23 de dezembro de 2024

Ao fim de 2024

 Olá, pessoas giras!

A reta final de 2024 chegou, com alguns requintes de malvadez e muitas histórias mal resolvidas, portanto, é chegada aquela altura fantabulástica de fazer balanços, de olhar para trás e perceber que este ano foi só mais um de montanhas russas brutalmente intensas mas com saldo francamente positivo.

Neste ano, que agora termina, perdi-me de mim... Entre batalhas judiciais, aspirações pendentes de 2023 e exigências da vida, entrei numa espiral descendente de "viva la vida loca" e vi jeitinhos de nem perceber os meus desejos para o dia de amanhã.

Iniciei o ano a viver em casa dos meus pais e cedo percebi que não era vida para mim. Adoro-os mas temos objetivos diferentes, formas de ver a vida diferentes e, ainda por cima, não quero educar a minha filha como eles me educaram a mim (não que tenham feito um mau trabalho, porque todos os pais fazem o melhor que podem com aquilo que têm ao alcance). Portanto, numa tentativa de fuga, comecei a viver a vida em modo semana sim, semana não, com criança em casa dos pais, sem criança em cada da mana.

No Carnaval (sim, eu adoro o Carnaval, vou sempre gostar de Carnaval e amigo não empata amigo, podem ficar todos em casa a fazer frete que se eu puder, vou mascarar-me e rir até de manhã), a minha vida mudou. Conheci um mundo de gente gira e simpática e percebi que o mundo da vila não é feito só de lavradores e caçadores betinhos (até na sede dos Piratas do Inferno eu fiz amigos).

Nos meses seguintes, seguiu-se a saga do divórcio e tentar explicar a uma alminha que depois do divórcio é preciso tratar das partilhas, que de nada serve um papel do tribunal a dizer que já não tens um vínculo com aquela pessoa se continuam a partilhar as contas e a casa onde ele vive também é tua. Felizmente, "só" foram precisos 5 meses e umas 50 amigas coloridas para ele "ceder". Sinto que nestes meses não tive capacidade para mais nada, mesmo tendo mudado de emprego, porque me sentia a empurrar a vida com a barriga.

Em Outubro, mesmo sem as responsabilidades parentais da Princesa resolvidas, senti que tinha subido na vida, que estava pronta para enterrar o machado de guerra e ser eu. Mas ninguém disse que a vida burocrática era fácil e vou terminar o ano amarrada a um crédito habitação de uma casa que não me pertence porque a inércia de quem devia tratar disso é gigante.

Nestes últimos dois meses, voltei a sonhar. A ambição de ter o meu próprio cantinho voltou, o desejo de ter os meus horários e voltar a fazer as coisas de que gosto e que me faziam feliz. Entretanto, a batalha pela guarda da Princesa também ficou fechada (lá convenci a família que a residência alternada pode não ser a melhor coisa do mundo mas pai e filha pertencem à vida um do outro) e ganhei mais 50500 kgs de paz de espírito.

Portanto, deixo muita vida chata em 2024 e estou pronta para abraçar o mundo no novo ano. Ano novo... Cabelo novo, lentes novas a tempo inteiro e, quem sabe, a vida nova de que tanto falam. 2025 vem com tudo que eu estou mais do que pronta 😉

9 de dezembro de 2024

Amor próprio

Olá, pessoas giras!

Hoje a minha divagação leva-me diretamente para o amor próprio. Dei por mim a pensar qual foi o momento da vida em que deixei de gostar de mim.

Por diversas vezes, ao longo da vida, damos por nós a sentir que batemos no fundo (o que nem é assim tão mau porque a partir dali só pode melhorar). Eu, com a veia pessimista a fazer das suas, já nem me preocupo por estar no fundo do poço, porque acho que isso é uma constante, e entrei na fase em que me incomoda imenso sentir que arrasto comigo quem se cruza no meu caminho.

O meu doutorzinho disse-me que a única coisa de que necessito para me orientar é um espelho... E colocar o foco nas coisas boas (se me esqueço da chave de casa apenas uma vez no mês, porque tem isso mais valor do que as outras vezes todas em que me lembrei!?). Será que alguém lhe pode explicar quão complicado isso é para uma taurina pessimista?

A verdade é que não ando a cuidar de mim como devia, nem a ouvir-me nem a respeitar-me (e agora que penso nisso, questiono como nem percebi o "peso" desta bola de neve). Mas é difícil fazer diferente.

