Como se não bastasse, sempre me preocupei demasiado com aquilo que os outros pensam e, sei bem, que passam por aqui mais olhos do que, neste momento, eu gostaria. Mas é chegada uma altura de voltar às origens porque se fui capaz de voltar a viver na terrinha, também sou capaz de enfrentar os touros todos pelos cornos (e, como diz a minha irmã e muito bem, "não tem cornos mas se calhar devia ter").
A vida mudou muito e atualizações precisam-se: aqui deste lado espalha o terror uma divorciada quarentona, mãe de uma Princesa de três aninhos, na profissão cinquenta mil e quinhentas da análise de dados (e algo me diz que não pára por aqui), que tem como principais atividades recreativas o levantamento de copos (ou garrafas que eu já não tenho idade para me fazer esquisita) e as corridas (ainda que, muito infelizmente, não sejam atividades propriamente compatíveis).
A saga pós sair de casa, pós divórcio e pós volta a casa dos pais ainda não está terminada, mas sinto que já estou em paz com ela: "é o que é" e "é o que tinha que ser". Verdade seja dita, que continuo a tentar esmifrar as aprendizagens todas deste processo, tenho uma lista interminável de não-voltaria-a-fazer e um desejo intenso de fechar esta página mas, se a minha filha já conhece futuras madrastas, a pessoa que mais magoei no processo todo já o fez e eu só quero o mesmo para mim.
O meu maior interesse neste momento (que foi o que me fez querer voltar à escrita), nunca foi alvo de menção neste blog, ainda que já se tenha entranhado em mim há quase dois anos: o FIRE. Esta coisa de trabalhadora por conta de outrem, sem tempo para ter vida e sem tempo para viver, nunca foi para mim e eu, por algum acaso, descobri que há um caminho alternativo - independ|encia financeira e reforma antecipada.
Infelizmente, as maravilhas do romance e do casamento com comunhão de adquiridos, vão fazer-me regredir metade do caminho, mas também sei perfeitamente que fez tudo parte do caminho para chegar a onde estou agora (não há como prever se não estaria no mesmo sítio, ou se não tinha já gasto tudo a correr o mundo). Sempre tive a mania das poupanças (e agora até já poupo para a minha Princesa, para que ela possa ter um futuro diferente), portanto, agora é só saldar as contas com o passado e seguir.
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