Aqui e agora
Há lugar para todas as maluqueiras...
2 de novembro de 2024
A procurar o mesmo que a Alice
23 de outubro de 2024
1 de outubro de 2024
26 de setembro de 2024
Já não falta tudo
Olá, pessoas giras!
Hoje, apesar de não ser sexta-feira, é um dia bom, é dia de leveza e elevado estado de espírito. E sim, eu sei que esse não tem sido o sentimento das últimas partilhas mas a vida está a mudar e, em breve, poderá recomeçar (já se vê a luzinha ao fundo do túnel e, desta vez, eu confio que não é um comboio).
Ontem foi, finalmente, dia de formalizar as partilhas pós divórcio e assinar papelada. Portanto, sou quase quase uma mulher com a folha limpa no Banco de Portugal (podia ser já hoje). Apesar de toda a espera e todo o stress que um evento desta natureza acarreta, fiquei feliz e até consegui fazer conversa de circunstância e piadas secas (houve um pedacinho de mim que também esteve presente).
Mais engraçado é perceber o pânico familiar por partilhar estas conversas... Como é que se explica a alguém que independentemente das escolhas que fazemos e do rumo que damos à nossa vida amorosa, as pessoas do passado não nos são indiferentes? E que, neste caso específico, vamos ter juntos um projeto para a vida?
"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." (Antoine de Saint-Exupery)
Hoje começa a saga de voltar ao mercado (imobiliário), só para perceber que Grândola agora é quase Comporta e o valor das habitações está total e completamente inflacionado. Simultaneamente, para perceber que um dos imóveis disponíveis na categoria dos mais interessantes é exatamente no prédio ao lado daquele em que vive o ex-marido. HAHAHAHAHAHAHA. Não vai acontecer!
Um dia de cada vez, uma pesquisa de cada vez, uma tentativa de cada vez... Aos poucos isto vai lá.
24 de setembro de 2024
1 ano de Mintos
Olá, pessoas giras!
Há um ano atrás, decidi armar-me em pessoa capaz e entendida (já que nessa altura já tinha adquirido o desejo profundo de me reformar antecipadamente) e decidi explorar uma plataforma de P2P (um tipo de investimento em que emprestamos o nosso dinheiro a empresas que emprestam dinheiro a terceiros).
Naquela altura, era uma pessoa da classe média, com um bom emprego, casada, com um marido também a trabalhar e uma casa quase paga, senti que podia sonhar um pouco e correr o risco de investir 25 euros mesmo que nunca os voltasse a ver.
Lembro-me de explorar a plataforma da Mintos como se fosse um "burro a olhar para um palácio", com a perfeita noção que as taxas de retorno altíssimas que eles apresentam estão também associadas a um nível de risco gigante (é um daqueles casos de pescadinha de rabo na boca, se a pessoa a quem o dinheiro foi emprestado não paga, a empresa a quem emprestamos o nosso dinheiro também não nos paga).
A experiência foi gira e excitante, no início, e rapidamente se tornou rotina. Toda a gente diz que não devemos andar todos os dias a controlar os nossos investimentos mas a verdade é que não somos todos iguais e aquilo que funciona para uns pode não funcionar para outros.
A FIRE, do blog Dama de Ouros, diz que este tipo de investimentos é como sushi - "ou se ama ou se odeia" - e eu, até certo ponto, concordo com ela (só porque ela não gosta de sushi). Eu fui experimentando a plataforma aos poucos, fiz investimentos parvos, fiz compras idiotas, explorei a loucura do mercado secundário, consolidei conhecimento e apaixonei-me perdidamente!
Hoje, não passo um dia sem entrar na plataforma para reinvestir o valor que entretanto vai ficando disponível e digo, com orgulho, que apesar das taxas malucas que eles oferecem (até porque o dinheiro que investi não entrou todo na mesma altura e não me dou ao trabalho de fazer uma análise cêntimo a cêntimo), passado um ano tenho uma taxa de retorno efetiva de 8%. Tendo em conta que o primeiro ano é aquele em que se fazem as maiores asneiras, sinto-me brutalmente feliz com este número.
