21 de agosto de 2024

Pós férias em Évora

Olá, pessoas giras!

Mais uma semana se passou, curiosamente uma incrível semana de férias em terras alentejanas, que eu nem fiz questão de explorar (abençoadinha piscina e abençoado bar do hotel).

Apesar da constante "vida de mãe", das ranhocas e das febres (até mesmo dos cocós na fralda espalhados por tudo quanto era roupa, parte do corpo e sofás do hotel), o objetivo foi cumprido com sucesso: ganhar alguma corzinha no lombo e descansar.

Já o regresso não foi tão espirituoso, a Catarina tem escapado nos pingos da chuva, só com uma ranhoca, mas a mãe parece ter sido atropelada por um Godzilla fofinho, daqueles que que nos suga apenas a liquidez mas deixa a bicharada toda a rabiar em seco. Ou seja, estou entupida, estou congestionada, mas tudo como se fosse um peixe a agonizar fora de água, às secas.

Perante este cenário, encontro alento nas minhas eternas aliadas - contagens decrescentes!

Faltam 0 dias para o aniversário do Patriarca, que não entente quão duro é para uma quarentona voltar a estar debaixo da asa dele e ter que lhe prestar contas. 71 anos do cota, que venham muitos mais.

Falta 1 dia para a Feira de Agosto 2024, o evento mais aguardado de terras grandolenses, que ao fim de uma ou duas noites já perdeu a piada (mas não vamos contar a ninguém) e continua a ser aquele spot onde se encontra toda a gente que decidiu fugir daqui mas que acha que tem que voltar nestes dias como se de uma romaria se tratasse.

Faltam 10 dias para o fim das férias judiciais, para que os tribunais voltem a trabalhar em pleno e enviem às pessoas as certidões que elas precisam para poderem fazer as partilhas pós divórcio e seguirem com as suas vidinhas.

Pelo meio destes mega eventos, há-de chegar o regresso às aulas, que felizmente se nota muito pouco no modo pré-escolar. Há de ocorrer um desfralde, assim a D. Catarina colabore porque a preguiça de largar a brincadeira e fazer as suas necessidades está a dificultar o processo. E, na loucura, um dia exclusivamente para mim, dedicado apenas e só a não fazer nada (este último tratando-se de algo muito aspiracional visto que já gastei as férias, e a verba, e ao fim de semana anda tudo a controlar para onde tento fugir).

8 de agosto de 2024

O amor

 Olá, pessoas giras!

Hoje vou dedicar-me a um tema polémico: o amor. Pois bem, o amor é uma M****!

A subtileza nunca foi o meu forte, sei bem que este post podia começar de forma mais simpática e mais polida mas não há grande volta a dar, a frustração que se ocupa de mim no que diz respeito a este tema transborda por todos os poros e dá nisto.

Esta coisa do amor não tem como começar bem. Desde sempre que ouço dizer que são os bebés que escolhem os pais, portanto, já estava tudo errado quando escolhi saltar para dentro da barriga da minha santa mãe sem perceber bem no que me estava a meter. Mas a verdade é que o amor daqueles dois é para a vida, o amor de uma mãe submissa que espera que eu seja igual a ela e o amor de um pai revoltado com a vida que espera que eu mude o meu mundo sem sair debaixo da alçada dele. Como se não bastasse, quando eu cheguei a casa já tinha mais uma ocupante e cedo percebi que, mais batatada menos batatada, aquele amor de mana também era para a vida.

Assim sendo, vi-me desde cedo amarrada a três amores maiores. Amores daqueles em que se levanta a voz tantas e tantas vezes, daqueles em que se pensa diferente e nem se tenta convencer o outro disso, daqueles em que se desiste de batalhar só para dar ao outro o gostinho de achar que tinha razão, daqueles em que as emoções transbordam pelos olhos e a distância ajuda a pôr tudo no sítio...

Com estes amores como exemplo, como é que eu podia esperar outro tipo de amor?

