Hoje foi dia de ressonância magnética!
Diziam-me que era coisa simples, que não custava nada… “Deitas-te numa maca e depois enfiam-te numa máquina…” Claro, claro, tudo muito simples… Ou talvez não!
Ponto 1: “Há coisas que até nos esquecemos que temos” foi a frase da tarde, não fosse a simpática enfermeira estar a referir-se ao ferrinho que tenho de contenção colado na dentuça e conseguia, certamente, desenvolver uma tese bastante elaborada só em torno desta pérola.
Ponto 2: Qual maca, qual quê! Aquilo é meia maca, se quisermos ser simpáticos. Para me conseguir deitar na dita cuja tive que juntar os braços ao corpinho e não pensar mais no assunto que ainda descaía para algum lado.
Ponto 3: “O exame leva entre 10 a 20 minutos, por favor, não se mexa.” Estão a gozar? Eu sofro de ansiedade! Tenho bichos carpinteiros! Tudo bem que “não fazer nada” é uma das minhas actividades favoritas mas ficar imóvel é impensável, parecia que a cada instante os músculos todos se contraíam 50500 vezes mais do que o normal.
Ponto 4: “Não se assuste, vou-lhe pôr umas borrachinhas nos ouvidos…” Lembro-me de ter feito, em tempos muito idos, uma TAC e o meu maior contentamento era ouvir (e agora recordar) a voz que dizia: “Não respire…… Pode respirar….. Não respire…… Pode respirar…..”. Hoje, durante a ressonância, eu nem me conseguia ouvir a pensar, havia um ruído horroroso e ensurdecedor (as borrachinhas são mesmo só porque fica bem) à minha volta que conseguiu derrubar o meu sistema nervoso em segundos, eram daqueles sons repetitivos e intermináveis... Blhêca!
Coisas boas: o meu ferrinho não voou para fora da boca, nem queimei a língua, não caí da maca, não fiquei nua durante o exame porque a bata que me deram para vestir se prendeu na calha que desloca a maca (mas foi por pouco), voltei inteira e estou um passo mais perto para voltar às minhas “maratonas”