Há carradas de anos atrás, eu (com a ajuda imprescindivel da minha falta de paciência) passava o tempo a dizer “ainda está para nascer o homem que…”, resumindo e baralhando, iria fazer o meu mundo girar ao contrário. Porque sempre achei que não devemos mudar quem somos, o que fazemos e aquilo de que gostamos só para agradar a outra pessoa mas há uma qualquer fase idiota das nossas vidas em que tudo isso faz sentido.
Na altura em que o meu sobrinho nasceu, deixei de o dizer, acreditava que poderia ter chegado essa altura… E efectivamente chegou! Abdiquei de muita coisa, ganhei outras tantas e certeza guardo apenas uma: o tempo não volta atrás.
Mas, como é próprio desta coisa que é a vida e as ciências (mais ou menos) exactas não perdoam, o meu mundo deu uma grande volta e uma coisa anulou a outra para ficar tudo a girar no comprimento de onda certo.
Há dias em que ainda penso que estou enganada, que esse homem já nasceu, muitos e muitos anos antes de mim, e assim que ele precisar (ainda que muita gente ache que só porque estou num código postal diferente sou imune) o meu mundo gira no sentido que lhe der jeito.
Por agora, mais volta menos volta, decidi dar uma nova oportunidade à frase que tanta vez usei porque sei que “ainda está para nascer o homem que” já me arranca muitos sorrisos (e até mesmo gargalhadas durante o horário laboral).
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