Sinto e sei que "é uma fase", que ter o meu próprio espaço vai fazer diferença, que andar entretida a limpar energias e harmonizar espaços me vai encaminhar para o que verdadeiramente importa... Podia era ser tudo para ontem e eu não estar simplesmente à espera da vida acontecer, enquanto destruo mais umas células da já reduzida auto estima.

Há um trabalho duro a ser feito, uma caminhada de descoberta que se antevê longa e uma esperança ténue de conseguir voltar ao meu eu de 2012 quando aluguei casa na Amadora (com telemóvel só para mensagens e chamadas, sem TV, a exercitar-me e a viver numa casa praticamente vazia).

Graças a todas as energias do planeta, sonhar é grátis 💪

4 de dezembro de 2024

O amor maior (4 anos depois)

Há 4 anos, por esta hora, já tinha escolhido os produtos da L'Oréal que queria comprar com desconto (numa campanha interna da empresa em que trabalhava na altura), diretamente da cama do hospital; já tinha amaldiçoado os quilos de oxitocina ganhos na noite anterior, num pseudo jantar de Natal (em tempos de COVID), com pessoas que nem me tinham visto grávida; já tinha melgado a minha doula de coração, para desabafar a desistência ante a epidural ("se ela vai nascer só de manhã, quero drogas para descansar durante a noite").

Há 4 anos, estava longe de saber o que me esperava e ansiava que, com o esvaziar da barriga, fosse inundado o coração. E não foi assim. Fiquei só tremendamente feliz porque não achei feio o bebê que tinha em cima de mim, coberto em gosma e com o cordão umbilical a limitar os movimentos.

Há 4 anos, se me dissessem que ia ver os vídeos dela de bebê e olhar com ternura para os primeiros passos e para o sorriso rasgado, não ia acreditar. Ter uma criança nos braços é intenso e avassalador, é aquela sensação de que aquela vida, naquela fase, depende em tudo de nós e o "nós" deixa de ter lugar porque ela é tudo.

Há 4 anos, ela não tinha uns caracóis lindos de morrer (ali debaixo também existirão muitas histórias para contar), não dava abraços apertados para que o coração dela batesse "dentro" do meu, não dizia "tive tantas saudades tuas" nem o "gosto tanto de ti". Mas já tinha o feitiozinho da mãe e fugiu-me logo dos braços nos primeiros minutos, ou não tivesse ela trocado os planos todos e nascido 4 semanas antes.

Há 4 anos, não sabia o que era amar (amar a sério a sentir que dás tudo para ver a outra pessoa feliz)... Mas agora sei! 

Estou grata por me mostrares isso em cada dia que vivemos juntas, mesmo quando não queres ser mais minha amiga (porque não digo só que sim a tudo). A mãe é tua "e de mais ninguém"!

Parabéns, meu amor!

29 de novembro de 2024

O não "Dia D"

Olá, pessoas giras!

Hoje passo por aqui para me celebrar (enquanto exorcizo, obviamente), porque amanhã era suposto ser o dia de uma nova conquista, mais um daqueles marcados como o "Dia D" na vida de alguém, mas... Ainda não vai ser desta (porque a falta de vontade de alguns é gigante e impede o excesso de vontade de outros de avançar).

Neste momento, sou uma mulher com demasiados créditos em aberto (aos olhos do Banco de Portugal), todos associados a uma conta do Banco Montepio, que já nem uso. Com um contrato de água, numa casa onde não vivo e com o IMI, acabado de liquidar, de uma casa onde nem vivi até ao fim de 2023.

Neste momento, sou também um mulher com uma vontade gigante de mandar tudo para um sítio onde o sol não brilha e alcançar os meus direitos à força bruta (desliguem a água e ofereçam a casa em hasta pública, que é para o lado que eu durmo melhor) mas, aquela veia que eu achei que não tinha e nunca ia ter, a de mãe, fala mais alto, não quer que falte nada à minha pequena cria e contém os meus impulsos.

Amanhã, poderia ser o dia da escritura da minha futura nova mansão (leia-se apartamento em miniatura para viver sozinha com a minha Princesa) mas não é. Infelizmente! Ainda assim, eu celebro-me porque fiz tudo o que podia para que isso acontecesse e sei que não vai acontecer porque a inércia é uma bela porcaria e faz efeito onde menos faz sentido.

