Sei perfeitamente que com o fim eminente das Novas Oportunidades
precisava de um plano B e, obtendo a profissionalização, esse plano se tornava
mais imediato e exequível, mas ainda estou para perceber o que me passou pela
massa cinzenta para me meter a tirar um mestrado em ensino (para além da ideia,
que ninguém me tira, que o maior sonho da minha mãe é ter uma filha “Senhora
Professora”).
A verdade é que, por ali, aprende-se muito pouco, especialmente
daquilo que se irá efectivamente fazer (o que eles gostam mesmo é de teorias
que em nada se conjugam com a prática), mas gastam-se muitas energias com
trabalhinhos e mais trabalhinhos, apresentações e mais apresentações e
avaliações contínuas que de contínuas não têm nada (não me venham vender que
avaliar continuamente é fazer uma teste todas as semanas que eu não compro).
Em contrapartida, aprende-se o valor da componente social
destas situações (logo eu que passo o tempo a dizer que não preencho os
requisitos sociais porque tenho mau feitio). Inicialmente, houve o factor “trabalhos
de grupo” difícil de ultrapassar e digerir quando se trabalha com (ou por)
pessoas que não conhecemos e com as quais não temos a menor afinidade. Agora há
o factor “colegas de turma” quando começamos a descobrir que, fora da nossa área,
há mais quem veja o mestrado com os mesmos olhos que nós. Já para não falar que
a existência de uma nota final é uma questão social (“aprendi” isto ontem), a
sociedade é que se preocupa se temos um bom resultado ou não porque disso vai
depender o caminho que conseguiremos percorrer posteriormente.
Para mim, sempre existiram coisa com as quais não me consegui
preocupar neste mestrado, as notas (porque me agarrei sempre à desculpa do “estou
a trabalhar e a estudar, não faço milagres”) e o tamanho dos trabalhos que
realizo (a maltinha de Matemática tem uma fixação em esgotar as 1500 palavras
que nos são impostas como limite com a qual eu não me identifico). Ontem, foi-me
apresentado um colega, de História (Blhêca!), que pensa como eu: enquanto eu
pergunto se o valor do trabalho se mede “ao metro” ele pergunta se aquilo
funciona “ao quilo” J
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