, parcialmente, consigo. Este como não queria, nem por nada, abandonar a Tíbia esticou-se como pode e as suas fibras internas não resistiram (diz quem assistiu que em resultado de tanto esforço as temperaturas eram elevadíssimas!).

A partir daí, o Rotuliano nunca mais foi o mesmo, só queria ficar deitado sem fazer nada, ser acariciado com pedrinhas de gelo e cremes cheirosos (cada um com os seus desejos), ter o mínimo de actividade possível e começou a deixar que a vida passasse por ele em vez de ser ele a passar pela vida.

Até ao dia de hoje, em que, por intermédio de uma amiga de um amigo de uma amiga, ele ficou a saber que, devia manter-se no modo inactivo (blhêca!), mas precisava mesmo era de umas MTPs. Pediu-me uma ajudinha e, por isso, vim aqui partilhar a sua estória. Vamos todos procurar alguém (infelizmente não posso ser eu porque sou tendenciosa e, consequentemente, demasiado subtil) para dar ao Rotuliano o que ele precisa Piscar de olho

26 de fevereiro de 2013

“As palavras que nunca te direi”

A propósito deste post aqui e desta versão e de 50500 outras coisas que me passam diariamente pela massa cinzenta enquanto sinto que não sei mesmo viver sem música:

“I've heard there was a secret chord
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do you?
It goes like this
The fourth, the fifth
The minor fall, the major lift
The baffled king composing Hallelujah…”

Hallelujah – Leonard Cohen

24 de fevereiro de 2013

Com desejos

Na semana passada, resolvi armar-me em filha emancipada e experimentei fazer uma Torta Maisena – sempre lhe conheci este nome apesar de não conseguir encontrar nada em lado algum sobre a mesma – e sempre foi aquele “miminho” que a mãe fez a pensar em mim (não é como as amêndoas açucaradas que ela faz a pensar na Rute), portanto, achei que estava na altura de me aventurar.

A receita não tem nada de especial uma vez que é só juntar 4 ovos; 250 g de açúcar; 1 colher de sopa de farinha Maisena e bater tudo. Mas a coisa começa a complicar-se na hora de meter tudo numa forma untada com margarina e forrada com papel vegetal que, por sua vez, é também untado com margarina, ou melhor, complica-se na hora de retirar isto tudo Língua de fora 

Na teoria, o que eu sempre vi fazer foi espalhar açúcar em cima de um pano, voltar o tabuleiro lá em cima e, depois, retirar o papel vegetal. Na prática, logo nos primeiros segundos eu já via voar açúcar pela cozinha quase toda (era pano, era mesa, era chão…), entendi-me com o tabuleiro mas o papel vegetal não queria, nem por nada, perder a aderência aos extremos da minha torta – tive mesmo que abrir mão desses pedaços. Depois, seguiu-se a saga de transformar os remanescentes numa torta e perceber que nesta mansão não há nenhum prato onde a torta caiba sem ser partida ao meio. Para ajudar à festa, não tinha pilhas carregadas para a fotografar e consegui comê-la todinha antes das pilhas carregarem Sorriso Só pela “caminhada” matei estes desejos todos!

Ontem, cedi ao desejo do quentinho e rumei a outro código postal, onde não era esperada (um dia a coisa ainda me corre mal) e soube muito bem. Porque o carinho não tem hora marcada e se faz de pequenos gestos e de grandes partlhas e também representa a passagem pelo meu “mercado” favorito:

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No regresso à capital, descobri que às vezes, mas só às vezes, desempenho muito bem o papel de idiota! Ir a casa dos papás tem destas coisas, salvo seja, porque existe por lá o meu canal favorito que é o Kitchen 24, em que toda a gente faz a culinária parecer muito simples e, desta vez, até o Viriato Pã me convenceu ao fazer um belo salame – fiquei com desejos. Chego a casa, apercebo-me que não tenho bolachas na minha despensa para fazer um exemplar só meu e penso: “Ainda é cedo, por isso, vou ali num instante comprar, nem preciso levar o carro". Moral da história: Quando cheguei ao destino já ia a coxear, quando me vi novamente à porta do prédio já estava a desesperar para me sentar e ainda tinha as escadas para o segundo andar pela frente! Felizmente, também dá para fazer salame sentada e, com as colheres de uísque que coloquei de bónus, a anestesia já está quase a sair do congelador Língua de fora

Portanto, neste momento o meu desejo mesmo mais intenso é não ter que me preocupar com dores num joelho e voltar a ginasticar (o que iria ajudar bastante a não engordar que nem um texuga agora que não consigo resistir e passo tempo a comer…)!

Eu sei que consigo privar-me de muita coisa, não sou nenhuma super-mulher mas consigo viver muito bem sem televisão, sem saber fazer comida de jeito, sem um homem, mas posso ao menos manter aquilo que faz os meus dias parecerem muito mais curtos e leves e animados e com um final muito mais feliz (é que eu continuo a adorar os chuveiros mas, agora, recuso-me a ir lá só tomar banho!)!?