Claro que todo este cenário, chega também com aqueles sermões lindos... "Se sempre foi assim porque é que achaste que agora ia ser diferente", "porque é que ainda acreditas que as pessoas vão ter iniciativa sem serem provocadas", "sempre foste tu a tratar de tudo"... E eu juro que dispensava estes discursos e estas frases feitas, por muito que possam vir carregadas de razão.

Nunca fui aquela que vê o lado bom das pessoas, sou pessimista por natureza, mas acredito em reabilitações e segundas oportunidades (ou não teria o melhor cunhado do mundo sempre pronto para tomar conta de mim). Acredito que todos temos dois dedos de testa para perceber quando continuamos, mesmo que involuntariamente, a impedir alguém de seguir o seu caminho. Portanto, também nos cabe a nós fazer diferente.

E sabem que mais!? Vou só ali aproveitar a Black Friday para comprar os pequenos eletrodomésticos todos que irei precisar. O "Dia D" não é amanhã mas, sem dúvida, já faltou mais.

20 de novembro de 2024

O irmão do meio, o rapaz mais velho

 Olá, pessoas giras!


A vida voltou a tramar das suas e passou uma rasteira aos olhos azuis mais alegres que alguma vez conheci na vida, o Bruno tinha apenas mais 4 anos do que eu e já está à nossa espera lá do outro lado. E eu percebi que continuo sem saber lidar com a morte.

Conheci o Bruno no auge da minha inocência, de menina do campo, deslumbrada com o irmão mais velho (lindo que dói!) do coleguinha de escola. Apaixonava-me por aquelas boleias para a escola, em que ele sorria no banco da frente e se fingia indiferente à minha paixoneta infantil.

Não me dei conta, quando o cancro o "atropelou" pela primeira vez... Porque não lhe roubou nunca o sorriso do rosto, nem lhe tirou o brilho no olhar. Acho mesmo que só percebi que a vida não estava a ser meiga com ele quando chegou a altura em que decidiram amputar-lhe a perna. Para ele, foi apenas uma troca "ok, eu dou a perna mas fico com a vida". Ele re-aprendeu a andar, adaptou-se à prótese e continuou a sorrir, igual a ele próprio.

Entretanto, os cancros foram-se sucedendo uns aos outros... Talvez umas metástases perdidas, escondidas atrás de uma qualquer orgão menos adepto das quiomio / radioterapias, talvez uma recidiva inesperada. E ele combateu todos, dava o peito às balas e sorria, enquanto o corpo sofria.

O Bruno era o nosso Suíço mas, no fundo, ele era do mundo. Ele procurou o código postal que lhe permitiu sentir-se melhor consigo e, nos últimos tempos, espalhava charme por terras algarvias. Foi por lá que foi encontrado caído na rua, em paragem cardio respiratória, e é apenas isto que se sabe.

A minha vontade continua a ser abanar a cabeça e dizer que não, que não é verdade, que não pode ser, que a vida não seria assim tão injusta... Mas não vai adiantar de nada. Ele partiu, descansou e eu não tenho a menor dúvida que ele deixou um pouco de si em cada alma que teve a felicidade de cruzar o seu caminho.

12 de novembro de 2024

WebSummit 2024

Olá, pessoas giras!
Hoje foi dia de WebSummit, com o patrocínio das Women in Tech que me ofereceram o bilhete. Talvez por isso, as palestras que escolhi assistir estavam maioritariamente relacionadas com igualdade de gênero ou gestão de pessoas.

Acho que foi a primeira vez que fui ao WebSummit sem a obrigação, antecipada, de apresentar algo à empresa em que trabalho (que apenas me cede o dia para uma atividade diferente visto que nem tem que pagar nada)... E soube bem.

Obviamente, aproveitei a oportunidade para ouvir palestras sobre data governance e data ownership, mas sinto que investi mesmo mais tempo em perceber como a inteligência artificial pode ajudar as empresas a gerir e reter talentos (algo que já percebi que me cativa mesmo).

Mas... O primeiro pensamento que tive assim que cheguei ao evento e me sentei para a primeira palestra foi: "Fire Flamingo, este sim é o futuro do trabalho e ninguém vai falar dele neste tipo de evento".

