16 de setembro de 2015

O corpo é que paga – António Variações

Quando a cabeça não tem juízo,
Quando te esforças mais do que é preciso,
O corpo é que paga,
O corpo é que paga,.
Deixa-o pagar, deixa-o pagar,
Se tu estás a gostar.
Quando a cabeça não se liberta
Das frustrações, inibições,
Toda essa força que te aperta,
O corpo é que sofre
As privações, mutilações…

Quando a cabeça está convencida
De que ela é a oitava maravilha
O corpo é que sofre,
O corpo é que sofre.
Deixa-o sofrer, deixa-o sofrer,
Se isso te dá prazer.
Quando a cabeça está nessa confusão
Já sem saber que hás-de fazer,
Ingeres tudo o que te vem à mão
O corpo é que fica,
Fica a cair sem resistir…

Quando a cabeça rola p’ro abismo
Tu não controlas esse nervosismo
A unha é que paga,
A unha é que paga.
Não paras de roer
Nem que esteja a doer.

Quando a cabeça não tem juízo
E tu não sabes mais do que é preciso
O corpo é que paga,
O corpo é que paga
Deixa-o pagar, deixa-o pagar,
Se tu estás a gostar.
Deixa-o sofrer deixa-o sofrer,
Se isso te dá prazer.
Deixa-o cantar, deixa-o cantar,
Se tu estás a gostar.
Deixa-o beijar, deixa-o beijar,
Se tu estás a gostar.
Deixa-o gritar, deixa-o gritar,
Se tu estás a libertar.

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