“Vim passar o verão e encantei-me, encontrei uma mulherzinha igual a mim (que diziam ter mau feitio mas vivia com brilho no olhar que conquistava no pós-laboral), percebi que esta coisa de nos movermos num mundo que não é o nosso não é tão fácil como parece, percebi que há conversas e temas que nunca farão sentido, aprendi muito e diverti-me imenso a trabalhar, a pôr a mão na massa, a tentar! Depois, roubaram-me tudo.
Nova área, novo trabalho, com a mesma chefe e os mesmos colegas, foi difícil fazer o corte mas dizem que fui muito rápida. Aprendi tudo o que pude e como pude, sentindo que a única pessoa que me queria ensinar estava de saída. Ambientei-me rápido mas sempre com a sensação do “será que não posso fazer mais nada”, cheguei-me à frente para fazer tudo aquilo em que ninguém pega porque é chato e uma seca e dá trabalho, fiz fecho do dia (muitas vezes sem saber como e sem saber do quê) só porque não tenho criancinhas…
Entretanto, mais mudanças! Novos colegas para partilhar o espaço mas não para trabalhar (ao menos isso), nova chefe…
Neste momento, sinto-me a sufocar, com um aperto no peito e o coração a tentar saltar pela boca. Nunca tive tanto tempo a trabalhar no mesmo sítio, se calhar é isso que me atormenta, se calhar é isso que me esta a inquietar, se calhar é assim que sei que é altura de responder à pergunta que me colocam tanta vez: “o que e que tu ainda estás cá a fazer?”.
Sem comentários:
Enviar um comentário