A malta que trabalha na área da tecnologia está mais desperta para este tipo de realidade e este tipo de conceito, em que o objetivo de vida está longe de ser trabalhar até á idade da reforma (até porque os valores da inflação não vão deixar grande retorno ao valor que teremos direito quando chegar essa altura). Mas ninguém quer assumir que, se pudéssemos verdadeiramente, só trabalhávamos em part-time ou deixávamos mesmo de trabalhar para nos podermos dedicar ao que nos apaixona. Portanto, o fire continua a ser um assunto tabu nestes ambientes ("mais perdem!").

2 de novembro de 2024

A procurar o mesmo que a Alice

Um novo mês que começa, marcado pela angústia e a certeza que o caminho não pode ser por aqui.

Olá, pessoas giras!
Rumamos a passos largos para o final do ano, que traz consigo o primeiro aniversário da mudança mais radical da minha vida... 
Passados estes meses (e finalmente quase com a burocracia toda resolvida - partilhas feitas e uma criança em residência alternada), ainda não ultrapassei o divórcio [e achei sempre que iria tudo ao sítio por magia assim que os papéis estivessem assinados e a vida continuasse].

A vida colocou no meu caminho um anjo da guarda, alguém que entrou na minha vida para me colocar travão, para me mostrar que não sou a gaja mais idiota do mundo, um capricorniano careca gordalhufo com uma pontada de arrogância, com uma relação estranha com a mãe. E eu vi a minha vida a andar para trás! E fugi, obviamente (ou nem seria eu).

Durante muitos anos, ouvi dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo sítio, mas deixei de acreditar nisso. O nosso cérebro é manhoso, desenvolve padrões, identifica hábitos e conduz-nos na direção da nossa zona de conforto... Se nós deixarmos. Aquilo que nos encantou e deslumbrou uma vez, facilmente repete a proeza, e se já fizemos o teste e sabemos como vai acabar... Fight or flight!?

Como em tudo na vida, não há respostas certas! Alguém muito sábio me disse que é tudo uma aprendizagem, e eu sei que sim. Talvez por isso, recordo com saudade aquela fase em que prioritizei a minha descoberta espiritual, porque há qualquer coisa desta situação que eu preciso aprender (e se vivo a repetição é porque não fez efeito). Quem sabe não é pelo divino que devo fazer o meu caminho!?

26 de setembro de 2024

Já não falta tudo

 Olá, pessoas giras!

Hoje, apesar de não ser sexta-feira, é um dia bom, é dia de leveza e elevado estado de espírito. E sim, eu sei que esse não tem sido o sentimento das últimas partilhas mas a vida está a mudar e, em breve, poderá recomeçar (já se vê a luzinha ao fundo do túnel e, desta vez, eu confio que não é um comboio).

Ontem foi, finalmente, dia de formalizar as partilhas pós divórcio e assinar papelada. Portanto, sou quase quase uma mulher com a folha limpa no Banco de Portugal (podia ser já hoje). Apesar de toda a espera e todo o stress que um evento desta natureza acarreta, fiquei feliz e até consegui fazer conversa de circunstância e piadas secas (houve um pedacinho de mim que também esteve presente).

Mais engraçado é perceber o pânico familiar por partilhar estas conversas... Como é que se explica a alguém que independentemente das escolhas que fazemos e do rumo que damos à nossa vida amorosa, as pessoas do passado não nos são indiferentes? E que, neste caso específico, vamos ter juntos um projeto para a vida? 

"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." (Antoine de Saint-Exupery)

Hoje começa a saga de voltar ao mercado (imobiliário), só para perceber que Grândola agora é quase Comporta e o valor das habitações está total e completamente inflacionado. Simultaneamente, para perceber que um dos imóveis disponíveis na categoria dos mais interessantes é exatamente no prédio ao lado daquele em que vive o ex-marido. HAHAHAHAHAHAHA. Não vai acontecer!

Um dia de cada vez, uma pesquisa de cada vez, uma tentativa de cada vez... Aos poucos isto vai lá.

24 de setembro de 2024

1 ano de Mintos

 Olá, pessoas giras!

Há um ano atrás, decidi armar-me em pessoa capaz e entendida (já que nessa altura já tinha adquirido o desejo profundo de me reformar antecipadamente) e decidi explorar uma plataforma de P2P (um tipo de investimento em que emprestamos o nosso dinheiro a empresas que emprestam dinheiro a terceiros).

Naquela altura, era uma pessoa da classe média, com um bom emprego, casada, com um marido também a trabalhar e uma casa quase paga, senti que podia sonhar um pouco e correr o risco de investir 25 euros mesmo que nunca os voltasse a ver.

