2 de abril de 2013

A desprevenida

Em casa dos papás, na terrinha onde cresci, a conversa passava, por diversas vezes (e acredito que ainda passe quando algo assim o justifique), pelos cognomes dos reis. Ora bem, eu sempre detestei história, portanto, esse conceito de ter que saber o nome dos reis todos transcende-me imenso e, se nem consigo atinar com o nomes, que direi dos cognomes. Mas há um que acredito que não vou esquecer, de tanta vez ouvir a mesma frase: “D. Dinis, o Lavrador, porque mandou plantar o pinhal de Leiria”. Eu não podia participar na conversa mas podia sempre aprender mais qualquer coisa, por isso, é claro que conheço outros cognomes, dos mais óbvios (por exemplo, O Grande, O Venturoso, O Justiceiro) e sem saber muito bem a que se devem Língua de fora

Hoje, dei por mim a escolher um cognome… Já tinha dado o dia por terminado, com uma grande revelação depois de um dia, por si só, em cheio e, eis senão quando, “aguenta-te com esta, aguenta-te com esta, a culpa não foi minha”… É muita emoção para uma dama só (ainda por cima estou crente que amanhã a coisa se pode repetir).

Jeitosas e jeitosos da minha vida, eu já não tenho a mesma resistência e já lá vai o tempo em que eu era uma estudante universitária bastante prevenida, contente por achar que trajava bem SÓ porque não me revistavam os bolsos (santa inocência!) onde existiam sempre linhas, agulhas, pensos rápidos, lenços de papel, alfinetes de dama, esferográficas, elásticos pretos para o cabelo… Portanto, mesmo que se assegurem que estou sentada, que tenho bebida por perto para afogar qualquer sentimento duvidoso, que não há perigo de paragem cardíaca, quando me derem uma daquelas notícias verdadeiramente escabrosas (para as quais nunca vou estar minimamente preparada) lembrem-se que vou estar em choque e não vou dizer nada de jeito!

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