28 de abril de 2012

Eu e a inércia

Já lá vai o tempo em que eu até simpatizava, de alguma forma, com a Física, achava os conteúdos interessantes e lógicos e encontrava-lhes sempre um aplicação mais ou menos directa. O problema foi que, na minha primeira aventura pelo ensino superior, percebi que teria uma cadeira de Física pela frente e a simpatia transformou-se em ódio de estimação (já para não falar de alguns físicos ou engenheiros físicos que me passaram pela frente).

Hoje, volto a recordar os conceitos de Física que até me fascinavam e concentro-me naquele que foi sempre o meu favorito: a inércia! Alguém dizia (Newton, se não estou em erro) que, por inércia, um corpo em repouso tem tendência para permanecer em repouso e que um corpo em movimento tem tendência para se manter em movimento. Ora, desta teoria resulta também que é necessária uma maior força para retirar um corpo do repouso do que para mantê-lo em movimento.

A verdade é que estas ideias todas servem-me de consolo! Para mim, é isto que vem explicar o facto de alguém permancer imenso tempo em frente a uma folha em branco… É difícil começar, exige muita força (de vontade), mas quando se começa a coisa até flui direitinho e, com mais ou menos correcções e reformulações, o trabalho vai avançando.

Eu ultimamente ando atacada pela inércia (poderia chamar-lhe preguiça mas não teria nem metade do impacto) e vou ter mesmo que contrariar isso. Portanto, “Força, volta que estás perdoada!”.

27 de abril de 2012

Aniversário

  1. Excelente companhia
  2. Beijos
  3. Abraços
  4. Uma serenata
  5. Musiquitas
  6. Uma despedida
  7. Uma garrafa de vinho do Porto
  8. Uma massagem
  9. Uma mensagem
  10. Um trabalho para entregar
  11. A casa invadida
  12. Uma pedra para cozinhar
  13. Arroz de marisco
  14. Bolo de caramelo e nozes
  15. Pseudo cheesecake de morango
  16. Um telefonema
  17. Um Merrel azul claro
  18. Outro Merrel azul claro
  19. Uma ida à baixa
  20. Uma ida ao IKEA
  21. Uma Galinha Gorda
  22. Uma noite de Estudantino
  23. Um mail
  24. Uma fotografia com o cabelo demasiado curto
  25. Um polvo Sorriso
  26. Um muffin de baunilha e chocolate
  27. Outro muffin mas de morango e chocolate branco
  28. O Atlas do Viajante – Europa
  29. Velinhas!

No meu aniversário, tive direito a tudo isto e muito mais… Parece que já foi há imenso tempo, que já se passaram imensas coisas entretanto, mas continua a ser importante para mim. Não estou presa a esse passado recente, só que, neste momento, necessito agarrar-me às coisas boas para avançar. E algumas destas coisas foram mesmo muito boas!

Obrigado a todos que me proporcionaram, de alguma forma, um sorriso!

25 de abril de 2012

Há um ano

Não existiam cortinas, nem tapetes e o eco era avassalador. Os meus passos, já de si pesados, pareciam ganhar uma nova e ensurdecedora vida de cada vez que invadia o hall de entrada.
Não havia gás, nem fogão, nem esquentador, nem microondas, nem máquina do café, nem congelador (se bem que este agora também não "existe")...
Duas divisões estavam completamente nuas e desprovidas de vida, não existiam objectos pessoais espalhados (conscientemente) por todo o lado. E o quarto tinha apenas uma cama e uma mesa de cabeceira.
Não havia televisão e continua sem haver.
Não existia um lugar certo para nada porque, pura e simplesmente, ainda nada tinha lugar.
As paredes e os tectos estavam imaculados, pintados de fresco, sem fungos e sem buracos (o que já não corresponde à verdade em muitos sentidos), para compensar os azulejos (que só soube passado um tempo a cor verdadeira que têm).

Ainda assim, esta mansão estava cheia, cheia de boas energias e de um cheiro doce a conquista, a liberdade!

19 de abril de 2012

Sem tempo para desejos

Há imenso tempo que penso em escrever um post verdadeiramente profícuo… De mim, para mim e por mim. E, este momento em deveria estar a escrever um comentário sobre as diferenças entre alfabetização e escolarização e o aparecimento das escolas, pareceu-me o mais apropriado para tentar alcançar esse fim :p

De cada vez que penso em escrever sobre qualquer coisa questiono-me imenso, é que ao fim destes anos todos continuo a ser aquela alminha com o Grilo em cima do ombro (sim, eu sei que isto é Once Upon A Time a mais nesta cabeça) que sussurra: “mas porque te preocupa tanto o que os outros pensam?”.

Queria escrever um elogio a duas das mulheraças da minha vida, para mostrar a toda a gente como umas pandeiretas de fitas compridas deixam marcas, vincadas e duradouras, e amarras mais ou menos visíveis. Para mim, Abril é um mês de grandes mulheres (vá se lá perceber porquê)!

