Nunca ouvi ninguém, que não fosse viciado no trabalho, dizer que voltar de férias é fácil, portanto, também não vou ser eu a fazê-lo. Ao voltarmos deparamo-nos com tudo aquilo que deixámos para trás na partida, tudo aquilo de que fugimos (nem que seja a rotina), tudo aquilo que temporariamente fizemos por esquecer e tudo aquilo que não resolvemos ou não enfrentámos vai estar exactamente onde deixámos porque “nada se perde, tudo se transforma” (Lavoisier). A vidinha “real” continuou e podemos nem compreender muito bem como as coisas se alteraram mas “sem pressas que há tempo, dá gosto o momento, e tudo o mais pode esperar”, não precisamos perceber tudo de uma vez só
Hoje, eu estou grata pela luz, a luz do sol que não iluminou o meu quarto, que ilumina um dia frio e que se deixa ver; estou grata por todo o trabalho que ninguém se lembrou que precisava de ser feito e estava à minha espera para preencher o meu dia; estou grata por ter na minha vida quem se sente no aeroporto à minha espera enquanto se faz esperar; estou grata porque me fazem 50500 vezes a mesma pergunta, mesmo que seja apenas porque sim, para que eu não me esqueça que tenho tanta coisa para partilhar; estou grata por existirem pessoas que se interessam e param para ler as minhas teorias da treta; estou grata por não me terem cobrado nada mesmo cobrando…
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