Entretanto, a plataforma cresceu e alargou a abrangência do negócio, agora tem também a possibilidade de investirmos em obrigações, imobiliário e ETFs (conceitos que há dois anos eu não fazia a menor ideia do que representavam fora do departamento da gestão e poupança do Novo Banco) e eu continuo a explorar todo este mundo (apesar de a vida ter mudado completamente e agora saber que não posso correr o mesmo tipo de risco porque preciso de cada cêntimo para comprar a minha futura habitação permanente).
E, pela primeira vez, ainda que sinta que sem necessidade, vou fazer o disclaimer que mais leio nos últimos tempos, porque sei bem que é assim que este mundo dos investimentos funciona: nada disto representa aconselhamento financeiro, é apenas a minha opinião isenta sobre a plataforma.
Se quiserem experimentar por vossa conta e risco, deixo aqui o meu referral link, que só me daria direito a alguma coisa (50 euros) e a vocês também (50 euros + 1% do valor médio investido nos primeiros 90 dias), caso decidissem investir pelo menos 1000 euros nos primeiros 60 dias, o que para alguém que começa a explorar este mundo é algo que muito dificilmente acontece.
9 de setembro de 2024
Humor
Olá, pessoas giras!
Uma nova semana se avizinha e há que estabelecer o humor para a mesma, nada de choros ou estados depressivos que as tristezas não pagam dívidas e tudo se enfrenta melhor de cabeça erguida.
Esta semana temos coração apertadinho, que o regresso às aulas da Princesa está a ser uma valente porcaria e aquele cu de mimo consegue comover até as pedras da calçada mas, é mais um daqueles dias do passa-ao-outro-e-não-ao-mesmo e uma pessoa nem sabe bem qual a postura que deve adoptar.
O Setembro vai no início, os recomeços vão no início e eu só quero que alguém no Tribunal de Santiago do Cacém dê corda às mãozinhas e dê um empurrão simpático na minha vida (não quero uma audiência, não quero uma marcação, não quero um requerimento do outro mundo que tenha que ir ao supremo juiz, é só uma certidão de divórcio).
Sei bem que direciono a frustração para o tribunal, porque as férias judiciais pareciam nunca mais acabar (e agora que acabaram nada acontece) mas a burrinha sou eu - e aqui nem se aplica a expressão "estudasses", era mais um "tivesse sido besta mais cedo" (é parvo, mas parece que as pessoas só fazem as coisas acontecer quando têm os calos apertados).
Ainda assim, sei que o que por aí vem é o cenário equilibrado. Uma luta judicial por partilhas ia ser feia porque a minha costela "se eu não fico com metade do que me deu tanto trabalho a conquistar então tu também não ficas" ia subir paredes e era mocinha para vender a casa (que agora é quase uma casa na Comporta onde o nível de vida está todo inflacionado) por 2 tostões furados e agora cada um que se desenrasque. É só ter mais um pouco de paciência (que nunca tive na vida, portanto, nem sei onde vou arranjar agora) e esperar mais um pouquinho.
6 de setembro de 2024
No fosso
Bom dia, pessoas giras!
Há muitas alturas na nossa vida em que o regresso é difícil... Regresso à rotina, regresso a casa, regresso a abraços que nos querem bem, regresso a sítios onde já fomos felizes... Dá para perder a conta!
Setembro costuma chegar carregado desta conotação, com o regresso às aulas (quer seja para as termos ou não), mas eu, por aqui, continuo à espera de ter direito ao regresso (e quem me conhece minimamente bem sabe que odeio esperas).
De momento, tenho dificuldade em voltar aqui, porque só me apetece escrever e explorar lixo... E as lágrimas rolam pela cara abaixo como quem reclama pelo seu momento de glória e quer o seu momento de atenção. Estou de novo como a lua ou como o período, com fases, semanas boas e semanas menos boas. Mas não quero desistir de partilhar quem sou, de recordar por onde andei e onde estou, onde cheguei.
Um dia de cada vez, um soco de cada vez, uma luta de cada vez, uma batalha de cada vez... Aos poucos isto vai lá.
