Já escrevi uma vez sobre as greves em Lisboa e a aflição que estas me causam, na mesma altura, escrevi sobre a dificuldade que tenho em perceber a forma como as pessoas lidam com elas… Mas a verdade é que há imenso tempo que não sentia “na pele” os efeitos de uma greve, para escrever sobre isso, e já não me lembrava como pode ser algo tão saudável
Agora que sou uma mocinha chique, com trabalhinho no centro de Lisboa (ali para os lados do Marquês de Pombal), o metro faz parte do meu dia-a-dia por todas as razões e mais algumas. Portanto, se há greve de metro nas primeiras horas da manhã não há como executar a rotina de ida para o trabalho e torna-se necessário encontrar um plano B.
Plano B nº 1 – Levar o carro. “Estás mas é louca! Pagas mais por um dia de estacionamento naquela zona do que aquilo que recebes, já para não falar do caos porque toda a gente se vai lembrar de tirar o carro de casa.”
Plano B nº 2 – Ir de autocarro. “Porreiro! Mas… Em plena Amadora, onde é que eu tenho autocarros para o Marquês?”
Plano B nº 2 e 1/2 – “Jeitosa, qual é mesmo o autocarro que apanhas para vir para o trabalho?” [Ainda existem pessoas boas, que se preocupam, que têm uma palavra amiga nas horas manhosas, que nos conquistam nos pequenos (grandes) gestos…]
Nunca me pareceu tão simples contornar uma greve! Deixar o carro num estacionamento grátis, junto a uma paragem de autocarro em que o meu passe funciona, ver sítios diferentes para começar o dia, fazer um percurso diferente para o trabalho (sem ser debaixo do chão), sentir vontade de respirar o ar fresco da manhã, chegar ao trabalho em 15 minutos (incrível!) e, ao anoitecer, fazer o percurso inverso sem qualquer tipo de preocupação, podendo meter a conversa em dia. Confesso que gostei muito!
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