17 de novembro de 2025

Odeio a mudança... de horário

Olá, pessoas giras!!

Cá estou mais um dia, para fazer uma síntese da animação que têm sido os últimos tempos aqui deste lado. A verdade é que não tenho sentido grande capacidade de colocar os temas em perspectiva e lhe atribuir um significado mais romantizado porque (Pasmem-se!) ando exausta.

A Pintinha foi operada para remover amígdalas, adenóides e colocar tubinhos, o que significa que ficámos duas semanas de baixa, praticamente sem sair de casa, a descobrir que um dia afinal tem 50 mil horas para ocupar e fazer atividades com uma criança em recuperação. Quando o pai vinha ficar com a piquena, para aliviar a carga, a mãe ia enfiar-se no quartel em formação para bombeira voluntária.

Simultaneamente, deu-se a mudança para o horário de Inverno e com ela a sensação desesperante dos dias curtos. Aquele escuro noturno às 5h da tarde, quando nem chove nem se vê uma nuvem no céu, é claramente algo que não me agrada nem me convence.

E, embora tenha a plena consciência que não foram estes os únicos fatores a influenciar a qualidade do meu sono, foi aqui que percebi que algo errado não estava certo comigo.

Aquele momento em que nos apercebemos que não há mais volta, que já usámos todas as desculpas e que o nosso caminho não se faz por ali é brutalmente assustador. Quando isto me acontece, eu claramente não sei lidar, porque continuo a identificar o padrão da "fuga" como a minha estratégia favorita (e não gosto disso)... E "o corpo é que paga".

Muito honestamente, sinto que esta é a primeira vez que mudo de emprego sem sentir que o mundo vai acabar se correr mal. A loira da minha vida tem feito de mim uma mulher capaz: ponderada e comedida nos gastos (mais!), a roçar um lado avarento e agarrado bem conhecido no seio familiar.

Adoro sentir que, se der tudo para o torto, tenho planos alternativos ao pé da porta, que posso mudar radicalmente de "tipo de vida / tipo de profissão", sem colocar a máscara de menina alucinada que foi tirar uma licenciatura em Matemática e fala mais do que pensa (é assustador sentir este fecho eclair a funcionar e não dizer aquilo que efetivamente tenho vontade).

Mas, não quero ser hipócrita, não gosto de mudanças e não gosto de trabalhar (ainda que acredite e defenda com todas as minhas forças que toda a gente precisa de trabalhar, se não for para pagar as contas, que seja para ocupar o cérebro com a rotina). E se há algo que eu ainda não aprendi, é sobre a melhor forma de ajustar os comportamentos, os pensamentos e as atitudes, com os 30 dias de pré-aviso que damos a uma empresa. Vou continuar a defender que estes dias não fazem bem a nenhuma das partes, que há sempre um sentimento de traição no ar que não trás nada de bom e que as reações em cadeia têm tudo para libertar 50 mil radicais livres e dar lugar a um incêndio difícil de controlar (e quem é que tem estado a viver a formação de bombeiro voluntário "on fire", que é?).

Ando a sofrer (para dentro) e a lutar comigo (no mundo dos sonhos), a cumprir algo em que não acredito porque os meus valores sobre brio profissional assim o pedem e a esgotar-me, a não me proporcionar a devida paz e tranquilidade que as boas decisões trazem. Como sempre, "o problema não és tu, sou eu".

Boa semana!

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