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21 de fevereiro de 2022

O sentimento de culpa

Em Maio de 2020, fui obrigada a reconhecer o óbvio - estava grávida - e tudo mudou, e o sentimento de culpa costurou-se pela minha coluna vertebral, como se de um verdadeiro parasita se tratasse, e (dizem as más línguas) já não me abandona mais até ao resto da vida.

Nessa altura, considerava altamente improvável (para não dizer mesmo impossível) alguém engravidar à primeira tentativa, por isso, culpei a pandemia e os dois meses de confinamento das minhas náuseas, dos enjoos, dos calores e das dores nos seios. 
Como estava a ficar "nutridinha" decidi fazer ginástica passiva com aquelas maquinetas autocolantes que parecem dar choques. E, nos dias especiais, como aquele 12 de Abril em que me "apareceu o período", regava muito bem alcoolicamente as celebrações...

Naquela manhã, em que aceitei fazer o teste e não foi preciso esperar muito para ver os dois tracinhos, a Culpa fez a sua entrada triunfal em cena. "Idiota, tentaste eletrocutar o bebé! Pior, tentaste afogá-lo em sangrias e outras bebidas alcoólicas!".
Passados uns três meses, fomos diagnosticadas com artéria única umbilical e a Culpa ganhou espaço. "É o teu estilo de vida. Se a tua alimentação fosse diferente isto não acontecia." E as hipóteses clínicas, neste tipo de cenários, davam-lhe força. "Anomalia, má formação, insuficiência renal, sopro cardíaco... Tudo porque não lhe fazes chegar nutrição suficiente". [Agora já sei que o problema estava mais em expelir resíduos do que em receber o que quer que seja, mas a Culpa não precisa de factos.]
Em Dezembro, reuni-me para jantar com umas amigas que não via há já um ano e que queriam conhecer a minha barriga de grávida. Fui imensamente feliz (em ano de pandemia, estar com pessoas era como ganhar na loteria) e o meu corpo ficou inundado de oxitocina. No dia seguinte, não me sentia com muita energia e escolhi descansar. As dores abdominais não eram intensas, a perda parcial do rolhão não significa nada por si só e, como ainda estávamos nas 36 semanas, eu queria acreditar que era cedo. "Se tivesses ido logo para o hospital podia ter dado para controlar tudo antes de entrares em trabalho de parto, se tivesses bebido mais água podias ter reduzido as contrações... Só tu podias ter feito a diferença!"
A Catarina nasceu às 36 semanas, um ser em miniatura arrancado a ventosas do meu útero para uma incubadora. E a Culpa instalou-se como se fosse tudo seu porque já nem tinha que dividir atenções.
Quando eu tive alta e a Catarina não e me "obrigaram" a ir dormir a casa, sem ela... Quando ao fim de uma semana me atormentaram porque ela estava a perder peso e num bebê tão pequeno isso não pode acontecer... Quando insinuaram que eu não tinha leite... Em todos esses momentos, ela estava lá, a Culpa, sempre a pairar com aquele sorriso e aquela expressão "Sim, eu sou toda tua!".

Honestamente, há muito pouco na vida de um bebê que não seja culpa da mãe... Ou porque o mimou demais ou porque o ignorou demais (ou 50500 outros exemplos), nunca vai estar bem e quem fez essa escolha foi a mãe.

Há poucos dias (sábado, 19 de Fevereiro), a Catarina decidiu testar a temperatura do aquecedor a gás que existe em casa dos meus pais. Eu estava ao lado dela e não fui rápida o suficiente. Ainda não tinha percebido o que tinha acontecido (queimadura de segundo grau na mão esquerda) e já a minha fiel companheira pulsava alegremente contra todos os músculos do meu corpo. "Temos pena! Agora tens que a levar para o hospital. Ainda vais ser acusada de maus tratos porque estavas com ela e não fizeste nada! És uma mãe desnaturada."

A Culpa é dura, é implacável, é incapaz de perdoar, mas é também uma criação do nosso cérebro, alimentada muitas vezes pela nossa sociedade (onde toda a gente sabe o que é certo ou é errado...na vida dos outros).
E, para mim, vem colada com esse tal de Amor Incondicional. Se eu não me preocupasse e não tentasse fazer o melhor que sei por esta pessoinha, a Culpa não tinha a menor hipótese porque deixava logo de fazer sentido.

3 de outubro de 2021

10

E roçamos a meta dos 10 meses...
E não são tudo rosas!

Não faço sopa "fresca" todos os dias, dou purê de fruta de compra, já dou Danoninhos, não fazemos BLW, não dou tanto colo como gostaríamos, não há vaga na creche, canto na hora de dormir, os dentes ainda não romperam, não falo "bebês", não leio o que mereciamos...

E, infelizmente, continua a haver uma casa para cuidar (e eu ainda não aprendi a gostar mais disso), um casamento para alimentar, um emprego onde me sinto a começar do zero (na versão burrinha) só porque fui mãe... E, se me pedissem para escolher, a única coisa da qual não abdicava é deste amor maior!

Dizem que são precisos, em média, 66 dias para criar um novo hábito mas, nesta vida nova que abracei, não existem dois dias iguais. Portanto, nada vai entrar em piloto automático e roçamos a meta dos 10 meses da melhor forma que sabemos e conseguimos.

27 de abril de 2021

Banda Sonora - Parte 2

Só porque as musiquitas mudaram, de forma radical, e os registos valem sempre a pena.

Agora, canto para a Catarina:
Dá-me uma gotinha de água;
Fui colher uma Romã;
O pica do sete;
O pintinho piu;
Doidas, doidas andam as galinhas;
Baby Shark 😁

A vida muda em cada passo que damos, juntas!

4 de fevereiro de 2021

Segundo mês

Imaginar aqui o vídeo da versão da Sara Tavares para o filme da Disney, o Corcunda de Notre Dame.

Ou espreitar neste link:

Longe do mundo, perto de ti!
Assim são os nosso dias...

20 de janeiro de 2021

Banda Sonora

Cá por casa, o Pai proibiu o Atirei o pau ao gato, acha ele que é demasiado limitado e espera melhor de mim. Portanto, fiquei encarregue de procurar alternativas.

Confesso que ainda tentei o "Era um vez cavalo que vivia num lindo carrocel..." Mas esta foi também boicotada.

Então, optamos por estragar a pequena desde cedo e "competir" com a voz de músicos com pouca relação entre si: 
Quem és tu, miúda - Azeitonas;
Sei-te de cor - Paulo Gonzo;
Longe do mundo - Sara Tavares;
Versos de amor - Carlos Paião;
Lisboa Menina e Moça - Carlos do Carmo;
Com um brilhozinho nos olhos - Sérgio Godinho;
Quase perfeito - Donna Maria;
Garça Perdida - Dulce Pontes;
O que foi que aconteceu - Ana Moura.

Felizmente, a voz de uma mãe é sempre excepcional aos ouvidos de uma criança e, mal ou bem, alcança-se o resultado esperado, que nunca se sabe qual é porque nesta aventura não há dois momentos iguais (há sempre algo novo a surgir para manter o pessoal alerta e com os níveis de "ya, right, vale tudo a pena" em alta).

31 de dezembro de 2020

4 de dezembro de 2020

May the 4th be with you

Mesmo que seja Dezembro, e que a vida mude de uma forma que não tem mais volta, que este seja de agora em diante O dia.

Welcome to this crazy world!