Lembro-me de explorar a plataforma da Mintos como se fosse um "burro a olhar para um palácio", com a perfeita noção que as taxas de retorno altíssimas que eles apresentam estão também associadas a um nível de risco gigante (é um daqueles casos de pescadinha de rabo na boca, se a pessoa a quem o dinheiro foi emprestado não paga, a empresa a quem emprestamos o nosso dinheiro também não nos paga).

A experiência foi gira e excitante, no início, e rapidamente se tornou rotina. Toda a gente diz que não devemos andar todos os dias a controlar os nossos investimentos mas a verdade é que não somos todos iguais e aquilo que funciona para uns pode não funcionar para outros.

A FIRE, do blog Dama de Ouros, diz que este tipo de investimentos é como sushi - "ou se ama ou se odeia" - e eu, até certo ponto, concordo com ela (só porque ela não gosta de sushi). Eu fui experimentando a plataforma aos poucos, fiz investimentos parvos, fiz compras idiotas, explorei a loucura do mercado secundário, consolidei conhecimento e apaixonei-me perdidamente!

Hoje, não passo um dia sem entrar na plataforma para reinvestir o valor que entretanto vai ficando disponível e digo, com orgulho, que apesar das taxas malucas que eles oferecem (até porque o dinheiro que investi não entrou todo na mesma altura e não me dou ao trabalho de fazer uma análise cêntimo a cêntimo), passado um ano tenho uma taxa de retorno efetiva de 8%. Tendo em conta que o primeiro ano é aquele em que se fazem as maiores asneiras, sinto-me brutalmente feliz com este número.

Entretanto, a plataforma cresceu e alargou a abrangência do negócio, agora tem também a possibilidade de investirmos em obrigações, imobiliário e ETFs (conceitos que há dois anos eu não fazia a menor ideia do que representavam fora do departamento da gestão e poupança do Novo Banco) e eu continuo a explorar todo este mundo (apesar de a vida ter mudado completamente e agora saber que não posso correr o mesmo tipo de risco porque preciso de cada cêntimo para comprar a minha futura habitação permanente).

E, pela primeira vez, ainda que sinta que sem necessidade, vou fazer o disclaimer que mais leio nos últimos tempos, porque sei bem que é assim que este mundo dos investimentos funciona: nada disto representa aconselhamento financeiro, é apenas a minha opinião isenta sobre a plataforma. 

Se quiserem experimentar por vossa conta e risco, deixo aqui o meu referral link, que só me daria direito a alguma coisa (50 euros) e a vocês também (50 euros + 1% do valor médio investido nos primeiros 90 dias), caso decidissem investir pelo menos 1000 euros nos primeiros 60 dias, o que para alguém que começa a explorar este mundo é algo que muito dificilmente acontece.

9 de setembro de 2024

Humor

 Olá, pessoas giras!

Uma nova semana se avizinha e há que estabelecer o humor para a mesma, nada de choros ou estados depressivos que as tristezas não pagam dívidas e tudo se enfrenta melhor de cabeça erguida.

Esta semana temos coração apertadinho, que o regresso às aulas da Princesa está a ser uma valente porcaria e aquele cu de mimo consegue comover até as pedras da calçada mas, é mais um daqueles dias do passa-ao-outro-e-não-ao-mesmo e uma pessoa nem sabe bem qual a postura que deve adoptar.

O Setembro vai no início, os recomeços vão no início e eu só quero que alguém no Tribunal de Santiago do Cacém dê corda às mãozinhas e dê um empurrão simpático na minha vida (não quero uma audiência, não quero uma marcação, não quero um requerimento do outro mundo que tenha que ir ao supremo juiz, é só uma certidão de divórcio).

Sei bem que direciono a frustração para o tribunal, porque as férias judiciais pareciam nunca mais acabar (e agora que acabaram nada acontece) mas a burrinha sou eu - e aqui nem se aplica a expressão "estudasses", era mais um "tivesse sido besta mais cedo" (é parvo, mas parece que as pessoas só fazem as coisas acontecer quando têm os calos apertados).

