5 de setembro de 2025

Acabou o Verão

Olá, pessoas giras!!

Há uma expressão cá na terrinha, sobre o nosso mais famoso evento, que associa o final da Feira de Agosto com o final do Verão e que nunca me pareceu despropositada.

A Feira de Agosto acontece no último fim de semana de Agosto, aquele mês que já por si se associa às férias de Verão, e é um evento caracterizado por reencontros, abraços apertados, sorrisos descontraídos, dias a ficarem mais curtos e noites a ficarem mais frias.

Este ano, a feira terminou com um sabor agridoce. Foi oficialmente a minha primeira feira como mãe, no sentido em que a Catarina já percebe tudo o que se passa á volta dela, já tem opinião e já expressa os seus desejos (que não passam por ficar em casa com os avós).

O primeiro dia foi, no mínimo, diferente. Fiquei doente, com algo tipo gripe ou constipação, e não ponderei em momento nenhum sair à rua. Curiosamente, a minha irmã tinha um jantar com o outro lado da família e, quando lhe pedi que levasse a Catarina, após o processo de hesitação e descrença, ela fez acontecer.

Na sexta-feira, já estava revitalizada e a Ângela e os seus vieram para minha casa. 6 almas dentro de um apartamento a tentar regular emoções. O propósito, que era ver o concerto dos 4 e Meia, foi parcialmente cumprido e não se pode pedir muito mais. Uma hora de concerto, excesso de estímulos (de uma feira repleta de luz e som), crianças cansadas...Vimos duas ruas, das principais, e rumámos a casa (no abençoado comboio Lotas que a feira disponibiliza em viagens regulares entre o recinto e o centro da vila).

No sábado, o cansaço pesava, a regulação emocional falhava e eu, deixei as visitas à vontade, e escolhi pensar em nós. Fizemos uma mega sesta as duas para nos preparar para a noite. Jantámos, orientamo-nos mas demoramos para sair. Chegámos tarde e rumámos aos carrosséis, estava prometido às crianças. Eu tinha um evento com os meus antigos colegas de escola, que correu 50500 vezes melhor do que esperava. Mas, ainda mal tinha passado meia hora da chegada à feira, quando as visitas optaram por ir para casa (um bebê mega estimulado, uma criança a colapsar de cansaço e um terceiro com fome - não consigo imaginar a sensação mas não tenho qualquer dúvida sobre a escolha certa). Tudo isto, fez de mim uma mãe descontraída, com uma filha bem disposta pela mão. Dançámos, brincámos, andámos nos carrosséis. Corremos, rimos, descansámos e conhecemos pessoas, juntas. Como a sorte protege as audazes, tivemos boleia para casa e, tarde e a más horas quando a depositei exausta na cama, ainda ganhei um "obrigada, mamã". Eu não sabia, mas aquela foi a melhor noite da feira.

No domingo, as visitas regressaram a casa, a avó queria ver o concerto da filarmónica (é fã desde sempre e esteve lá para mim sempre que eu vestia a farda e ela conseguia estar presente) e decidimos ir as três. Não foi bom! É um trio ainda a aprender os seus limites, que culmina numa criança desregulada, a esticar a corda, sem respeitar ninguém. Durante o concerto, já estávamos em modo descontrolado, mas ainda deu para ouvir umas músicas e encaminhar o caos para casa.

Na segunda-feira, o tal dia que simboliza o fim do Verão, o fim das férias, o fim da farra... O fim da feira e um "até para o ano". Negociei para ter tempo para mim. Fui com a Catarina à feira ao final do dia, para gastar os últimos créditos, para fazer as compras anuais de frutos secos, para as despedidas, para as últimas viagens no Lotas. Foi calmo, foi paz, foi bom. Deixei a Catarina com os avós e fui aproveitar a minha noite de crescida. Bug mistake! Estive com a maltinha de Sines, vi o concerto mas... Não era eu, não estava completa. Ainda tentei resistir ao impulso de ir para casa, mas... Excesso de idade, falta de álcool e ataque de solidão (ou falta de caras mais familiares) senti-me derrubada. Apanhei o comboio, praticamente vazio, e fui dormir (isso sim, uma necessidade básica e relevante).

E abracei a minha semana de férias a duas! É tão bom aprender o valor de cada gargalhada, de cada reação a um comentário sobre os desenhos animados que não deveríamos estar a ver, de cada momento de mãos dadas, lado a lado... Mesmo durante as guerras para sossegar, para ceder, para definir limites, mostras me o teu fundo bom, o teu coração puro e isso pesa mais do que qualquer palmada desvairada que me faça saltar os óculos. Temos muito caminho pela frente, e que nunca nos faltem forças para o fazer acontecer.

Pessoas giras, o Verão acabou (não foi a feira de Agosto que o disse, foi o mar revolto e os ventos frios), mas os dias de férias são para ir espalhando... Charme 😉

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