29 de setembro de 2016

Mentir é feio

Hoje menti. E já nem me lembro bem da última vez em que dei por mim a fazê-lo.

“ - Já estás fina? ”

“ - Estou melhor sim, quase pronta para outra. ”

Menti para evitar uma conversa minada de argumentos que não iam levar a lado nenhum, que não iam acelerar os exames que tenho que ir fazer, que não iam colocar o meu corpo subitamente alinhado com todas as forças e todos os astros.

Este ano voltei a fazer a corrida do Tejo, a mesma em que passei maus momentos no ano passado porque não tinha a preparação adequada e porque estava a travar demasiadas lutas ao mesmo tempo.

Investi na preparação desta prova (pouco, é certo, mas fiz um esforço para ter uma corrida de 6 km em todas as semanas do último mês) e tentei que o Gustavo fizesse o mesmo. Este ano, tentei retribuir todo o carinho e paciência que ele me dedicou no ano anterior para sermos um só “na saúde e na doença”, na lentidão e no sprint (mas não tenho nem metade do talento).

Sem qualquer poder para contrariar, sinto-me a voltar a ser um bicho do mato, uma revoltada, uma bestinha sem sentimentos… Sempre indisposta, sempre enjoada, sempre cansada… Argh!

Da melhor forma que soube e pude, fiz a corrida com o meu mais que tudo (em grande parte para garantir que ele ia até ao fim), ao ritmo dele. Cheguei ao fim com uma sensação de “podia ter feito melhor” mas 1h07m não foi o meu pior tempo, sentia-me bem. Mas o destino já me tinha traçado algo diferente… No comboio de regresso para Algés colapsei nos braços do meu surdo favorito (desculpem o susto mas eu avisei, não é culpa minha se “alguém” não ouviu).

Agora, sinto que o meu corpo continua numa luta horrorosa (a fraqueza, o enjoo, a dor de cabeça…) e sei que vou ter que fazer um esforço extra para cuidar de mim. Mas não se preocupem, continuo inteira com dois braços e duas pernas.

24 de setembro de 2016

Team Building 2016

Pela primeira vez, nesta que é profissão N+Qualquer-coisa-que-eu-já-perdi a conta, participei no team building do departamento.

Poderia escrever que, na minha opinião, escolheram um dos melhores destinos (porque sou e serei sempre fã de Aveiro), que apesar de tudo o espaço dos afetos (onde realizámos parte das atividades) não foi mau de todo, que estou imensamente grata por ter feito o meu primeiro, e tão adiado, passeio de moliceiro e que há que saber quando parar. Mas toda a gente sabe que eu sou super hiper mega tendenciosa e este team building ficou marcado por música para os meus ouvidos:

Adoro descobrir que há mais quem fale a mesma língua que eu Smile

5 de setembro de 2016

Vidinha

Na mesa de apoio da sala, sentado no chão e debruçado sobre um monte de fotografias que nunca lhe dirão mais do que um “a minha gaja é linda de qualquer maneira”, o maridão dedica-se a escrever (haja alguém que tem que ter o trabalho em dia para poder ir de férias!).

Eu observo sentada no sofá, enquanto desfruto do meu abençoado silêncio (sim, já nem me lembro da última vez em que a televisão permaneceu desligada) e tento descansar o meu cérebro.

Não tenho vontade de escrever sobre a maravilhosa apresentação da Renault MEGANE Sport Tourer em plena ilha da Madeira, nem sobre batalhas com tumores ou medicamentos ou idas ao dentista no contexto familiar. Não me apetece relatar a Feira de Agosto na versão “erámos duas mas agora somos quatro” e o Verão passou a correr.

A vida mudou num só passo meu, um passo em frente.

Nunca me imaginei com perfil de dona do lar (não o tenho mesmo), nunca pensei deixar alguém invadir o meu espaço, nunca pensei deixar as coisas acontecerem… Mas agora, amo de paixão o pechisbeque da loja dos chineses que oxida progressivamente no meu dedo anelar. É bom ser feliz assim Smile