21 de agosto de 2024
Pós férias em Évora
Olá, pessoas giras!
Mais uma semana se passou, curiosamente uma incrível semana de férias em terras alentejanas, que eu nem fiz questão de explorar (abençoadinha piscina e abençoado bar do hotel).
Apesar da constante "vida de mãe", das ranhocas e das febres (até mesmo dos cocós na fralda espalhados por tudo quanto era roupa, parte do corpo e sofás do hotel), o objetivo foi cumprido com sucesso: ganhar alguma corzinha no lombo e descansar.
Já o regresso não foi tão espirituoso, a Catarina tem escapado nos pingos da chuva, só com uma ranhoca, mas a mãe parece ter sido atropelada por um Godzilla fofinho, daqueles que que nos suga apenas a liquidez mas deixa a bicharada toda a rabiar em seco. Ou seja, estou entupida, estou congestionada, mas tudo como se fosse um peixe a agonizar fora de água, às secas.
Perante este cenário, encontro alento nas minhas eternas aliadas - contagens decrescentes!
Faltam 0 dias para o aniversário do Patriarca, que não entente quão duro é para uma quarentona voltar a estar debaixo da asa dele e ter que lhe prestar contas. 71 anos do cota, que venham muitos mais.
Falta 1 dia para a Feira de Agosto 2024, o evento mais aguardado de terras grandolenses, que ao fim de uma ou duas noites já perdeu a piada (mas não vamos contar a ninguém) e continua a ser aquele spot onde se encontra toda a gente que decidiu fugir daqui mas que acha que tem que voltar nestes dias como se de uma romaria se tratasse.
Faltam 10 dias para o fim das férias judiciais, para que os tribunais voltem a trabalhar em pleno e enviem às pessoas as certidões que elas precisam para poderem fazer as partilhas pós divórcio e seguirem com as suas vidinhas.
Pelo meio destes mega eventos, há-de chegar o regresso às aulas, que felizmente se nota muito pouco no modo pré-escolar. Há de ocorrer um desfralde, assim a D. Catarina colabore porque a preguiça de largar a brincadeira e fazer as suas necessidades está a dificultar o processo. E, na loucura, um dia exclusivamente para mim, dedicado apenas e só a não fazer nada (este último tratando-se de algo muito aspiracional visto que já gastei as férias, e a verba, e ao fim de semana anda tudo a controlar para onde tento fugir).
8 de agosto de 2024
O amor
Olá, pessoas giras!
Hoje vou dedicar-me a um tema polémico: o amor. Pois bem, o amor é uma M****!
A subtileza nunca foi o meu forte, sei bem que este post podia começar de forma mais simpática e mais polida mas não há grande volta a dar, a frustração que se ocupa de mim no que diz respeito a este tema transborda por todos os poros e dá nisto.
Esta coisa do amor não tem como começar bem. Desde sempre que ouço dizer que são os bebés que escolhem os pais, portanto, já estava tudo errado quando escolhi saltar para dentro da barriga da minha santa mãe sem perceber bem no que me estava a meter. Mas a verdade é que o amor daqueles dois é para a vida, o amor de uma mãe submissa que espera que eu seja igual a ela e o amor de um pai revoltado com a vida que espera que eu mude o meu mundo sem sair debaixo da alçada dele. Como se não bastasse, quando eu cheguei a casa já tinha mais uma ocupante e cedo percebi que, mais batatada menos batatada, aquele amor de mana também era para a vida.
Assim sendo, vi-me desde cedo amarrada a três amores maiores. Amores daqueles em que se levanta a voz tantas e tantas vezes, daqueles em que se pensa diferente e nem se tenta convencer o outro disso, daqueles em que se desiste de batalhar só para dar ao outro o gostinho de achar que tinha razão, daqueles em que as emoções transbordam pelos olhos e a distância ajuda a pôr tudo no sítio...
Com estes amores como exemplo, como é que eu podia esperar outro tipo de amor?
