Hoje, vi a partilha de um artigo sobre um senhor, brasileiro, que aos 100 anos de idade comemora 84 anos de trabalho na mesma empresa com o comentário "será a lealdade a nova tendência?".
Esta partilha falou diretamente com o meu sistema nervoso, com o que de mais fervoroso existe dentro de mim, e, como não sou de fazer comentários no LinkedIn, vim desabafar aqui.
Há algo super intuitivo por trás de cada escolha de um colaborador ficar ou deixar uma empresa, algo tão simples como "as pessoas ficam onde são bem tratadas, acarinhadas e reconhecidas". Não importa se isso significa ter um bom ordenado, ou um bom ambiente de trabalho, ou uma palmadinha nas costas, ou um email de reconhecimento para a empresa inteira. Não somos todos iguais, não queremos todos o mesmo, mas se tivermos o que queremos (e até mais um pouco) é certo que não vamos a lado nenhum.
Antigamente (nem precisa de ser há 80 anos atrás, 20 anos bastam), o importante era ter um emprego para a vida, ninguém ponderava mudar de vida porque trabalhava na profissão que tinha aprendido e ali ficava. E eu acredito que este é o caso do senhor do artigo, que mencionam que continuou a trabalhar apenas para se manter ativo (deve ser horrível a sensação de estar sem fazer nada todo o dia, para quem sofre com isso).
O meu pai pensava assim, sempre que lhe falava em mudar de emprego (porque queria melhores condições) ele começava a hiperventilar e alegava que se ficasse no mesmo sítio, eventualmente, as coisas iriam melhorar. Até ao dia em que a mudança lhe bateu à porta e ele percebeu que a nova oportunidade pagava 3 vezes mais do que a lealdade.