Ainda assim, sei que o que por aí vem é o cenário equilibrado. Uma luta judicial por partilhas ia ser feia porque a minha costela "se eu não fico com metade do que me deu tanto trabalho a conquistar então tu também não ficas" ia subir paredes e era mocinha para vender a casa (que agora é quase uma casa na Comporta onde o nível de vida está todo inflacionado) por 2 tostões furados e agora cada um que se desenrasque. É só ter mais um pouco de paciência (que nunca tive na vida, portanto, nem sei onde vou arranjar agora) e esperar mais um pouquinho.

6 de setembro de 2024

No fosso

 Bom dia, pessoas giras!

Há muitas alturas na nossa vida em que o regresso é difícil... Regresso à rotina, regresso a casa, regresso a abraços que nos querem bem, regresso a sítios onde já fomos felizes... Dá para perder a conta!

Setembro costuma chegar carregado desta conotação, com o regresso às aulas (quer seja para as termos ou não), mas eu, por aqui, continuo à espera de ter direito ao regresso (e quem me conhece minimamente bem sabe que odeio esperas).

De momento, tenho dificuldade em voltar aqui, porque só me apetece escrever e explorar lixo... E as lágrimas rolam pela cara abaixo como quem reclama pelo seu momento de glória e quer o seu momento de atenção. Estou de novo como a lua ou como o período, com fases, semanas boas e semanas menos boas. Mas não quero desistir de partilhar quem sou, de recordar por onde andei e onde estou, onde cheguei.

Um dia de cada vez, um soco de cada vez, uma luta de cada vez, uma batalha de cada vez... Aos poucos isto vai lá.


21 de agosto de 2024

Pós férias em Évora

Olá, pessoas giras!

Mais uma semana se passou, curiosamente uma incrível semana de férias em terras alentejanas, que eu nem fiz questão de explorar (abençoadinha piscina e abençoado bar do hotel).

Apesar da constante "vida de mãe", das ranhocas e das febres (até mesmo dos cocós na fralda espalhados por tudo quanto era roupa, parte do corpo e sofás do hotel), o objetivo foi cumprido com sucesso: ganhar alguma corzinha no lombo e descansar.

Já o regresso não foi tão espirituoso, a Catarina tem escapado nos pingos da chuva, só com uma ranhoca, mas a mãe parece ter sido atropelada por um Godzilla fofinho, daqueles que que nos suga apenas a liquidez mas deixa a bicharada toda a rabiar em seco. Ou seja, estou entupida, estou congestionada, mas tudo como se fosse um peixe a agonizar fora de água, às secas.

Perante este cenário, encontro alento nas minhas eternas aliadas - contagens decrescentes!

Faltam 0 dias para o aniversário do Patriarca, que não entente quão duro é para uma quarentona voltar a estar debaixo da asa dele e ter que lhe prestar contas. 71 anos do cota, que venham muitos mais.

Falta 1 dia para a Feira de Agosto 2024, o evento mais aguardado de terras grandolenses, que ao fim de uma ou duas noites já perdeu a piada (mas não vamos contar a ninguém) e continua a ser aquele spot onde se encontra toda a gente que decidiu fugir daqui mas que acha que tem que voltar nestes dias como se de uma romaria se tratasse.

Faltam 10 dias para o fim das férias judiciais, para que os tribunais voltem a trabalhar em pleno e enviem às pessoas as certidões que elas precisam para poderem fazer as partilhas pós divórcio e seguirem com as suas vidinhas.

Pelo meio destes mega eventos, há-de chegar o regresso às aulas, que felizmente se nota muito pouco no modo pré-escolar. Há de ocorrer um desfralde, assim a D. Catarina colabore porque a preguiça de largar a brincadeira e fazer as suas necessidades está a dificultar o processo. E, na loucura, um dia exclusivamente para mim, dedicado apenas e só a não fazer nada (este último tratando-se de algo muito aspiracional visto que já gastei as férias, e a verba, e ao fim de semana anda tudo a controlar para onde tento fugir).

8 de agosto de 2024

O amor

 Olá, pessoas giras!

Hoje vou dedicar-me a um tema polémico: o amor. Pois bem, o amor é uma M****!

A subtileza nunca foi o meu forte, sei bem que este post podia começar de forma mais simpática e mais polida mas não há grande volta a dar, a frustração que se ocupa de mim no que diz respeito a este tema transborda por todos os poros e dá nisto.

