Há quase dois anos que vivo nesta “mansão” e acomodei-me…
Quando me mudei para aqui tinha um ódio de estimação pela casa-de-banho, com as suas belas loiças cor-de-rosa e os azulejos encardidos até à quinta casa, sonhava todos os dias que a casa ainda iria ser minha e iria ter o sádico prazer de destruir tudo à marretada. Com o passar do tempo, esse sentimento foi-se atenuando e, naquela divisão da casa, só já morro de irritação com a porcaria do autoclismo que, por ser embutido na parede, não é de arranjo fácil e se eu não fechar bem a torneira que lhe diz respeito fica a pingar toda a noite.
No início do ano passado, o vizinho de cima teve uma infiltração lá nos canos dele e o “tecto” começou a descamar e cair-me me cima da cabeça. Portanto, fico feliz por partilhar que ao fim de 10 meses de queixas essa questão já foi ultrapassada e o arranjo foi, finalmente, feito. E ainda fico mais feliz por partilhar que, como bónus (Ele não dorme), tive direito a uma torneira da cozinha arranjadinha e à porta da despesa realinhada
Neste momento, o meu único drama já era apenas com a qualidade do alumíno ou do isolamento de todas as janelas da casa porque, na minha cabeça pensadora, não faz sentido nenhum estar tanto frio cá dentro como lá fora e tenho-me sentido a viver dentro de um congelador. É verdade que os dias quentes já estão aí à espreita, mas já sei que vou sofrer do oposto e vai estar mais calor cá dentro do que lá fora, o solinho de madrugada vai bater nas janelas do quarto e eu vou destilar como se não houvesse amanhã.
Cada vez mais, penso em pirar-me daqui para fora. Não gosto que uma mãe que não é a minha me pergunte à porta do prédio “mas só estás a chegar agora?” enquanto eu esboço um sorriso forçado e penso ”deve ter muito a ver com isso” mas juro que com isto eu conseguiria viver muito bem, faz parte do contexto de prediozinho simpático em que todos se conhecem, mas os últimos sábados têm-me tirado do sério…
Hoje, assumo-me como a única otária (só pode!) que, num sábado de manhã quando não têm que se arrancar da cama para ir dar explicações, gosta de dormir. Acredito que não é algo assim tão difícil de compreender, se durante a semana a malta trabalha e não o pode fazer ao fim-de-semana aproveita para compensar. Mas parece que não é bem assim…
Primeiro ponto: Vamos lá juntar-nos todos e explicar isso ao Joãozinho e à mãe do mesmo, que eu nem sei se vivem no meu prédio ou no do lado, que no sábado passado pelas nove da manhã (ainda eu nem devia ter aquecido o colchão) já berravam sobre a roupa para lavar – realço que este confronto costuma começar só por volta das onze quando o Joãozinho tem que arrumar o quarto senão fica sozinho em casa
Segundo ponto: Algures aqui na vizinhança, há uma simpática e querida de uma vizinha (muita ironia mesmo) que não faz a menor ideia do que seja óleo e a m%&#@ das roldanas do estendal da roupa conseguem ouvir-se no quarteirão inteiro. Vizinha, se estiver a ler isto deixe aqui um comentário que eu vou tratar disso, é que dispenso mesmo acordar às sete da manhã com essa música!
Eu sei bem que as pessoas têm que fazer as suas vidinhas, que a partir de uma certa hora já pode fazer barulho e acaba sempre por se incomodar quem dorme, sou a primeira a defender isso, mas não dá para aguentar estes despertares, o meu mau humor aumenta logo de modo exponencial e dou por mim a reclamar aos gritos logo de manhã. Não faz sentido! Tem que acabar!
4 comentários:
O tu não teres respondido à vizinha ”deve ter muito a ver com isso” é que me deixa espantada!
Exacto, ela responde isso aos amigos frequentemente, mas pelos vistos aos conhecidos limita-se a dar um sorriso ;-)
Ahah,eu contínuo a dizer que adorava conhecer o sobre do joãozinho. É que com uma mãe daquelas deve ser muito complicado!
O comentário da mãe... Só te pergunto: mas isso ainda te espanta? Lol!!
Vocês são ruins!! Ou serei eu!? HIHIHIHI!
Muitos anos de convívio dá nisto!
Mas eu estou melhor, muito melhor, ainda me espanto mas já não reajo (tão) a quente :)
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