Ainda por cima, que raio faz uma mulher com carradas de tempo livre ao final do dia? Não tenho mesmo talento para virar doméstica sem opção! É verdade que nos últimos tempos a roupa não se tem acumulado (nem para lavar nem para passar), há sempre comidinha no frigorífico, o congelador onde vivo, ups, a minha mansão está sempre arrumada, a vida social aumentou exponencialmente mas, tirando a parte da vida social, eu não me revejo mesmo nada neste perfil e temo (muito) pela minha sanidade mental.

19 de fevereiro de 2013

Dia da Gabriela

Ouvi dizer, várias vezes, que hoje é o dia da Gabriela. Portanto, decidi dedicar alguns minutos a pesquisar os significados deste nome lindérrimo.
A síntese que mais me convenceu, encontrada num site sobre o desenvolvimento e a alimentação de bebés, foi esta aqui:
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Mas acabei por ler tanta coisa engraçada que decidir fazer a minha própria síntese…
Gabriela é, como diz acima, a forma feminina de Gabriel, nome do anjo que serviu como mensageiro de Deus. E esta é a ideia que tenho mais associada ao meu nome, podia ter nome de anjo mas nasci gaja Língua de fora
Como é um nome começado por G, é nome de pessoa séria, honesta e impaciente, que reflecte muito antes de agir e se aborrece quando as coisas não correm como previsto. [Ninguém diria…]
As Gabrielas passam a imagem de inteligentes, com talento para as actividades intelectuais, mas valorizam a espiritualidade. São bastante reservadas e, por isso mesmo, é difícil ganhar a sua confiança. Devem controlar o egoismo e a preguiça e tentar estar mais receptivas ao mundo.
Gabriela em números
Expressão (como o mundo a vê) 1: Original, criativa, corajosa, ousada, inventiva e independente. Profissões – advogada, estilista, escritora, inventora, programadora de computadores…
Impressões (como ela vê o mundo) 3: Expressiva, imaginativa, criativa, determinada, generosa, sensível, impaciente [só para reforçar a ideia], excelente oradora e apreciadora de [boa] música Sorriso
Anseios da Alma (o que a move) 7: A busca do conhecimento e sabedoria, o desejo de usar a mente e ter actividades intelectuais. Intuitiva, inspiradora e retraída.

16 de fevereiro de 2013

Maturidade e Solidão

Uma das coisas que quem escolhe viver independentemente sozinha e sendo solteira tem que lidar, é com a solidão. E nesse processo que requer algum treino e habituação, ao longo do tempo, o estar sozinho é tanto opção, como alterna com simplesmente não haver outra escolha. Pessoalmente, lido bem com isso. Gosto de viver sozinha, gosto de passar tempo sozinha, e hoje em dia escolho sem pensar duas vezes ficar em casa sozinha a ler um livro que fazer frete num programa que não me interessa. O problema é que há dias em que uma pessoa não quer estar sozinha, e se vê obrigada a ter de chamar a atenção dos amigos para esse facto, que nesta altura da vida e idade, estão demasiado ocupados com as suas vidas para se lembrarem que estamos sozinhos. Sempre. E se nas datas em que simplesmente não podemos estar sozinhos e como tal os obrigamos a comparecer, com convites para jantar ou do género, a verdade é que boa parte do tempo se esquecem da nossa condição de "sozinhos", e que ao contrário dos acasalados o não ter programa significa provavelmente jantar em silêncio pizza congelada em frente à televisão. Ou algo melhor num dia de inspiração. E que depois disso não há muito mais ânimo para mais nada, só para vestir o pijama.
E aqui estou eu, a ver filmes, na véspera de fazer 33 anos. Não é deprimente, é apenas normal. Tão normal que quando um convite para um copo chegou, já eu estava de pijama e sem vontade nenhuma de sair. Sim, ter companhia à meia-noite teria sido fixe, mas convite e companhia para jantar teria sido muito melhor, e agora é tarde para isso. But thats the way it is.

15 de fevereiro de 2013

Be my valentine

Comer amores-perfeitos, beber Periquita e rir a bom rir, com uma vista divinal sobre a noite lisboeta, compensa! Mas da próxima apostamos no Choco Frito e nos Anjos… Só para garantir que há menos escadas Língua de fora

13 de fevereiro de 2013

Eu tenho :)

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As campanhas do IPS continuam a ter qualquer coisa que me cativa… Isso e as mensagens que me enviam a lembrar que não passo por lá há imenso tempo ou as que me enviam às 9h da manhã de um feriado a agradecer por tê-lo feito.

12 de fevereiro de 2013

Mimos em DVD

Em Maio de 2010, adormeci a ver um dos meus filmes de animação favoritos (Aladdin), por isso, tive direito a um DVD com o mesmo para o poder na íntegra noutra altura qualquer.