Esta coisa do amor não tem como começar bem. Desde sempre que ouço dizer que são os bebés que escolhem os pais, portanto, já estava tudo errado quando escolhi saltar para dentro da barriga da minha santa mãe sem perceber bem no que me estava a meter. Mas a verdade é que o amor daqueles dois é para a vida, o amor de uma mãe submissa que espera que eu seja igual a ela e o amor de um pai revoltado com a vida que espera que eu mude o meu mundo sem sair debaixo da alçada dele. Como se não bastasse, quando eu cheguei a casa já tinha mais uma ocupante e cedo percebi que, mais batatada menos batatada, aquele amor de mana também era para a vida.

Assim sendo, vi-me desde cedo amarrada a três amores maiores. Amores daqueles em que se levanta a voz tantas e tantas vezes, daqueles em que se pensa diferente e nem se tenta convencer o outro disso, daqueles em que se desiste de batalhar só para dar ao outro o gostinho de achar que tinha razão, daqueles em que as emoções transbordam pelos olhos e a distância ajuda a pôr tudo no sítio...

Com estes amores como exemplo, como é que eu podia esperar outro tipo de amor?

Cruzei-me com loiros e morenos, altos e baixos, de olhos claros e de olhos escuros, e rocei o amor tantas e tantas vezes, mas sempre ficou claro para mim que vivo de paixões assolapadas (porque dão menos trabalho).

Durante muito tempo, disse que ainda estava para nascer o homem que me ia converter e fazer amar de verdade... E bem que me lixei, porque ele nasceu mesmo. Trouxe-me um amor semelhante àquele que eu já conhecia mas com o acréscimo do "pode não ser o que eu quero para ti mas se é o que te faz feliz estarei sempre do teu lado". O que, para a minha pessoa, foi uma evolução brutalmente significativa e mudou a minha perspectiva nas relações com o ser humano macho.

Se eu era capaz de amar o meu sobrinho, de o ver a dar cabeçadas e fazer idiotices, e continuar lá para ele, porque havia de ser diferente com um homem que queria para partilhar a vida?

Acho que só depois disso, deixei o amor entrar verdadeiramente na minha vida, o que é uma m****! Simplesmente porque o amor não é como a paixão, que se enxota para fora de casa na manhã seguinte, o amor inunda os cantinhos todos e esconde-se a ocupar espaço. E achar que o amor acaba de um dia para o outro é só idiota. Mas (tinha que haver um mas ou nem seria eu) amar também é deixar ir, é perceber que a felicidade do outro pode ter outro lugar...

Felizmente, a vida quis ainda que eu vivesse um outro tipo de amor, o tal do incondicional, daquele que (dizem) transforma as células do nosso corpo e deixa cá os traços do bebé que geramos. Este amor veio com os sorrisos parvos, com o orgulho idiota, com a preocupação constante e com a culpa esmagadora. Veio colocar um brilho especial no meu olhar (que faz falta a toda a gente que procura um propósito na vida) e tentar destruir a minha veia egoísta, porque a prioridade deixei de ser eu (mesmo quando ela não está comigo).

Em suma, mantenho-me convicta com a minha conclusão, não é porque traz coisas boas que o amor deixa de ser uma M****.

1 de agosto de 2024

Slow down

Olá, pessoas giras!!

Finalmente, escolhi cuidar de mim (outra vez) e dei o primeiro passo nesse sentido.

A saga de senhora consultora, numa empresa sediada do outro lado do "lago" (que me proporcionou uns belos passeios à Costa Rica e umas estadias únicas num Marriott), chegou ao fim e, com isso, aquela necessidade de colocar um travão nos devaneios mais parvos e fazer a vida resultar.

Como não deve ser novidade, sou uma gaja de paixões e emoções fortes, de sensações levadas ao limite, de pessoas (embora passe os dias a dizer que as odeio porque conseguem sempre inventar mais qualquer coisa para me tirar do sério), que vive em modo permanente com o coração ao pé da boca, e, por isso, bater com a porta e separar as águas será sempre algo difícil para mim. Só que, quando chego ao momento em que a minha sanidade mental é posta em causa, o cenário inverte-se um bocado e dou-me o devido valor.

Ainda assim, mesmo quando sabemos que estamos a fazer a coisa certa, não quer dizer que o caminho se torne mais fácil e, muitas vezes, é preciso ter a coragem de pedir ajuda. Foi isso que eu escolhi fazer, pedi ajuda e confiei.