Cruzei-me com loiros e morenos, altos e baixos, de olhos claros e de olhos escuros, e rocei o amor tantas e tantas vezes, mas sempre ficou claro para mim que vivo de paixões assolapadas (porque dão menos trabalho).

Durante muito tempo, disse que ainda estava para nascer o homem que me ia converter e fazer amar de verdade... E bem que me lixei, porque ele nasceu mesmo. Trouxe-me um amor semelhante àquele que eu já conhecia mas com o acréscimo do "pode não ser o que eu quero para ti mas se é o que te faz feliz estarei sempre do teu lado". O que, para a minha pessoa, foi uma evolução brutalmente significativa e mudou a minha perspectiva nas relações com o ser humano macho.

Se eu era capaz de amar o meu sobrinho, de o ver a dar cabeçadas e fazer idiotices, e continuar lá para ele, porque havia de ser diferente com um homem que queria para partilhar a vida?

Acho que só depois disso, deixei o amor entrar verdadeiramente na minha vida, o que é uma m****! Simplesmente porque o amor não é como a paixão, que se enxota para fora de casa na manhã seguinte, o amor inunda os cantinhos todos e esconde-se a ocupar espaço. E achar que o amor acaba de um dia para o outro é só idiota. Mas (tinha que haver um mas ou nem seria eu) amar também é deixar ir, é perceber que a felicidade do outro pode ter outro lugar...

Felizmente, a vida quis ainda que eu vivesse um outro tipo de amor, o tal do incondicional, daquele que (dizem) transforma as células do nosso corpo e deixa cá os traços do bebé que geramos. Este amor veio com os sorrisos parvos, com o orgulho idiota, com a preocupação constante e com a culpa esmagadora. Veio colocar um brilho especial no meu olhar (que faz falta a toda a gente que procura um propósito na vida) e tentar destruir a minha veia egoísta, porque a prioridade deixei de ser eu (mesmo quando ela não está comigo).

Em suma, mantenho-me convicta com a minha conclusão, não é porque traz coisas boas que o amor deixa de ser uma M****.

1 de agosto de 2024

Slow down

Olá, pessoas giras!!

Finalmente, escolhi cuidar de mim (outra vez) e dei o primeiro passo nesse sentido.

A saga de senhora consultora, numa empresa sediada do outro lado do "lago" (que me proporcionou uns belos passeios à Costa Rica e umas estadias únicas num Marriott), chegou ao fim e, com isso, aquela necessidade de colocar um travão nos devaneios mais parvos e fazer a vida resultar.

Como não deve ser novidade, sou uma gaja de paixões e emoções fortes, de sensações levadas ao limite, de pessoas (embora passe os dias a dizer que as odeio porque conseguem sempre inventar mais qualquer coisa para me tirar do sério), que vive em modo permanente com o coração ao pé da boca, e, por isso, bater com a porta e separar as águas será sempre algo difícil para mim. Só que, quando chego ao momento em que a minha sanidade mental é posta em causa, o cenário inverte-se um bocado e dou-me o devido valor.

Ainda assim, mesmo quando sabemos que estamos a fazer a coisa certa, não quer dizer que o caminho se torne mais fácil e, muitas vezes, é preciso ter a coragem de pedir ajuda. Foi isso que eu escolhi fazer, pedi ajuda e confiei.

Não sei se rocei o burnout ou não, se a exaustão é só o meu estado normal nesta fase da vida bi-semanal, mas sei que já tinha vivido algo parecido antes e prevaricar é sempre uma má opção. Portanto, meti-me a caminho e abandonei aquilo que, sabia, não me estava a fazer bem (se o fiz da melhor forma e pelas razões certas ainda estou para descobrir, mas também sinto que agora isso não importa nada).

Como já não fazia há muito tempo (e já julgava nem ser possível), dormi uma noite completa, num daqueles sonos tranquilos e reparadores e sinto-me revigorada, pronta para enfrentar o mundo, os novos desafios e fazer a diferença.

Por agora, a palavra de ordem é "DEVAGAR", que felizmente condiz com o Agosto no Alentejo, sol e calor, férias, descanso, semanas lentas e esplanadas ao final do dia.