Ontem, já que estou de “castigo” e as noites agora têm mesmo que ser passadas no congelador que é o meu lar, decidi dar-lhe outra oportunidade e não me decepcionei. Passados tantos anos, a magia de um filme de 92 continua a fazer todo o sentido.

Para ajudar ao deslumbramento, junto com o filme tinha 2,65 GB de musiquitas que ficaram esquecidas com o passar do tempo e reapareceram agora para me mimar Piscar de olho

Deve ser por isso que não deixo de acreditar que:

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10 de fevereiro de 2013

Anjos – Voar no espaço

Já andei pelo teu deserto
Gelo sobre o fogo quente
Naveguei no teu mar tão pouco
Fui um barco na corrente
Tu foste tudo e eu
Só queria liberdade
Como um carro louco
Perdido pela cidade
Solto na brisa de verão

Já corri o mundo sem nada
Já senti o vento na estrada
Já cheguei até ao fim
E tu és tudo p’ra mim
Já tentei correr no deserto
Brilhar como o sol no teu braço
E agora que estás aqui
É como voar no espaço

Hoje a lua promete ficar
De guarda ao nosso quartel
Vais ser o porto de abrigo
Largar como barco mais fiel
Tu foste tudo e eu
Quero dar tudo por ti
Abres sentidos em
Ruas que não percorri
E agora sei que estás aqui

Já corri o mundo sem nada
Já senti o vento na estrada
Já cheguei até ao fim
E tu és tudo pra mim
Já tentei correr no deserto
Brilhar como o sol no teu braço
E agora que estás aqui
É como voar no espaço

Não sei dizer se ainda te faço vibrar
Se te toco
Não sei dizer se ainda te posso agarrar
Sou como louco
Hoje vou ser o teu perfume que guardas
No armário
Dormir sentado ou talvez andar
Em sentido contrário
Rasga o oceano a 200 nós
Cada onda é um pedaço de nós
Louco, livre, viajando por ti,
Um cometa que ainda reluz
Parte a velocidade da luz
E antes de chegar eu já estou aqui

Já corri o mundo sem nada
Já senti o vento na estrada
Já cheguei até ao fim
E tu és tudo pra mim
Já tentei correr no deserto
Brilhar como o sol no teu braço
E agora que estás aqui
É como voar no espaço...

7 de fevereiro de 2013

A vida em atraso

Sinto que este vai ser o mega post dos últimos tempos, pela carrada de coisas que deixei passar e que sinto que me fazem falta aqui no meu EU-BLOG Sorriso

Não escrevi sobre as tradições de quem vive na terrinha que, apesar de atestarem a arca dos papás a um preço muito simpático, não me convencem minimamente e já nem as febras acabadinhas de cortar em cima da grelha me conseguem conquistar para o espírito da coisa. Cansaço gigantesco, humor cão, recompensa muito boa mas que pode ser alcançada de outras formas (com custo monetário mais alto mas desgaste emocional praticamente nulo).

Não escrevi sobre a grande conquista da minha mãe que, de momento, faz de mim, aparentemente, uma mulherzinha. A Pépa queria uma “carteira”, eu sinto que podia muito bem viver sem uma, a mãe sentiu diferente e procedeu em conformidade. Lixei-me e tive que me render às evidências – porque sim, no que dependesse de mim era artigo para não entrar cá em casa. E como uma coisa leva à outra, a cada dia que passa, quando me olho ao espelho antes de sair para o trabalho, vejo menos da Gabi que sempre fui e começo a admirar aquela estranha do reflexo.

Não escrevi sobre o meu joelho, nem sobre o gelo no meu joelho, nem sobre a forma como as minhas maluqueiras enquanto pandeireta de uma tuna se reflectem agora no meu joelho, nem sobre as teorias de deixar o cycling (não vai acontecer ou se calhar não é bem assim!) por causa do joelho… Ando outra vez lesionada Triste

Não escrevi sobre visitas, daquelas boas mas boas em que a conversa nunca se esgota, em que o tempo é sempre pouco, em que alguém dá boa música aos meus vizinhos para os compensar das atrocidades a que eu os sujeito quando decido que preciso espantar os meus males ou arranhar as cordas da viola. Em ritmo super acelerado, apesar do travão estar no fundo, que eu gosto mesmo é de calma e descontracção,sabe sempre bem estar em boa companhia.

Não escrevi sobre os novos secretários de estado, mas isso deve dever-se mais ao meu ódio de estimação por temas políticos.

Nunca aqui escrevi uma declaração solene em jeito de afirmação pessoal, mas escrevo hoje: “Gosto de Anjos”. Porque isto

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me permite aquelas noites de sono profundo e reparador que eu já não tinha há imenso tempo (sou gaja e os neurónios fazem questão de estar sempre a trabalhar a mil à hora a tentar processar carradas de informação/ideias/sentimentos sem assunto) e estes

anjos

embora pudessem ser um grande motivo para passar noites em claro, têm-me dado música para os meus dias, para as minhas noites e agora também para as minhas madrugadas, e se há coisa que eu adoro é que me dêem música Língua de fora