21 de outubro de 2013

(Des)tralhar

“É desprendermo-nos das coisas de que não precisamos e viver de uma maneira mais leve. Nós, portugueses, somos muito agarrados às coisas: somos tralhistas e deveriamos ser sucateiros. O tralhista acumula, o sucateiro recicla.”

“Vivemos todos com muita tralha. Uma coisa que não está a ser usada – mesmo um livro – é um desperdício. Ocupa espaço, gasta energia e custa a guardar, limpar e transportar quando se muda de casa. A tralha sai cara.”

Estes são dois parágrafos, de uma mesma crónica,  de Miguel Esteves Cardoso que constam no livro “Como é linda a puta da vida”. Estes são dois parágrafos que me dizem muito, ou nos quais, me revejo. Estes são dois parágrafos que me “gritam” que as energias estagnam à nossa volta porque nós deixamos, acumulamos. Estes são dois parágrafos que me lembram que me cabe a mim mudar, se for esse o meu desejo.

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