31 de julho de 2013

Só para que conste

Sempre gostei de pessoinhas com óculos e, a partir desta semana, gosto ainda mais.
Habituei-me desde pequena que a figura maternal (pelo menos a minha) usa óculos e desenvolvi uma qualquer teoria que usar óculos é chique, é coisa de intelectual, dá estatuto e não é para qualquer um :p
Entretanto, surgiu a moda das lentes de contacto... Aquelas circunferências que se podem distinguir da íris também têm uma certa piada mas, se me pedirem para optar, escolho os óculos... Roxos!

29 de julho de 2013

Miriam – Cristina Branco

Quem te visse aprumadinha
Camisa, calça de ganga
Colarzinho de missanga
E quase sempre sozinha

Mas chegando a madrugada
Montavas a bicicleta
De t-shirt e calça preta
E grande capa doirada

Uma argola na orelha
E uma mochila vermelha

Quem havia de dizer
O que andavas a fazer
Ai Miriam
Quem te visse
A passear no Chiado
Com um ar muito aprumado

De repente tão reguila
E o que era mais estranho
É que essa tua mochila
Parecia sem tamanho

Lá cabia o que tiravas
De toda a parte onde andavas
Sem que ninguém te apanhasse
E sem que ninguém te visse

Qual Robin que se inspirasse
Nas aventuras de Alice

Quem havia de dizer
O que tu ias trazer
Ai Miriam
Quem te visse
De dia, uma boa menina
E à noite super-heroína

As coisas que tu trazias!

Um grande queijo da serra
Um dicionário, um colchão
Um bom pedaço de terra
Um comboio, um avião

Estacionamento sem multa
Um posto de gasolina
Um bilhete pró Teatro
Umas férias em Berlim

Uma casa e um jardim
Um alvará e um contrato
Um bife, uma sopa quente
Uma visita a Foz Coa

Uns patins, uma meloa
O Expresso do Oriente

Até ao raiar da aurora
Como se fosse um festim
Que nunca mais tinha fim
Como se todos os dias
Tudo fosse sempre assim

E muito mais…muito mais…
As coisas essenciais
P'ra se poder escolher
A vida que se quer ter

E de toda a parte vêm
Os que nunca nada têm
Fazer um grande festim
Com tudo o que tu trazias

Como se todos os dias
Tudo fosse sempre assim

Quem é que pode saber
O que vai acontecer
Ai Miriam
Quem te visse
Se muitos fossem capazes
De fazer o que tu fazes.

(Manuela de Freitas/Ricardo J. Dias)

24 de julho de 2013

Hipocrisia e anemia (ferropénica, só porque gosto do nome)

Quando chego de manhãzinha ao trabalho, tenho o péssimo hábito de preparar tudo o que preciso para os pedidos a que a minha área tem de dar resposta durante o dia. Como somos três e, brevemente, irei abandonar este “barco”, nunca se sabe quem irá desempenhar determinada tarefa (eu já estou na fase em que só vejo e não faço nada), portanto, fica tudo numa pastinha partilhada para que eu possa “passar o testemunho”.
Até aqui nada de novo... Estas são apenas aquelas teorias da treta que fazem parte e que, apesar de não terem sentido nenhum, não há como contornar. Sim, que isto de ensinar alguém que desempenha as funções há mais 5 anos que nós e dessa pessoa não poder ensinar a colega nova só me soa a teoria da treta. Adiante!
Aqui por estes lados, eu sou a única que tem que cumprir horários (não ter as “costas quentes” dá nisso) e, talvez por isso, ainda faço algum esforço por chegar cedo (para tentar sair cedo também). Portanto, mesmo que me distraia a atualizar-me socialmente (leia-se “a ver o mail”) sou sempre a primeira a pôr a mão na massa.
Ontem, a minha competência madrugadora revelou-se muito útil... Fez-se magia por aqui e a pasta antiguinha que eu não devia saber que existia mas tinha acabado de atualizar e alterar para a colega nova, para que ela não tivesse que perder tempo a construir tudo, desapareceu exatamente na altura em que a chefinha me pediu para ser eu a ajudá-la. Tão giro! (muita ironia mesmo) Meti o meu mau feitio a fazer magia também e tudo acabou por aparecer no computador da outra colega. Assunto arrumado mas... Será normal!? Qual é a lógica!? Eu não percebo mesmo nada da vidinha profissional porque estas coisas transcendem-me.
Para terminar o dia, ainda tive que passar pelo consultório da Sra. Doutora em Medicina Geral e Familiar para descobrir que estou anémica, os meus níveis de ferro e magnésio estão baixinhos. Blhêca! “Vou-lhe dizer o que não costumo dizer a ninguém: coma mais carnes vermelhas!” Ora bem, cozinhar frango e peru já é um filme, essa coisa das carnes vermelhas não dá para mim que ainda acabo a comer cenas tipo sola de sapato. “Experimente beterraba!” Portanto, novas aventuras vão começar lá em casa :p

22 de julho de 2013

La Tortura - Shakira e Alejandro Sanz

Ay payita mía, guárdate la poesía
Guárdate la alegría pa'ti


No pido que todos los días sean de sol
No pido que todos los viernes sean de fiesta
Tampoco te pido que vuelvas rogando perdón
Si lloras con los ojos secos y hablando de ella


Ay amor, me duele tanto, me duele tanto
Que te fueras sin decir adónde
Ay amor, fue una tortura perderte


