Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Hoje, lá terei que fingir que sei beber café... Que dormi uma noite descansadinha... Que o quarto não ficou arrumado e a roupa passada porque não conseguia adormecer... Que não acordei cedo porque o sistema nervoso (AINDA) estava em alerta...
Hoje vou ser poeta!
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