9 de dezembro de 2024

Amor próprio

Olá, pessoas giras!

Hoje a minha divagação leva-me diretamente para o amor próprio. Dei por mim a pensar qual foi o momento da vida em que deixei de gostar de mim.

Por diversas vezes, ao longo da vida, damos por nós a sentir que batemos no fundo (o que nem é assim tão mau porque a partir dali só pode melhorar). Eu, com a veia pessimista a fazer das suas, já nem me preocupo por estar no fundo do poço, porque acho que isso é uma constante, e entrei na fase em que me incomoda imenso sentir que arrasto comigo quem se cruza no meu caminho.

O meu doutorzinho disse-me que a única coisa de que necessito para me orientar é um espelho... E colocar o foco nas coisas boas (se me esqueço da chave de casa apenas uma vez no mês, porque tem isso mais valor do que as outras vezes todas em que me lembrei!?). Será que alguém lhe pode explicar quão complicado isso é para uma taurina pessimista?

A verdade é que não ando a cuidar de mim como devia, nem a ouvir-me nem a respeitar-me (e agora que penso nisso, questiono como nem percebi o "peso" desta bola de neve). Mas é difícil fazer diferente.

Sinto e sei que "é uma fase", que ter o meu próprio espaço vai fazer diferença, que andar entretida a limpar energias e harmonizar espaços me vai encaminhar para o que verdadeiramente importa... Podia era ser tudo para ontem e eu não estar simplesmente à espera da vida acontecer, enquanto destruo mais umas células da já reduzida auto estima.

Há um trabalho duro a ser feito, uma caminhada de descoberta que se antevê longa e uma esperança ténue de conseguir voltar ao meu eu de 2012 quando aluguei casa na Amadora (com telemóvel só para mensagens e chamadas, sem TV, a exercitar-me e a viver numa casa praticamente vazia).

Graças a todas as energias do planeta, sonhar é grátis 💪

4 de dezembro de 2024

O amor maior (4 anos depois)

Há 4 anos, por esta hora, já tinha escolhido os produtos da L'Oréal que queria comprar com desconto (numa campanha interna da empresa em que trabalhava na altura), diretamente da cama do hospital; já tinha amaldiçoado os quilos de oxitocina ganhos na noite anterior, num pseudo jantar de Natal (em tempos de COVID), com pessoas que nem me tinham visto grávida; já tinha melgado a minha doula de coração, para desabafar a desistência ante a epidural ("se ela vai nascer só de manhã, quero drogas para descansar durante a noite").

Há 4 anos, estava longe de saber o que me esperava e ansiava que, com o esvaziar da barriga, fosse inundado o coração. E não foi assim. Fiquei só tremendamente feliz porque não achei feio o bebê que tinha em cima de mim, coberto em gosma e com o cordão umbilical a limitar os movimentos.

Há 4 anos, se me dissessem que ia ver os vídeos dela de bebê e olhar com ternura para os primeiros passos e para o sorriso rasgado, não ia acreditar. Ter uma criança nos braços é intenso e avassalador, é aquela sensação de que aquela vida, naquela fase, depende em tudo de nós e o "nós" deixa de ter lugar porque ela é tudo.

Há 4 anos, ela não tinha uns caracóis lindos de morrer (ali debaixo também existirão muitas histórias para contar), não dava abraços apertados para que o coração dela batesse "dentro" do meu, não dizia "tive tantas saudades tuas" nem o "gosto tanto de ti". Mas já tinha o feitiozinho da mãe e fugiu-me logo dos braços nos primeiros minutos, ou não tivesse ela trocado os planos todos e nascido 4 semanas antes.

Há 4 anos, não sabia o que era amar (amar a sério a sentir que dás tudo para ver a outra pessoa feliz)... Mas agora sei! 

Estou grata por me mostrares isso em cada dia que vivemos juntas, mesmo quando não queres ser mais minha amiga (porque não digo só que sim a tudo). A mãe é tua "e de mais ninguém"!

Parabéns, meu amor!