Cruzei-me com loiros e morenos, altos e baixos, de olhos claros e de olhos escuros, e rocei o amor tantas e tantas vezes, mas sempre ficou claro para mim que vivo de paixões assolapadas (porque dão menos trabalho).
Durante muito tempo, disse que ainda estava para nascer o homem que me ia converter e fazer amar de verdade... E bem que me lixei, porque ele nasceu mesmo. Trouxe-me um amor semelhante àquele que eu já conhecia mas com o acréscimo do "pode não ser o que eu quero para ti mas se é o que te faz feliz estarei sempre do teu lado". O que, para a minha pessoa, foi uma evolução brutalmente significativa e mudou a minha perspectiva nas relações com o ser humano macho.
Se eu era capaz de amar o meu sobrinho, de o ver a dar cabeçadas e fazer idiotices, e continuar lá para ele, porque havia de ser diferente com um homem que queria para partilhar a vida?
Acho que só depois disso, deixei o amor entrar verdadeiramente na minha vida, o que é uma m****! Simplesmente porque o amor não é como a paixão, que se enxota para fora de casa na manhã seguinte, o amor inunda os cantinhos todos e esconde-se a ocupar espaço. E achar que o amor acaba de um dia para o outro é só idiota. Mas (tinha que haver um mas ou nem seria eu) amar também é deixar ir, é perceber que a felicidade do outro pode ter outro lugar...
Felizmente, a vida quis ainda que eu vivesse um outro tipo de amor, o tal do incondicional, daquele que (dizem) transforma as células do nosso corpo e deixa cá os traços do bebé que geramos. Este amor veio com os sorrisos parvos, com o orgulho idiota, com a preocupação constante e com a culpa esmagadora. Veio colocar um brilho especial no meu olhar (que faz falta a toda a gente que procura um propósito na vida) e tentar destruir a minha veia egoísta, porque a prioridade deixei de ser eu (mesmo quando ela não está comigo).
Em suma, mantenho-me convicta com a minha conclusão, não é porque traz coisas boas que o amor deixa de ser uma M****.
1 de agosto de 2024
Slow down
Olá, pessoas giras!!
Finalmente, escolhi cuidar de mim (outra vez) e dei o primeiro passo nesse sentido.
A saga de senhora consultora, numa empresa sediada do outro lado do "lago" (que me proporcionou uns belos passeios à Costa Rica e umas estadias únicas num Marriott), chegou ao fim e, com isso, aquela necessidade de colocar um travão nos devaneios mais parvos e fazer a vida resultar.
Como não deve ser novidade, sou uma gaja de paixões e emoções fortes, de sensações levadas ao limite, de pessoas (embora passe os dias a dizer que as odeio porque conseguem sempre inventar mais qualquer coisa para me tirar do sério), que vive em modo permanente com o coração ao pé da boca, e, por isso, bater com a porta e separar as águas será sempre algo difícil para mim. Só que, quando chego ao momento em que a minha sanidade mental é posta em causa, o cenário inverte-se um bocado e dou-me o devido valor.
Ainda assim, mesmo quando sabemos que estamos a fazer a coisa certa, não quer dizer que o caminho se torne mais fácil e, muitas vezes, é preciso ter a coragem de pedir ajuda. Foi isso que eu escolhi fazer, pedi ajuda e confiei.
Não sei se rocei o burnout ou não, se a exaustão é só o meu estado normal nesta fase da vida bi-semanal, mas sei que já tinha vivido algo parecido antes e prevaricar é sempre uma má opção. Portanto, meti-me a caminho e abandonei aquilo que, sabia, não me estava a fazer bem (se o fiz da melhor forma e pelas razões certas ainda estou para descobrir, mas também sinto que agora isso não importa nada).
Como já não fazia há muito tempo (e já julgava nem ser possível), dormi uma noite completa, num daqueles sonos tranquilos e reparadores e sinto-me revigorada, pronta para enfrentar o mundo, os novos desafios e fazer a diferença.
Por agora, a palavra de ordem é "DEVAGAR", que felizmente condiz com o Agosto no Alentejo, sol e calor, férias, descanso, semanas lentas e esplanadas ao final do dia.