Queria escrever um elogio a um homem que me tira do sério e destrói qualquer uma das minhas tentativas de ser uma gaja compreensiva e paciente, porque me atura todos os dramas e vai buscar pachorra para me aturar nem sei bem onde e, efectivamente, está lá quando eu preciso. Pode parecer ridículo, mas adorei que ele se tivesse dado ao trabalho de me explicar tudo como se eu fosse muito burra e isso me tivesse permitido desenrascar-me sozinha (leia-se “alcançar sucessos em stand by há quase um ano”).

Queria escrever um relato pormenorizado da minha noite de sábado, do “sabor” que tem algo de que realmente se gosta… Não saberia viver sem que os meus sentidos pudessem ser invadidos por tudo aquilo que é, para os meus ouvidos, música.

Queria manifestar as minhas convicções, relativamente a tudo e a coisa nenhuma, neste mundo estranho em permanente mudança, onde aquilo que hoje é certo e merece ser defendido amanhã já não tem qualquer valor e as pessoas parecem mudar de ideias como quem muda de roupa.

Queria estas e tantas outras coisas mas a vida já não é feita de desejos, é feita de acções! Mais ou menos ponderadas, mais ou menos certas, mas concretizadas. Que não se verbalizam, não se descrevem mas que se sentem!

11 de abril de 2012

Hoje

torneiras

Hoje é um bom dia para verbalizar todas as 50500 asneiras que tenho engasgadas há carradas de dias. Para assumir que não tenho jeitinho nenhum para a fotografia e mesmo assim não desisto de tentar. Para partilhar que o meu ódio de estimação pela casa de banho aumentou exponencialmente com a queda de parte da tinta do tecto em cima da minha cabeça. Para admitir a derrota no confronto constante com as torneiras da cozinha que não chegaram a ter um ano de tempo de vida (“My carriage is turning into a pumpkin!”). Para ter saudades de todos aqueles que me são mais queridos. Para fazer noitada em frente ao computador sem ser distraída a ver filmes ou séries. Para me dedicar a escrever uma enxurrada de coisas idiotas, que ninguém vai ter pachorra para ler, só porque me apetece. Para sentir que o respeito já não é o que era. Para repetir uma frase que me acompanhou durante muito tempo: “Estou cansada!”. Para me convencer que a vida não são só alegrias e coisas lindas e maravilhosas (como eu!) e “mares de rosas” e, por isso mesmo, não se publica na internet só o que de bom nos acontece Língua de fora

“Com um brilho no olhar e com um sorriso nos lábios”, cabeça erguida e ânimo leve, a vida ganha um novo colorido e a veia optimista ganha terreno…

9 de abril de 2012

Pessoas felizes - João Monge e Luís Represas

Vivem dentro de ti pessoas felizes
Os olhos que brilham por si têm tantas raízes…
Nos braços de quem já te quis,
Nos braços de quem te quer bem
Meu bem, faz-me feliz
Vive comigo também…

Deixa que em nós se repita o princípio dos mares
Há um novo deus que se agita nos nossos olhares
Nas aves que voam solteiras,
Nos rios que casam nas fontes
Meu bem, as macieiras
Dão frutos e horizontes

Tudo o que tu já sonhaste em mim desagua
As ruas por onde moraste dão à minha rua
Não sei nada do meu juízo
Mas sei rir feliz por alguém
Meu bem, o teu sorriso
Faz-me feliz também

6 de abril de 2012

O outro

A noite já ia longa e nós continuavamos no sofá! Estavamos praticamente colados um no outro, a explorar aquilo que nos apetecia e fomos perdendo a noção do tempo. Até que eu desisti e te levei comigo para a cama (apesar de saber que era um erro, que não o devia fazer), não tinha mais forças para continuar a lutar e estava a saber-me bem. Deixei que me dominasses até que se esgotasse toda a tua energia e, só aí, consegui fechar os olhos e adormecer.

Estou viciada no computador!

1 de abril de 2012

As minhas "bolhas"


Há quem lhe chame bolha, há quem lhe chame área... Eu que sou de Matemática chamo-lhe espaço!

Espaço íntimo é aquele pedacinho de "ar" que temos à nossa volta e que, ao ser invadido por outra pessoa, produz desconforto ou mal-estar (Goldstein, 1983).

Numa altura em que dificilmente se interioriza a ideia (há já tantos anos defendida) "a minha liberdade começa onde termina a do outro" e temos, constantemente, que lutar pelo nosso "lugar ao sol", pareceu-me um tema pertinente :)

Há carradas e carradas de bibliografia a esse respeito espalhada pela internet e dizem que é um aspecto importante do desenvolvimento pessoal, portanto, "vale a pena pensar nisso".