Yo sé que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo
Sólo de errores se aprende
Y hoy sé que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso y nos decimos adiós


No puedo pedir que el invierno perdone a un rosal
No puedo pedir a los olmos que entreguen peras
No puedo pedirle lo eterno a un simple mortal
Y andar arrojando a los cerdos miles de perlas


Ay amor, me duele tanto, me duele tanto
Que no creas más en mis promesas
Ay amor, es una tortura perderte


Yo sé que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo
Sólo de errores se aprende
Y hoy sé que es tuyo mi corazón
Mejor te guardas todo eso
A otro perro con ese hueso y nos decimos adiós


No te bajes, no te bajes
Oye negrita, mira, no te rajes
De lunes a viernes tienes mi amor
Déjame el sábado a mi que es mejor
Oye mi negra, no me castigues más
Porque allá afuera sin ti no tengo paz
Yo sólo soy un hombre arrepentido
Soy como el ave que vuelve a su nido


Yo sé que no he sido un santo
Pero es que no soy hecho de cartón
No solo de pan vive el hombre
Y no de excusas vivo yo
Sólo de errores se aprende
Y hoy sé que es tuyo mi corazón


Ay, ay, ay, ay, ay
Ay, todo lo que he hecho por ti
Fue una tortura perderte
Me duele tanto que sea así
Sigue llorando perdón, yo
Yo no voy a llorar hoy por ti

17 de julho de 2013

Profissão N+2

À espreita!

E eu só queria conseguir desligar o que quer que fosse para deixar de pensar nisso…

16 de julho de 2013

Precisava ou preciso?

“Hoje precisava de carinho, de miminhos, de um colinho ou simplesmente de um abraço apertado. Precisava que não me dissessem que vai correr tudo bem porque isso eu sei mas não muda aquilo que sinto.

Hoje precisava de alguém que risse das minhas lágrimas e me fizesse rir também e que me confortasse no meio dessa situação disparatada. Precisava que me chamassem de tonta, parva ou croma e ainda assim ficassem do meu lado só porque sim.

Hoje precisava que alguém me lembrasse que os desgostos de amor são passageiros e que o mundo não acaba (nem vai acabar) por esse motivo. Precisava que me dissessem que ainda assim podia perder a cabeça e chorar como se não houvesse amanhã só porque chorar faz bem.”

15 de julho de 2013

Aconteceu

Chamou-me sem que eu esperasse e perguntou “podemos falar?”. Ou seja, apanhou-me desprevenida e, numa questão de segundos, disse-me que não podiamos continuar como estávamos…

E, de repente, todas aquelas frases feitas idiotas ganharam um novo sentido…

[“… o problema não és tu…”;“… és boa demais para mim…”; “… há outra na minha vida…”; "… dois é bom três é demais…”; “…vais ser muito mais feliz…”]

Como o que não tem remédio remediado está, resta-me fazer o luto, em passo acelerado, para ultrapassar rapidamente a fase da raiva sem descer do salto e dar umas bolachas valentes àquela tipa que sempre o teve, nunca o quis e nem sequer lhe dá valor.

Perdi-o… Perdi-o por causa de outra!

Mulher-maravilha

Voltei à vidinha real depois de uma semaninha de férias...
Ontem, no regresso à minha mansão, deparei-me com uma pilha gigantesca de roupa para passar, meti mãos à obra e... Já não falta tudo! Mas, como é normal no pós-férias, meti roupinha a lavar enquanto pensava “assim nem tenho hipóteses”.
Entretanto, percebi que teria que voltar à rotina das marmitas para levar para o trabalho e lá me dediquei a qualquer coisa que fizesse lembrar a arte de cozinhar e tudo o que isso envolve como lavar loiça e arrumar a cozinha.
Como se isso não bastasse, a casa que volta a ser habitada necessitava de um “jeitinho” , nada de especial que, como diz a Rute, “eu sei como saio mas não sei como entro” e convém ter tudo sempre XPTO.
Portanto, hoje fiz o meu regresso ao trabalho a pensar como detesto a história da Cinderela... Tudo bem que ela até encontra o príncipe encantado (ou ele encontra-a a ela) mas ser escrava do lar não tem mesmo assunto nenhum!
E eis senão quando... Ao chegar ao trabalho, descubro que tenho mesmo é perfil de Mulher-Maravilha! Hoje lê-se no luar dos meus olhos que a vida muda em cada passo que dou...

1 de julho de 2013

Olha o fado – Fausto

Eu cá sou dos Fonsecas
Eu cá sou dos Madureiras
De ferro o puro sangue
O que me corre nas veias
Nasci da paixão temporal
Do porto dos vendavais
Cresço no fragor da luta
Numa força bruta
P'ra além dos mortais
Mas tenho muitas saudades
Certas penas e desejos
E aquela louca ansiedade
Como um pecado
Meu amor se te não vejo

Olha o fado

Ora é tão vingativo
Ora é tão paciente
Amanhã é comedor
Hoje abstinente
Mentiroso alcoviteiro
Doce e verdadeiro
Uma vez conquistador
Outra vez vencido
Amanhã é navegante
Hoje é desvalido
Sensual aventureiro
Doido e bandoleiro

Somos capitães
Somos Albuquerques
Nós somos leões
Os lobos do mar
De olhos pregados nos céus
De cima dos chapitéus

Somos capitães
Somos Albuquerques
Nós somos leões
Os lobos do mar
E na verdade o que vos dói
É que não queremos ser heróis