Não sei se rocei o burnout ou não, se a exaustão é só o meu estado normal nesta fase da vida bi-semanal, mas sei que já tinha vivido algo parecido antes e prevaricar é sempre uma má opção. Portanto, meti-me a caminho e abandonei aquilo que, sabia, não me estava a fazer bem (se o fiz da melhor forma e pelas razões certas ainda estou para descobrir, mas também sinto que agora isso não importa nada).

Como já não fazia há muito tempo (e já julgava nem ser possível), dormi uma noite completa, num daqueles sonos tranquilos e reparadores e sinto-me revigorada, pronta para enfrentar o mundo, os novos desafios e fazer a diferença.

Por agora, a palavra de ordem é "DEVAGAR", que felizmente condiz com o Agosto no Alentejo, sol e calor, férias, descanso, semanas lentas e esplanadas ao final do dia.

26 de julho de 2024

"Long time no see"

 Olá, pessoas giras!

Com o passar dos tempos (e as mudanças de vida), deixei de ser eu: deixei-me arrastar pelas rotinas, pelo conformismo e pelo comodismo e esqueci-me da minha essência (de rebelde de mal com a vida a reclamar em modo permanente).

Como se não bastasse, sempre me preocupei demasiado com aquilo que os outros pensam e, sei bem, que passam por aqui mais olhos do que, neste momento, eu gostaria. Mas é chegada uma altura de voltar às origens porque se fui capaz de voltar a viver na terrinha, também sou capaz de enfrentar os touros todos pelos cornos (e, como diz a minha irmã e muito bem, "não tem cornos mas se calhar devia ter").

A vida mudou muito e atualizações precisam-se: aqui deste lado espalha o terror uma divorciada quarentona, mãe de uma Princesa de três aninhos, na profissão cinquenta mil e quinhentas da análise de dados (e algo me diz que não pára por aqui), que tem como principais atividades recreativas o levantamento de copos (ou garrafas que eu já não tenho idade para me fazer esquisita) e as corridas (ainda que, muito infelizmente, não sejam atividades propriamente compatíveis).

A saga pós sair de casa, pós divórcio e pós volta a casa dos pais ainda não está terminada, mas sinto que já estou em paz com ela: "é o que é" e "é o que tinha que ser". Verdade seja dita, que continuo a tentar esmifrar as aprendizagens todas deste processo, tenho uma lista interminável de não-voltaria-a-fazer e um desejo intenso de fechar esta página mas, se a minha filha já conhece futuras madrastas, a pessoa que mais magoei no processo todo já o fez e eu só quero o mesmo para mim.

O meu maior interesse neste momento (que foi o que me fez querer voltar à escrita), nunca foi alvo de menção neste blog, ainda que já se tenha entranhado em mim há quase dois anos: o FIRE. Esta coisa de trabalhadora por conta de outrem, sem tempo para ter vida e sem tempo para viver, nunca foi para mim e eu, por algum acaso, descobri que há um caminho alternativo - independ|encia financeira e reforma antecipada.

Infelizmente, as maravilhas do romance e do casamento com comunhão de adquiridos, vão fazer-me regredir metade do caminho, mas também sei perfeitamente que fez tudo parte do caminho para chegar a onde estou agora (não há como prever se não estaria no mesmo sítio, ou se não tinha já gasto tudo a correr o mundo). Sempre tive a mania das poupanças (e agora até já poupo para a minha Princesa, para que ela possa ter um futuro diferente), portanto, agora é só saldar as contas com o passado e seguir.

29 de maio de 2024

27 de Maio - o dia

O meu casamento acabou... E o divórcio saiu oficialmente a 13 de Março de 2024.

As pessoas (amigos próximos, amigos de circunstâncias, conhecidos...) dizem que esses temas não devem ser expostos nas redes sociais. Eu discordo, porque o que não se deve é "lavar roupa suja".

Esta semana teria celebrado o sétimo aniversário de casada e, embora não tenha lá chegado, sinto que devo celebrar na mesma. Para mim, e comigo, celebro a escolha que fiz há sete anos, os anos felizes que vivi e o fruto mais lindo e maravilhoso que daí resultou.

Obviamente, a fase que vivo agora não é a das rosas mas sim a dos espinhos, até que todas as portas dessa vida se fechem (sim, a Princesa pode passar por uma janela só para evitar que venha acompanhada) e eu possa seguir o meu caminho.

13 de abril de 2024

Praia 2024

Caríssimo 2024,
Declaram-se abertas as celebrações balneares para esta temporada.
"Ah e tal, mas é Abril"
Temos pena!